sábado, 23 de outubro de 2021

ARTIGO - O livre-arbítrio não existe mais! (Padre Carlos)

 


O livre-arbítrio não existe mais!

 

 


Como professor e amante da filosofia, venho me questionando há algum tempo sobre a liberdade de escolha no nosso sistema de representação e da própria democracia. Com o advento da pós-verdade, não podemos negar que o livre-arbítrio não é mais que uma ilusão no nosso sistema eleitoral, que tem sua crença baseada nestas “verdades”. Assim, não se pode dissociar democracia e livre escolha que cada um faz de sua vida se de fato o cidadão não poder exercê-la.




Achar que estas questões são temas acadêmicos e sem nenhuma importância para a sociedade é um grande erro dos políticos e cientistas, que deixam de utilizar esta ferramenta para entender a nova ordem.  Os temas filosóficos e a crença no livre-arbítrio têm reflexos bastante concretos no “mundo real”.  Ser livre para fazer escolhas é o fundamento central da representação democrática no nosso sistema eleitoral, mostrando que se trata de um governo representativo. Da mesma forma, a lei atribui responsabilidade às pessoas ou punem criminosos, com base na certeza que somos livres para tomar decisões, e, portanto devemos responder por elas.

Estes com certeza são alguns dos temas centrais da filosofia e da teologia. Saber se somos capazes de fazer nossas próprias escolhas, tem sido há séculos os grandes temas destas matérias. Apesar do conhecimento filosófico e teológico que aprendi no seminário, foi na literatura que encontrei o mais elabora discurso e a mais célebre defesa do livre-arbítrio, Desta forma, quando na tragédia Júlio César, de William Shakespeare , o nobre Brutus revela sua preocupação que o povo aceite César como rei, o que poria fim à República, o regime adotado por Roma desde tempos imemoriais, ele hesita, não sabe o que fazer. É quando Cássio procura induzi-lo à ação. Seu discurso contém a mais veemente defesa do livre-arbítrio encontrada nos livros.  “Há momentos”, diz ele, “em que os homens são donos de seu fado. Não é dos astros, caro Brutus, a culpa, mas de nós mesmos, se nos rebaixamos ao papel de instrumentos.”

Ao longo da história, convencionamos que o livre arbítrio é o poder que cada pessoa tem de decidir por si própria, de escolher por sua vontade o que fazer. O homem é livre para tomar suas decisões pela força do livre arbítrio, assumindo conseqüências e responsabilidades. Entretanto, esse livre arbítrio na atualidade vem se esvaindo do poder e domínio do indivíduo, pelo controle que hoje tem governos e corporações da vida das pessoas.

Eu acredito que temos de alguma forma um arbítrio, mas ele não é livre. Estamos fazendo escolhas, mas as nossas escolhas não estão mais sendo independentes. Porque cada escolha que fazemos é dependente de muitas condições de naturezas diversas, biológicas, sociais, pessoais. Não tem mais sentido as pessoas dizerem “quem manda na minha vida sou eu”, ou “eu faço o que bem entender”, porque suas decisões são determinadas em parte pelo seu contexto familiar, pela sua bioquímica, pela cultura nacional, etc.

Herdado da teologia cristã, o livre arbítrio que dava ao homem a alternativa de um caminho reto ou de pecado, de salvação ou perdição, hoje se constitui um perigo. O desenvolvimento da tecnologia já possibilita que “hackers” manipulem suas escolhas, bastando apenas conhecer um pouco de cada uma das pessoas, como gostos, costumes, lazer, compras, etc. Com essas informações, eles podem induzir as pessoas a clicar em “links” que eles querem, pensando as pessoas que estão fazendo isto pelo seu livre arbítrio quando, na verdade, estão sendo levadas a isto por estarem “hackeadas”.

As forças ocultas como diziam um velho político, analisam seu histórico na internet, seus itens de consumo, as palavras e opiniões que exprimem nas suas convicções políticas, os fluxos de contatos pelas redes sociais, enfim, já conseguem controlar os desejos das pessoas para direcioná-los a uma forma de pensamento e visão de mundo, a sensibilizar para doações, a votar em políticos, a absorver ideologias, entre infinitas possibilidades.


