O Padre Antônio
Vieira e Flavio Bolsonaro
Quando tomei conhecimento da compra de uma mansão por parte do senador
Flavio, ao custo aproximado de 6 milhões de reais (1,06
milhão de dólares),pensei na quantidade de imóveis que estes políticos tinham comprado com (dinheiro
em espécie) e, como é tradição da família Bolsonaro realizar suas transações desta
forma, imaginei o senador com varias sacolas de dinheiro para concretizar a
compra. Não sei por que veio à mente a
imagem do Padre Antônio Vieira pregando em Lisboa em meados do século dezessete
denunciando no seu célebre Sermão do Bom Ladrão como o reino lusitano estava corroído. Falava
na sua pregação da roubalheira que era comum entre os agentes do governo e que
se dava de diversas formas que ele pôde bem classificar.
E continuou:
“Furtam pelo modo optativo, porque desejam quanto lhes parece bem e, gabando as
coisas desejadas aos donos delas, por cortesia, sem vontade, as fazem suas.
Furtam pelo modo conjuntivo, porque ajuntam o seu pouco cabedal com o daqueles
que manejam muito, e basta só que ajuntem a sua graça, para serem quando menos
meeiros na ganância. Furtam pelo modo potencial, porque, sem pretexto, nem
cerimônia, usam de potência. Furtam pelo modo permissivo, porque permitem que
outros furtem, e estes compram as permissões. Furtam pelo modo infinitivo, porque
não tem o fim o furtar com o fim do governo, e sempre lá deixam raízes em que
se vão continuando os furtos”.
Quatro séculos
depois se descobre que esse triste quadro se reproduz em terra brasileira. Com a
chegada do baixo clero ao poder vamos presenciar as rachadinhas em todos os
cantos da República e não sabemos ainda quando os brasileiros acordarão se
dando conta que estamos a viver o furto em todas aquelas direções e dimensões.
Como lá no Século XVII o Reino de Portugal estava podre, cá está podre no
Século XXI a República do Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário