Os
trabalhadores terceirizados merecem respeito!
Como
poderíamos analisar o governo progressista do PT na Bahia, será que
poderíamos de fato definir estas gestões como governos genuinamente de
esquerda? Podemos afirmar, que a falta de referência do que seria uma
política de esquerda para os governos petistas e grande parte da sua
militância, levaram todo o conjunto das forças progressistas que sempre
gravitaram em torno do partido, a refundar novos paradigma e buscar novos
caminhos?
Assim, quando
tomei conhecimento do sofrimento que estão passando os trabalhadores da
Fundação José Silveira (FJS), empresa terceirizada do Hospital Regional de
Vitória da Conquista, passei a entender que o tratamento da esquerda com os
trabalhadores terceirizados é semelhante ou pior o da oposição quando estava no
governo.
Quem
não se lembra que em meio às discussões da reforma trabalhista, uma das sanções
do governo referia-se à lei da terceirização dos postos de trabalho, que
possibilitava às empresas do país terceirizar todas as suas atividades,
inclusive aquelas relacionadas à atividade-fim.
Apesar
da esquerda não ter sujado suas mãos com esta votação, não impediu de
desfrutarem da nova ordem. Assim, o governo da Bahia passou a usar de todas as
formas “legais” a lei da terceirização em muitos setores da administração,
sendo os profissionais de saúde uma das categorias mais prejudicada. O governo passou
a criar com a nova lei uma espécie de funcionário que é publico, mas não tem
proteção do estado. Desta forma, tudo o que eles combateram ao longo dos anos
estavam jogando fora. Surgem assim neste governo, os funcionários públicos de
primeira e segunda classe.
Assim,
podemos dizer que este governo chegou à Era do Administrador. Desta forma,
gostaria de lembrar que administração é uma ciência neutra, como a engenharia e
a medicina são frias e não leva em conta se o trabalhador esta sendo explorando
ou não, seu objetivo é manter as contas em dia. Por isto, a missão do
administrador moderno é ser um político e um político moderno, ser um
administrador, ele tem de saber dosar e manter unido este grupo de interesses
conflitantes dentro da lei.
Gostaria de informar ao Governador e aos seus
representantes na nossa cidade, que nem tudo que é legal é moral. Esta frase
expressa muito bem os trabalhadores que, em decorrência desses atrasos, estão
com dificuldades de pagar suas contas e arcar com o alto preço dos alimentos,
além das denúncias das condições precárias sofridas pelos terceirizados. Nem
tudo que me é licito é legal, no sentido de moralidade. Legalidade e moralidade
nem sempre andam de mãos dadas, quais os políticos que estão defendo os
trabalhadores nesta hora? Entre o governo e os trabalhadores famintos e sem a
quem recorrer, fico com os excluídos e a minha consciência de cristão.
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