Estamos, iludidos com o nosso livre arbítrio, na verdade somos todos escravos inconscientes e não tomamos conhecimento ainda da real situação. É uma pena que nossa elite intelectual não acordou para esta grave realidade. Ficamos presos no século vinte e ainda estamos discutindo questões antigas e passando ao largo dos desafios da inteligência artificial. Foi este atraso intelectual, que proporcionaram estas forças a transformarem o sentimento de ódio em plataforma eleitoral e chegarem ao poder.

 

 

 

 

 

 

 


quarta-feira, 20 de outubro de 2021

ARTIGI - Um filho em defesa da Mãe: (Padre Carlos)

 

Um filho em defesa da Mãe:

 


 

Quando o vereador Luís Carlos Dudé (MDB), presidente da Câmara Municipal, usou a tribuna na sessão desta quarta-feira (20/10) para defender o Papa Francisco e os Bispos da CNBB, em especial a Dom Orlando Brandes, arcebispo de Aparecida, o vereador conquistense na verdade estava defendendo não apenas personalidades eclesiásticas, sua fala corajosa se referia a defesa de toda de toda a comunidade de fé.  Defender os membros da Igreja contra a forma covarde como o deputado estadual paulista fez, chamando o Papa Francisco e bispos da CNBB de “pedófilos”, “safados”, “vagabundos” e “imundos,” teria que ser feito para que seus valores como cristão e homem de fé fossem verdadeiro assim como o seu batismo.

 


 Infelizmente, nem todos os católicos que assumem uma atuação política naquela casa tiveram o cuidado e a vocação de cristão para defender sua Igreja. Quando falo em dar testemunho de fé, me refiro também esta ação no parlamentar, porque não basta dizer que é católico e participar das celebrações se no momento que sua Igreja está sendo caluniada e ofendida, se torna omisso. Como cristão não podemos deixar de defender um país sem corrupção, pobreza, mentiras e armas.

No sermão da missa solene da festa, o arcebispo de Aparecida (SP), dom Orlando Brandes, pediu para que a sociedade construa “uma pátria amada. Para ser amada, não pode ser pátria armada”. Ele também pediu uma nação sem mentiras e corrupção, além de pedir o combate à pobreza. “Para ser pátria amada seja uma pátria sem ódio. Para ser pátria amada, uma república sem mentira e sem fake news. Pátria amada sem corrupção. E pátria amada com fraternidade. Todos os irmãos construindo a grande família brasileira.”


Como católico e homem de fé, o vereador Luís Carlos Dudé, sabe que a Igreja deve denunciar tudo aquilo que fere a dignidade da pessoa humana, criada à imagem e semelhança de Deus, bem como tudo que ameaça a vida no planeta Terra, obra das mãos de Deus. Denunciar toda forma de atentado à vida, as injustiças sociais, a corrupção, o egoísmo e a concentração dos bens criados por Deus nas mãos de poucas pessoas.

segunda-feira, 18 de outubro de 2021

ARTIGO - A saudade se conecta com os nossos sentidos (Padre Carlos)

 

"Saudade’ é palavra que só o português tem"

 




Muita gente acredita que demonstrar sentimentos é uma forma de revelar sinais de fraqueza e por isto terminam sufocando estas emoções e não deixando que o outro possa conhecer verdadeiramente o nosso ser. Desta forma, reconhecer que sente saudade de alguém que partiu, ou um ex-amor que nos faz suscitar emoções como paixão, raiva ou esperança são forçadas a permanecerem reprimidas dentro da gente. Isso acontece desde a infância, na tentativa de engolir o choro e ignorar a frustração. Essa postura surge, principalmente, diante do medo da vulnerabilidade e de parecer “fraco”.


Assim, poderíamos afirmar que a saudade é um destes sentimentos que guardamos embaixo de sete chaves.  Podemos definir este sentimento como a presença da ausência de algo ou alguém. Quando você passa a sentir que aquela pessoa não existe mais, ou só existe nas nossas lembranças é que descobrimos que o amor esta relacionado com os nossos sentidos.  Só assim, poderemos entender porque a energia da pessoa, sua imagem e a sua lembrança ficam tão presente nestes sentimentos. São estas sensações que passamos a chamar de saudade. Como disse Guimarães Rosa: saudade é Ser depois de Ter. Talvez esta tenha sido a melhor definição de saudade que eu já tenha visto. Na verdade é uma sensação que fica impregnada nas nossas lembranças e nos cincos sentidos da nossa memória. Não sabemos explicar como ela persiste em habitar nossos sentidos se aquela pessoa não faz mais parte da nossa vida.

