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Os Irmãos do CONIC e os novos Coliseus
Uma das coisas que chamaram minha atenção neste
início da quaresma foi à forma que alguns católicos se mobilizam para criticar
os membros do CONIC (Conselho de Igreja Cristã do Brasil) diante de posições
políticas defendidas por alguns membros. Os católicos tem uma capacidade de
mobilização para criticar e lutar por questões como o aborto e a eutanásia: Como
seria bom que isso não fosse somente bandeira sem olhar para o todo que a nossa
Igreja prega. Será que os católicos estão conscientemente do lado da vida.
Desta forma, gostaria de ver estes irmãos também mobilizados e erguendo suas
vozes para defender ou condenar muitas outras opções políticas e sociais que
nossa Igreja defende ou condena.
Sendo a vida um direito inegociável que mobiliza os
católicos contra o aborto e a eutanásia, também deveria mobilizar esta parcela
de fieis na luta contra a morte de jovens nas periferias pelos órgãos de repressão
policial e a fome que assola o país, que também é um atentado à vida. Ou o desemprego
e a política econômica, ou a
pena de morte que Bolsonaro propõe: diz que juiz isente de pena todo policial
que matar, se o ato for cometido por 'medo' ou 'violenta emoção. Isto
representa uma sentença de morte encapotada, o que levou o
Papa a mandar retirar a sua admissibilidade do Catecismo da Igreja Católica. O
mesmo se diga de uma "economia que mata", como Francisco tem tido a
coragem de denunciar.
Mesmo sendo poucos, os cristãos comprometidos
com o Evangelho de Jesus Cristo e com os mais pobres e excluídos, se unem para
denunciar determinadas propostas políticas que são contrárias aos ensinamentos
de Jesus Cristo.
Cristãos
de diferentes igrejas cristãs que a história separou, uniram-se, através de um
Conselho, para exprimir uma forte oposição a qualquer projeto político que se
fundamente em princípios xenófobos, racistas, homofóbicos, autoritários e de
ataque aos pobres. Diante de tais fatos, consideramos particularmente grave a
instrumentalização de algo tão precioso como a fé, colocando-a ao serviço de
projetos políticos claramente contrários ao Evangelho, a reboque de discursos
providencialistas.
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