quarta-feira, 10 de março de 2021

ARTIGO - Lula é candidato em 2022 (Padre Carlos)

 


Lula é candidato


 

Não podemos negar que Lula entrando no jogo sucessório muda toda a correlação de forças para o Planalto em 2022. Desta forma, podemos dizer que os grandes beneficiados com a decisão tomada pelo juiz Edson Fachin, que é o relator dos casos da Lava Jato no STF, foi toda a esquerda brasileira. Por outro lado, não podemos diz o mesmo para as forças do centro, que perde eleitores para a direita e a esquerda. Alem disso, se Bolsonaro conseguir consolidar como vem indicando as pesquisas, 1/3 do eleitorado, não sobrarão espaço para uma candidatura de centro.

 


Gostaria de chamar a atenção da esquerda neste momento, que o PT e a frente de esquerda precisa se reconectar com o setor produtivo e com o eleitor de centro como fizemos em 2002, quando trouxemos o empresário mineiro José Alencar para nossa chapa. Quem sabe não é hora de trazermos uma empresária progressista que tenha relação com o mercado interno e com setores do centro democrático, para que possamos incluir este importante setor da sociedade no projeto e construir uma chapa competitiva. O certo, é que  precisamos neste momento histórico, mais que uma carta de intenções, precisamos repactuar todos os setores da sociedade com o projeto de nação.

Por isto, o ex-presidente disse: "Se há um brasileiro que tem razão para ter muitas e profundas mágoas sou eu, mas não tenho, porque o sofrimento que o povo brasileiro e os pobres estão passando neste país é infinitamente maior do que qualquer crime que cometeram contra mim", afirmou Lula, na sua primeira declaração pública após as condenações no Paraná terem sido anuladas, na segunda-feira. Lula falou ontem como candidato na sede do Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo, São Paulo, na presença de figuras políticas como Fernando Haddad, (PT) e Guilherme Boulos, líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).


Seria ingenuidade de  nossa parte achar que o centro e a direita que romperam com Bolsonaro cruzarão os braços e aceitarão esta conjuntura sem lutar. Assim, o mais provável é que este campo busque se unir em uma candidatura com a força das grandes corporações do setor de comunicação e tente criar uma nova narrativa junto com setores liberais que participaram do golpe de 2016, mas fica difícil é quase uma luta inglória, uma terceira via em um país polarizado.  

 

 


ARTIGO - A responsabilidade com os leitores (Padre Carlos)

 A responsabilidade com os leitores




Já faz algum tempo que encontrei com alguns amigos em uma manifestação no centro da cidade e na oportunidade, falávamos sobre a necessidade de ampliar o número de companheiros dentro e fora do partido que pudessem contribuir na produção de artigos que levassem a nossa juventude a discernir melhor. Assim, fiquei pensando cá com os meus botões sobre esta questão. Como falar para uma juventude sem passar os vícios e certezas, impondo assim minhas verdades? Não há como ser neutro ou imparcial. Toda escrita expressa visão de mundo, concepções sobre a realidade social. Escrever é posicionar-se perante si mesmo, os outros e o mundo no qual vivemos.


Todo aquele que escreve tem que ter responsabilidade com os seus leitores. Escrever tem consequências! As palavras constroem, mas também podem gerar males irreparáveis. Elas podem causar dores, sofrimentos e fazer sangrar. * Elas podem ferir susceptibilidades, alimentar incompreensões mútuas. Desta forma, fui aprendendo com o tempo, tratar as palavras com carinho, muito carinho. Ao escrever, é necessário ponderar, refletir e refletir… Uma palavra equivocada, descontextualizada, mal interpretada, compromete a comunicação, o sentido geral do texto. Quem escreve, portanto, arrisca-se, ainda que involuntariamente, a detonar pontes e/ou contribuir com a patrulha do bem especializada em dicotomias, maniqueísmos, cujos egos inflados os incapacitam para reconhecer a complexidade do real.

