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Para
procurador o iPhone de 3.600 é uma esmola
Quando
tomei conhecimento da insatisfação que membros do Ministério Público Federal, procuradores da
República vêm demonstrando com os celulares fornecidos pelo (MPF)
passei a entender como é urgente uma reforma no Estado brasileiro, devido à
cultura patrimonialista que existe no interior da instituição. No diálogo entre
dois procuradores deixava claro que um aparelho, um iPhone SE, cujo preço
de mercado oscila de R$ 2.600 a R$ 3.600, foi chamado por estes
funcionários púbicos de “esmola”, em mensagens obtidas pela Folha de São
Paulo.
Nossa
República precisa ser o sistema social e econômico que assegure a todos brasileiros
os mesmos direitos, mas não é isto que vemos quando estes poderes usam de foro
privilegiado e criam formas diferentes de aumentos e aposentadorias, criando
dentro da União categorias de funcionários públicos.
Se
a República é o regime dos direitos iguais, é preciso quebrar com estes
privilégios, que assegura a alguns o direito de manter-se vivo por comprar os
serviços de saúde, enquanto outros morrem por falta do dinheiro necessário.
O
Brasil não será republicano enquanto prevalecer a atual indecência dos privilégios
criados pelo judiciário e pelo legislativo ou mesmo por parte do executivo, que
permite a um brasileiro com renda igual ou superior a dez salários mínimos ter
a chance de viver sete a oito anos mais do que aquele com renda igual ou
inferior a dois salários mínimos.
É
preciso acabar também com o privilégio que restringe o acesso aos brasileiros à
educação de qualidade apenas para quem pode pagar por uma boa escola privada ou
para os poucos que conseguem entrar em uma das instituições de ensino públicas
de qualidade, como as federais.