Quando perdemos o medo e deixamos os sentidos: olfato, tato, audição, a visão e o paladar se relacionem com a nossa memória emocional, estamos deixando estes sentidos se conectarem com a nossa essência.

Há duas formas de perdas, um diz respeito à morte física e a outra há um tipo de morte em vida e você é obrigado a se despedir desta pessoa, mas as memórias e sua história de vida é a mesma. Você consegue está com ela em uma nova dimensão, através da sensação. A nossa consciência, isto é, a nossa essência que também podemos chamar de estado sutil de percepção, consegue perceber e conceder a presença daquela pessoa que não está mais aqui fisicamente, mas percebemos sua companhia.

Quando sinto o perfume do jasmim, minha memória fica ativada e isto faz com que eu retorne a minha infância e recorde de um momento da minha vida. Eu não preciso vê o jasmim, mas ao sentir o seu cheiro, eu sinto todas as emoções, boas ou males que vivi quando era menino.


Hoje, eu entendo porque bastava um só olhar para que eu pudesse entender toda a plenitude daquela comunicação. Bastava um só toque para sentir toda a afetividade daquele amor. Bastava uma só voz para aquele som se transformasse em melodia. Bastava um cheiro para que eu pudesse sentir a fragrância que emanava do seu corpo. Bastava um só beijo para sentir aquele sabor de vida. Foram estes cinco sentidos, que me fizeram perceber e entender que a saudade esta relacionada a esta sensação. É como Mario Quintana diz: “A saudade é o que faz as coisas pararem no tempo.”

A sensação nos leva a esta viagem no tempo e faz com que a saudade toque este espaço da nossa essência. Quem não percebe estas coisas, esta fechada para a vida e para morte.

quinta-feira, 14 de outubro de 2021

ARTIGO - Os trabalhadores terceirizados merecem respeito! (Padre Carlos)

 

Os trabalhadores terceirizados merecem respeito!

 

 



Como poderíamos analisar o governo progressista do PT na Bahia, será que poderíamos de fato definir estas gestões como governos genuinamente de esquerda?  Podemos afirmar, que a falta de referência do que seria uma política de esquerda para os governos petistas e grande parte da sua militância, levaram todo o conjunto das forças progressistas que sempre gravitaram em torno do partido, a refundar novos paradigma e buscar novos caminhos?

Assim, quando tomei conhecimento do sofrimento que estão passando os trabalhadores da Fundação José Silveira (FJS), empresa terceirizada do Hospital Regional de Vitória da Conquista, passei a entender que o tratamento da esquerda com os trabalhadores terceirizados é semelhante ou pior o da oposição quando estava no governo.

Quem não se lembra que em meio às discussões da reforma trabalhista, uma das sanções do governo referia-se à lei da terceirização dos postos de trabalho, que possibilitava às empresas do país terceirizar todas as suas atividades, inclusive aquelas relacionadas à atividade-fim.

Apesar da esquerda não ter sujado suas mãos com esta votação, não impediu de desfrutarem da nova ordem. Assim, o governo da Bahia passou a usar de todas as formas “legais” a lei da terceirização em muitos setores da administração, sendo os profissionais de saúde uma das categorias mais prejudicada. O governo passou a criar com a nova lei uma espécie de funcionário que é publico, mas não tem proteção do estado. Desta forma, tudo o que eles combateram ao longo dos anos estavam jogando fora. Surgem assim neste governo, os funcionários públicos de primeira e segunda classe.

Assim, podemos dizer que este governo chegou à Era do Administrador. Desta forma, gostaria de lembrar que administração é uma ciência neutra, como a engenharia e a medicina são frias e não leva em conta se o trabalhador esta sendo explorando ou não, seu objetivo é manter as contas em dia. Por isto, a missão do administrador moderno é ser um político e um político moderno, ser um administrador, ele tem de saber dosar e manter unido este grupo de interesses conflitantes dentro da lei.

 Gostaria de informar ao Governador e aos seus representantes na nossa cidade, que nem tudo que é legal é moral. Esta frase expressa muito bem os trabalhadores que, em decorrência desses atrasos, estão com dificuldades de pagar suas contas e arcar com o alto preço dos alimentos, além das denúncias das condições precárias sofridas pelos terceirizados. Nem tudo que me é licito é legal, no sentido de moralidade. Legalidade e moralidade nem sempre andam de mãos dadas, quais os políticos que estão defendo os trabalhadores nesta hora? Entre o governo e os trabalhadores famintos e sem a quem recorrer, fico com os excluídos e a minha consciência de cristão.