Gosto de pensar a escrita com a metáfora de pontes que possibilitam a relação entre indivíduos diversos. Acho que Lenine consegue expressar o que sinto quando escrevo: “A ponte não é de concreto, não é de ferro. Não é de cimento. A ponte é até onde vai o meu pensamento.” Com isto, as pontes podem ter uma atitude positiva, construtiva. As palavras, é claro, também podem ter conotação negativa, ou seja, também se presta a destruir pontes, separar pessoas, detonar relações humanas. De fato, mesmo quando escrevemos com intenções construtivas, o resultado pode ser o inverso. Costumo dizer que existem penas mais afiadas que uma espada e tão venenosa quanto qualquer serpente.


É claro que somos passíveis de falhas na comunicação. Uma palavra, uma expressão pode se revelar inadequada e induzir o leitor a interpretar no sentido até mesmo inverso ao que pretendemos comunicar. Neste caso, o risco é não estabelecer ponte, não comunicare. O verbo comunicar deriva do latim comunicare e significa “tornar comum”, “fazer saber”, “ligar”, “unir”. Escrever é, portanto, “construir pontes” capazes de “ligar” pensamentos. Tenho certeza que era isto o que meu amigo se referia.

 

 

 

terça-feira, 9 de março de 2021

ARTIGO - O Padre Antônio Vieira e Flavio Bolsonaro (Padre Carlos)

 


O Padre Antônio Vieira e Flavio Bolsonaro



 

Quando tomei conhecimento da compra de uma mansão por parte do senador Flavio, ao custo aproximado de 6 milhões de reais (1,06 milhão de dólares),pensei na quantidade de imóveis que estes políticos tinham comprado com (dinheiro em espécie) e, como é tradição da família Bolsonaro realizar suas transações desta forma, imaginei o senador com varias sacolas de dinheiro para concretizar a compra.  Não sei por que veio à mente a imagem do Padre Antônio Vieira pregando em Lisboa em meados do século dezessete denunciando no seu célebre Sermão do Bom Ladrão como o reino lusitano estava corroído. Falava na sua pregação da roubalheira que era comum entre os agentes do governo e que se dava de diversas formas que ele pôde bem classificar.


Disse ele: “Tanto que lá chegam, começam a furtar pelo modo indicativo, porque a primeira informação que pedem aos práticos é que lhes apontem e mostrem os caminhos por onde podem abarcar tudo. Furtam pelo modo imperativo, porque, como têm o mero e misto império, todos eles aplicam despoticamente às execuções da rapina. Furtam pelo modo mandativo, porque aceitam quanto lhes mandam, e, para que mandem todos, os que não mandam não são aceitos”.

E continuou: “Furtam pelo modo optativo, porque desejam quanto lhes parece bem e, gabando as coisas desejadas aos donos delas, por cortesia, sem vontade, as fazem suas. Furtam pelo modo conjuntivo, porque ajuntam o seu pouco cabedal com o daqueles que manejam muito, e basta só que ajuntem a sua graça, para serem quando menos meeiros na ganância. Furtam pelo modo potencial, porque, sem pretexto, nem cerimônia, usam de potência. Furtam pelo modo permissivo, porque permitem que outros furtem, e estes compram as permissões. Furtam pelo modo infinitivo, porque não tem o fim o furtar com o fim do governo, e sempre lá deixam raízes em que se vão continuando os furtos”.

Quatro séculos depois se descobre que esse triste quadro se reproduz em terra brasileira. Com a chegada do baixo clero ao poder vamos presenciar as rachadinhas em todos os cantos da República e não sabemos ainda quando os brasileiros acordarão se dando conta que estamos a viver o furto em todas aquelas direções e dimensões. Como lá no Século XVII o Reino de Portugal estava podre, cá está podre no Século XXI a República do Brasil.


Nem o Padre Vieira nem este pobre articulista consegue entender como este jovem congressista não descobriu sua verdadeira vocação, corretor! Esse foi o 20º imóvel que ele negociou em 16 anos. Ainda assim, na sua declaração entregue à Justiça Eleitoral, em 2018, disse ter 1,74 milhão de reais em patrimônio. Seu salário líquido como senador é de 24.900 reais.

 


segunda-feira, 8 de março de 2021

ARTIGO - Edson Fachin anula todos os processos contra Lula (Padre Carlos)

 


 

O tabuleiro de xadrez de Fachin e Cristiano Zanin

 

 


         Para alguns, tão divertida quanto uma partida de Xadrez são os julgamentos e as manobras da defesa e do juiz lavajatista. Assim como numa partida de Xadrez no meio jurídico vence quem tem a melhor estratégia e joga utilizando-se de todas as peças no tabuleiro.

 


Quem conhece os tramites do Supremo Tribunal, entendeu os motivos que fizeram a defesa do ex-presidente apresentar ao STF um pedido para tentar suspender o julgamento de dois recursos apresentados por ela mesma. A tese da suspeição dos dois desembargadores - fundamentada basicamente no fato de se relacionarem com Moro - não encontraria guarida na Corte, uma vez que o universo jurídico se relaciona entre si, segundo uma fonte próxima a ministros do STF. 

A análise é diferente da tese da suspeição de Moro, baseada, segundo a defesa, em diversos elementos corroborados com os diálogos hackeados de grupos do Telegram da Lava Jato, e que apontariam uma relação muito próxima entre Moro e os procuradores, o que acabou por favorecer a condenação do petista. Assim com este entendimento, Fachin buscaria empreender uma derrota a defesa de Lula e buscaria com este fato dar uma sobrevida a Mouro e os Procuradores que estão em vias de serem suspenso. Com esta jogada do Dr. Zanin, achávamos que a banca teria dado um Xeque mate no juiz e só restaria a este esperar a segunda turma suspender o juiz Mouro.

Sabendo que o Rei (Mouro) é a peça mais importante do xadrez, cuja captura é o único objetivo do jogo, moveu suas ultimas pedras num jogada desesperada para salvar a Lava Jato e o seu Rei. Assim, sem que ninguém esperasse, o Ministro Edson Fachin anulou todas as decisões contra o ex-Presidente Luis Inácio Lula da Silva proferidas pela 13ª Vara Federal de Curitiba, incluindo, portanto as condenações no caso do Triplex do Guarujá e do Sítio de Atibaia. Mas tudo indica que a decisão de Fachin é uma manobra para proteger Moro e Lava-Jato da suspeição.  O jogo é complexo, mas se souber manipular as circunstâncias e se desviar dos ataques do oponente ainda poderá alimentar esperança que a república de Curitiba sairá vitoriosa. 

       



    

    Para o Ministro é importante não perder de vista que excetuando-se o rei, todas as peças possuem um valor que pode variar conforme o andamento do jogo. Cada peça possui também características específicas quanto aos movimentos e capturas. Mas o mais importante, a saber, é que, o objetivo principal do “jogo de Xadrez” é conquistar o território inimigo e poder dizer “Xeque mate!”, ou seja, “o rei está morto”. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


domingo, 7 de março de 2021

ARTIGO - Dia Internacional da Mulher e a visão machista do presidente do Brasil. (Padre Carlos)

 

As mulheres e a elite política


 

Dia Internacional da Mulher e a visão machista do  presidente do Brasil,

 

Já faz alguns anos que nesta data em que celebramos o Dia Internacional da Mulher, um presidente do Brasil, lembrou o povo do papel da mulher preponderante em diferentes áreas sociais. Ele limitou-se a chamar à atenção para a competência das mulheres nas compras de supermercado e afazeres domésticos, num discurso que deixou indignado a opinião pública pelo descrédito deste presidente face ao gênero feminino. Quando levantamos estas questões, queremos chamar a atenção dos leitores que não se trata de uma opinião simplória, estamos falando da opinião do mais alto mandatário da nação. A visão machista de o ex-presidente Michel Temer, representa uma cultua que até hoje povoa o imaginário masculino e são compostas de supostos “cuidados e proteção”.


Tentando fazer um paralelo com a desastrada política econômica que tinha empreendido falou: “Na economia, também a mulher tem uma grande participação. Ninguém mais é capaz de indicar os desajustes de preço no supermercado do que a mulher. Ninguém é capaz de melhor detectar as flutuações econômicas do que a mulher, pelo orçamento doméstico”, assim afirmava alguns anos atrás Michel Temer, num evento no Palácio do Planalto em homenagem ao Dia Internacional da Mulher.

Sobre o crescimento econômico que Michel Temer esperava para o país, salientava que as mulheres tinha no seu governo uma “possibilidade de empregabilidade que não tinha no ano passado” e que, com a “queda da inflação e dos juros” que não se concretizou nem o fim da recessão, as mulheres iriam conseguir empregos para conciliar com os “afazeres domésticos”.

