quarta-feira, 3 de março de 2021

ARTIGO - Para procurador o iPhone de 3.600 é uma esmola (Padre Carlos)


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Para procurador o iPhone de 3.600 é uma esmola

 





Quando tomei conhecimento da insatisfação que membros do Ministério Público Federal, procuradores da República vêm demonstrando com os celulares fornecidos pelo (MPF) passei a entender como é urgente uma reforma no Estado brasileiro, devido à cultura patrimonialista que existe no interior da instituição. No diálogo entre dois procuradores deixava claro que um aparelho, um iPhone SE, cujo preço de mercado oscila de R$ 2.600 a R$ 3.600, foi chamado por estes funcionários púbicos de “esmola”, em mensagens obtidas pela Folha de São Paulo. 


A falta de distinção por parte dos procuradores demonstra a visão que existe entre esta casta do funcionalismo público sobre o patrimônio público e o privado quando assume um cargo como este. Mediante tal conversa, os procuradores consideram o Estado como seu patrimônio, numa total confusão entre o que são público e o que é privado, noção que prevaleceu durante o período da Ditadura e se estendeu a Nova República. Tal fenômeno, encontramos em todo o Estado brasileiro e nos três poderes da República.

Nossa República precisa ser o sistema social e econômico que assegure a todos brasileiros os mesmos direitos, mas não é isto que vemos quando estes poderes usam de foro privilegiado e criam formas diferentes de aumentos e aposentadorias, criando dentro da União categorias de funcionários públicos.

Se a República é o regime dos direitos iguais, é preciso quebrar com estes privilégios, que assegura a alguns o direito de manter-se vivo por comprar os serviços de saúde, enquanto outros morrem por falta do dinheiro necessário.

O Brasil não será republicano enquanto prevalecer a atual indecência dos privilégios criados pelo judiciário e pelo legislativo ou mesmo por parte do executivo, que permite a um brasileiro com renda igual ou superior a dez salários mínimos ter a chance de viver sete a oito anos mais do que aquele com renda igual ou inferior a dois salários mínimos.

É preciso acabar também com o privilégio que restringe o acesso aos brasileiros à educação de qualidade apenas para quem pode pagar por uma boa escola privada ou para os poucos que conseguem entrar em uma das instituições de ensino públicas de qualidade, como as federais.


Além de ser indecente socialmente, a desigualdade no acesso à educação e a saúde é uma estupidez econômica, porque cria cidadãos de primeira e de segunda, como carne em um açougue.  O foro privilegiado que Arthur Lira esta conseguindo colocar em votação com a PEC da Imunidade representa bem o que estou falando. Este foro dos  políticos devem ser abolidos de imediato, mas é preciso eliminar também os outros foros privilegiados pela renda no direito de viver e no direito de desenvolver o potencial intelectual de cada brasileiro, cidadão republicano, não mais súdito de um imperador.

 

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