ARTIGO - Quando os Sinos da Catedral deixaram de funcionar (Padre Carlos)

 


Vitória da Conquista e seu sino





 

O assunto que vou partilhar com vocês hoje, me fez pensar uma frase de Guimarães Rosa, ela é de muita sabedoria e diz assim: Deus nos dá pessoas e coisas para que possamos aprender a alegria. Depois, Ele retira pessoas e coisas para ver se já somos capazes de ser alegre sozinho. É esta alegria que Ele quer da gente, que sejamos capazes e responsáveis pela nossa própria alegria.


Por isto, algumas pessoas têm que perder pra aprender a dar valor, era visível a alegria dos católicos em Vitória da Conquista. O contentamento estampado nos rostos dos conquistenses tinha como conseqüência a volta daquele som que vinha da Catedral e lembrava a nossa infância como dizia o ex-prefeito Herzem Gusmão. Os sinos da Catedral de Nossa Senhora das Vitória, ficaram mudos por algum tempo, em decorrência de defeito que nem seu Paulo, um antigo relojoeiro da Francisco Santos, que sempre fez a manutenção daquele relógio conseguia resolver.  

O conquistense não se conformava com o silêncio do sino, chegando ao ponto de reclamar com Hostenes, o secretário da paróquia sobre o transtorno que a falta do tilintar daquelas batidas faziam na sua rotina. E assim, criou-se um clima de insatisfação entre os católicos. Alguns diziam que o verdadeiro motivo seria a reclamação de perturbação pelo toque do sino por parte de um morador daquela redondeza, embora não exista nenhuma queixa por parte da vizinhança por cerca de 50 anos.

Até a década de sessenta do século passado, podíamos presenciar no dia a dia da vida das pequenas e médias cidades brasileira, as batidas dos sinos convidando a população para as mais diversas ações litúrgicas, como missas, novenas de Semana Santa e vias-sacras. Segundo o saudoso Irmão Pascoal do Mosteiro de São Bento, existia uma melodia para cada momento da vida de uma pessoa:
– As badaladas soavam na hora do nascimento, do batismo, do Casamento e da morte.

O toque fúnebre não só informava da morte, mas passava a mensagem aos familiares e aos amigos de que eles deveriam se preparar para as futuras homenagens. Segundo o monge, poderia saber só pelo toque do sino se tratava de homem ou mulher. Infelizmente, os toques foram se perdendo ao longo do tempo porque o conhecimento do sineiro era transmitido oralmente
 – explicava o religioso.
O certo, é que a música dos sinos era uma experiência de levitação espiritual. Quando os fieis ouviam, algo dentro deles, se assustava e subia às alturas. Poderias dizer que se tratava de uma sensação física de libertação e ao mesmo tempo de espiritualidade e obediência.


Nosso sino voltou a tocar. Foi lindo! Uma emoção que não consigo descrever.
É como se o coração do Cristianismo em Vitória da Conquista voltasse a bater: Alegria indescritível para os cristãos da nossa cidade.

 

 

 

terça-feira, 12 de outubro de 2021

ARTIGO - Por que os serviços públicos do Brasil não são de qualidade? (Padre Carlos)

 

Serviços públicos de qualidade garantem a cidadania à população

 

 


Nosso serviço público sempre foi o ‘elo mais fraco’ e o ‘primo pobre na prestação de serviço que o estado e o governo oferecem aos cidadãos’. Todos nós desejamos e merecemos um serviço de qualidade por parte das administrações públicas e esta baixa qualidade deixa algumas dúvidas em relação a estas atividades. Será que é a falta de competitividade e a certeza da estabilidade são os verdadeiros fatores? O dever de lealdade deveria exigir do servidor maior dedicação ao serviço e a busca de metas para se alcançar uma melhor qualidade nestes serviços. Quando isso acontecer a ‘rivalidade público-privado’ não fará mais sentido.


Sabemos que este tema é polêmico, controverso, com opiniões divididas, que não é fácil abordar, mas é importante analisar. Não é de hoje que se discute este problema e se a esquerda e o centro não tiver coragem de debater estas questões, estará condenando as futuras gerações a conviver com este problema, por não ter coragem de botar o dedo sobre a ferida e não ter a capacidade de chegar a nenhuma conclusão definitiva.