E acrescentava: “Se a sociedade vai bem, se os filhos crescem, é porque tiveram adequada formação em casa e, seguramente, quem faz isso não é o homem, é a mulher”, sugerindo que o papel da educação cabe apenas e exclusivamente à mulher, que ocupa um “segundo grau” na sociedade.

Diante deste quadro machista e protetor, colocando a mulher em uma situação submissa, a sociedade evoluiu para o que há de pior e foi buscar em seus quadros da elite política, sua verdadeira natureza.   Nossa sociedade é violenta contra as populações marginalizadas e as mulheres compõem essa população. Por isto votou no político que diz: que uma deputada  não merecia ser estuprada porque ele a considera "muito feia" e porque ela "não faz" seu "tipo".  A culpa da violência sexual nunca é das mulheres. Temos que educar os “meninos” a não estuprar. Hoje eles aprendem que uma menina que se veste de uma determinada forma está provocando e que eles têm uma pretensa autorização para fazer uso daquele corpo que está sendo exposto.


    Se os dois últimos presidentes brasileiros pensam assim, o que dizer do cidadão comum? É no sentido de denunciar as diversas violências e buscar uma sociedade mais justa, que é necessário celebrar para que possamos resgatar a memória de todas as vítimas do machismo em nosso país.


sábado, 6 de março de 2021

ARTIGO - O legado do PT e das suas lideranças (Padre Carlos)

 


 

O legado do PT e das suas lideranças

 


Não podemos negar que existe um legado político das antigas lideranças do partido no nosso município, isto é óbvio em todos os seguimentos da nossa cidade. Ainda hoje, sentimos a falta que faz estas lideranças, mas seu legado foi projetar Vitória da Conquista para o Limiar do século XXI - foi criada nos vinte anos em que estas lideranças estiveram à frente do governo um programa de desenvolvimento transformando nossa cidade em um polo de desenvolvimento de prestação de serviço. Por mais que a oposição tente apagar este fato, as mãos de certo doutor tem muito haver como a cidade se transformou.


Quando vejo esta geração dando sinais que já combateram o bom combate, sinto a necessidade de dizer para as novas gerações da urgência de uma renovação, sem trair os princípios básicos do partido. Quando citei no início deste artigo sobre as antigas lideranças, falava também do conjunto dos quadros político e técnico que ajudaram Zé Raimundo e Guilherme Menezes a tornar possível este sonho. Eles criaram uma relação muito emocional com o partido que fez com que se tornasse muito querido entre praticamente todos os militantes. Posso dizer sem medo de errar, que o PT pode orgulhar-se dos seus líderes que pôs sempre o partido do lado do povo.

A estratégia política do PT até hoje é a ideia de que o município precisa de uma capacidade modernizadora econômica e social que o pedralismo e o atual governo, não conseguem empreender. A missão do PT é, de assegurar essa modernização, simultaneamente, com um processo cada vez maior de participação popular.

 Não tenho dúvidas de que o PT que emerge no início da década de oitenta, era um partido que tinha uma "superioridade intelectual" que o colocava a uma distancia enorme das outras correntes de esquerdas. Basta ver que ele dirige todo o processo da construção de uma frente criando uma hegemonia que se mantém até hoje. Éramos um partido pequeno e de quadros, muito formado na cultura da clandestinidade, e em uma década de existência, nos tornamos um partido de massas, sem perder o essencial: o espírito democrático.


Assim, estejam onde estiverem estas lideranças, tiveram um papel determinante na construção do Governo Popular e do PT na vida da nossa cidade. Como disse um velho político comunista, “a melhor maneira de reconhecer o papel de um líder é criando um memorial, para que possamos assim, regatar os seus sonhos e as suas memórias.”.


sexta-feira, 5 de março de 2021

ARTIGO - Uma variante do vírus na democracia brasileira (Padre Carlos)

 

 

Uma variante do vírus na democracia brasileira



 

