domingo, 7 de março de 2021

ARTIGO - Dia Internacional da Mulher e a visão machista do presidente do Brasil. (Padre Carlos)

 

As mulheres e a elite política


 

Dia Internacional da Mulher e a visão machista do  presidente do Brasil,

 

Já faz alguns anos que nesta data em que celebramos o Dia Internacional da Mulher, um presidente do Brasil, lembrou o povo do papel da mulher preponderante em diferentes áreas sociais. Ele limitou-se a chamar à atenção para a competência das mulheres nas compras de supermercado e afazeres domésticos, num discurso que deixou indignado a opinião pública pelo descrédito deste presidente face ao gênero feminino. Quando levantamos estas questões, queremos chamar a atenção dos leitores que não se trata de uma opinião simplória, estamos falando da opinião do mais alto mandatário da nação. A visão machista de o ex-presidente Michel Temer, representa uma cultua que até hoje povoa o imaginário masculino e são compostas de supostos “cuidados e proteção”.


Tentando fazer um paralelo com a desastrada política econômica que tinha empreendido falou: “Na economia, também a mulher tem uma grande participação. Ninguém mais é capaz de indicar os desajustes de preço no supermercado do que a mulher. Ninguém é capaz de melhor detectar as flutuações econômicas do que a mulher, pelo orçamento doméstico”, assim afirmava alguns anos atrás Michel Temer, num evento no Palácio do Planalto em homenagem ao Dia Internacional da Mulher.

Sobre o crescimento econômico que Michel Temer esperava para o país, salientava que as mulheres tinha no seu governo uma “possibilidade de empregabilidade que não tinha no ano passado” e que, com a “queda da inflação e dos juros” que não se concretizou nem o fim da recessão, as mulheres iriam conseguir empregos para conciliar com os “afazeres domésticos”.

E acrescentava: “Se a sociedade vai bem, se os filhos crescem, é porque tiveram adequada formação em casa e, seguramente, quem faz isso não é o homem, é a mulher”, sugerindo que o papel da educação cabe apenas e exclusivamente à mulher, que ocupa um “segundo grau” na sociedade.

Diante deste quadro machista e protetor, colocando a mulher em uma situação submissa, a sociedade evoluiu para o que há de pior e foi buscar em seus quadros da elite política, sua verdadeira natureza.   Nossa sociedade é violenta contra as populações marginalizadas e as mulheres compõem essa população. Por isto votou no político que diz: que uma deputada  não merecia ser estuprada porque ele a considera "muito feia" e porque ela "não faz" seu "tipo".  A culpa da violência sexual nunca é das mulheres. Temos que educar os “meninos” a não estuprar. Hoje eles aprendem que uma menina que se veste de uma determinada forma está provocando e que eles têm uma pretensa autorização para fazer uso daquele corpo que está sendo exposto.


    Se os dois últimos presidentes brasileiros pensam assim, o que dizer do cidadão comum? É no sentido de denunciar as diversas violências e buscar uma sociedade mais justa, que é necessário celebrar para que possamos resgatar a memória de todas as vítimas do machismo em nosso país.


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