Na área da saúde, há os que defendem de forma obcecada o setor público, agarrando-se com todas as forças as conquista do SUS, ignorando as falhas e as limitações que, no momento presente, se tornam cada vez mais evidentes. Do outro lado, temos os que pensam e defendem o contrário, isto é, que a qualidade e a excelência estão no setor privado, este se aproveita das insuficiências do serviço público para crescer e se firmar como alternativa válida para gerir a saúde dos brasileiros. 

Com o passar dos tempos, foram surgindo os grandes grupos econômicos com os seus hospitais privados, que criaram formas e canais para drenarem recursos relacionados à saúde e são hoje, segundo alguns liberais, a única solução em termos neste campo. Para isto, eles precisam desacreditar todo o nosso Sistema Único de Saúde e contam com uma imprensa coorporativa para desmontar estas conquistas.


Assim, gostaria de afirmar que neste momento, para o Estado se tornar ‘competitivo’ terá que mudar radicalmente as regras do jogo e não se apresentar na ‘competição’ como uma equipa de segunda ou terceira divisão. Se não fizer as mudanças necessárias e se prenderem ao espírito corporativista, ficará sempre como uma equipe sem grandes quadros e que se arrasta no campo segurando as glorias do passado, sujeitando-se, inclusive, a uma pesada derrota nesta competição. 

 

 

 

 

 

 

Artigo - Senhora Aparecida a Virgem dos Pobres ou Nossa Senhora dos Pobres (Padre Carlos)

 

O encontro do Bispo do povo e o Padre dos pobres 


Levar afeto e conforto aos assistidos está no cerne da missão de todo cristão. Este sentimento era visível ontem quando Dom Zanoni e o Pe. Julio Lancelloti se encontrou. Em um momento tão difícil como este, pelo qual passamos palavras de esperança e a presença de um Pastor com um homem santo, é sempre bem-vinda. Vivemos em um tempo que inegavelmente encontra-se perpassado pelas crises. A própria pandemia tem comprometido nossas esperanças. O cenário político nem sempre nos dá a segurança da ordem social; a ferida da corrupção parece comprometer as mais variadas esferas sociais; os excluídos vivendo dramas prolongados, e aqui se acentua o dilema da fome e da exclusão.


O encontro do Bispo do povo e o Padre dos pobres fizeram lembrar as palavras do Papa Francisco quando disse que: “A Igreja, quando busca Cristo, bate sempre à casa da Mãe que se aprende o verdadeiro discipulado”. Nossa Senhora sempre nos levará a Deus. Tais palavras foram ditas dentro da Basílica do Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida.

Mãezinha do céu, eu não sei rezar; mas queria te dizer: O povo brasileiro espera por dias melhores e não desanimaremos no anúncio do Evangelho da alegria. Com Nossa Senhora Aparecida, Mãe e Rainha de todos os brasileiros, queremos construir sociedades justas e solidárias. Que a Mãe Aparecida, com sua constante oração, nos traga dias marcados pela saúde e pela paz.

Minha devoção e meu amor por Nossa Senhora foram fundamentais para aprender a vivenciar as virtudes e a mística para construir um mundo novo. Quando, vivemos momentos sombrios e aparentemente irreconciliáveis, buscamos força na nossa fé como cristãos. E assim, quando temos fé, a esperança se torna uma certeza, se torna utopia..

No Livro do Apocalipse, vemos a figura de uma Mulher perseguida por um Dragão, o diabo (Cf. Ap 12). Esta é a imagem de Maria e da Igreja. A desolação dessa perseguição não tem a finalidade de realçar a morte, o poder derrotado do demônio, mas quer apresentar a vitória da vida. Deus nunca abandona a quem se coloca debaixo da proteção de Sua Mãe Santíssima.


São diversos os dragões que temos enfrentado ultimamente, mas o Senhor nos Deu Sua Mãe. Contamos com a intercessão Dela, temos a abundancia do vinho novo que passa por suas mãos. Uma das mais belas lições que podemos aprender com Maria é a de depositar nossa confiança em Deus, ainda que os desafios comuns da vida tentem nos fazer desconfiar do seu amor cuidador.

Nossa Senhora Aparecida, rogai por nós!

 

 

 

 

 

ARTIGO - A geração que fez a diferença! (Padre Carlos)

A geração que fez a diferença!      Decorridos tantos anos do fim da ditadura, observa-se que a geração da utopia está partindo e a nova...