Podemos afirmar com segurança que o Brasil, 36 anos depois do fim do Regime Militar, está em fase de consolidação da democracia, alicerçado num Estado coerente e funcional? Muitas vezes me pergunto quando o Brasil vai acordar e entender que perdeu a oportunidade que a história lhe presenteara no início deste século.  A categoria de “país totalmente democrático” deixou de existir no nosso imaginário e lamento dizer, a culpa não foi só dos bolsonaristas e da Lava jato. Um país empenhado na preservação da qualidade das suas instituições, e para quem a Democracia e a Liberdade fossem realmente importantes, teria reagido de forma pronta e responsável quando os liberais deram o golpe junto com um grupo de centro esquerda. Infelizmente, o mesmo país cujas elites - e não só os populistas que quebraram o consenso nacional quando retiraram do poder uma presidente eleita legitimamente. Assim, Dilma foi vítima de um golpe parlamentar, orquestrado por deputados, senadores e empresários. Para completar, o Judiciário entendeu que pelo menos do ponto de vista institucional, o processo de Dilma seguiu as regras e os ritos previstos pela Constituição Federal.


O Brasil foi o primeiro país latino americano. A entender a necessidade e importância da criação da formação de blocos como o Brics e o Ibas, vistos como estratégicos na construção de articulações contra-hegemônicas e para a reforma da ordem internacional vigente e de suas instituições.  No campo da política interna vale a pena enumerar algumas questões: qualquer país afastando-se de uma ditadura pode considerar-se em transição democrática; a democratização tende a ocorrer em três fases – abertura, avanço e consolidação; a importância decisiva de eleições; a convicção de que qualquer país, independentemente do seu passado, pode transitar para a democracia; e de que as transições democráticas estão alicerçadas em Estados de Direito.

Havia no Brasil antes do golpe, uma certeza inequívoca que estávamos no bom caminho. Simplificando: podíamos afirmar com segurança que o Brasil, depois, da implantação da Nova República, estava em fase de consolidação à democracia, alicerçada com base no Estado de Direito.

Se for verdade que temos um país com espaço para partidos de oposição, para uma sociedade civil independente, com eleições regulares e uma constituição democrática, poderemos afirmar também que temos fraca representação dos interesses e baixa participação política dos cidadãos nas eleições, abusos da Lei por parte do Governo, e uma confiança cada vez menor num Estado com um desempenho cada vez mais fraco. Esta descrição, que estou tentando ilustrar da realidade brasileira, é na verdade o diagnóstico do que estamos vivendo.

Nossa democracia poderia ser definida como, se por um lado, temos liberdade política significativa, eleições regulares, alternância entre partidos no poder, mas por outro, por participação política deficiente, elites corruptas, governos ineficazes com fraco desempenho e sociedades divididas e desiguais. Temos também, um grupo político dominante, uma fronteira tênue entre o Estado e o bolsonarismo, poder judiciário não independente, processos eleitorais ambíguos, participação política deficiente, oposição liderada pela mídia com sede no estrangeiro, uma burocracia estagnada, corrupção de larga escala e usa um  LAWFARE como formas de golpes.

Diria que o Brasil, na sua singularidade, exibe características misturadas de ambas as síndromes; uma espécie de, para usar a terminologia da moda, variante brasileira do vírus. Temos uma participação política deficiente, praticamente só em torno de partidos, e com taxas de abstenção crescentes em todas as eleições; vários casos de corrupção das elites, não só políticas, que tardam em transitar em julgado; governos ineficientes com fraquíssimo desempenho, que têm afastado o país da média de riqueza mundial, marcados por nepotismos e clientelismos vários; um centrão - vocacionado para se tornar no pivot de uma tragédia; uma fome insaciável um assalto impune aos cargos do Estado, não apenas nos cargos administrativos, mas também nos órgãos independentes e reguladores; uma tentação de politização da justiça com processos pouco transparentes como estamos tomando conhecimento através da vasa-jato e um Supremo suspeito de ter sido influenciado pelas Forças Armadas.


Com este diagnóstico vale a pena, no Brasil de 2021, voltar a 1985. Como disse um velho político: “uma democracia que não se defende vigorosamente não tem o direito de sobreviver.” Essa defesa cabe-nos a todos. Cabe-nos sempre. Seria bom que não desistíssemos da Democracia e da Liberdade. A alternativa é sempre pior.

 

 

 


ARTIGO - A geração que fez a diferença! (Padre Carlos)

A geração que fez a diferença!      Decorridos tantos anos do fim da ditadura, observa-se que a geração da utopia está partindo e a nova...