terça-feira, 12 de outubro de 2021

ARTIGO - Por que os serviços públicos do Brasil não são de qualidade? (Padre Carlos)

 

Serviços públicos de qualidade garantem a cidadania à população

 

 


Nosso serviço público sempre foi o ‘elo mais fraco’ e o ‘primo pobre na prestação de serviço que o estado e o governo oferecem aos cidadãos’. Todos nós desejamos e merecemos um serviço de qualidade por parte das administrações públicas e esta baixa qualidade deixa algumas dúvidas em relação a estas atividades. Será que é a falta de competitividade e a certeza da estabilidade são os verdadeiros fatores? O dever de lealdade deveria exigir do servidor maior dedicação ao serviço e a busca de metas para se alcançar uma melhor qualidade nestes serviços. Quando isso acontecer a ‘rivalidade público-privado’ não fará mais sentido.


Sabemos que este tema é polêmico, controverso, com opiniões divididas, que não é fácil abordar, mas é importante analisar. Não é de hoje que se discute este problema e se a esquerda e o centro não tiver coragem de debater estas questões, estará condenando as futuras gerações a conviver com este problema, por não ter coragem de botar o dedo sobre a ferida e não ter a capacidade de chegar a nenhuma conclusão definitiva.

Na área da saúde, há os que defendem de forma obcecada o setor público, agarrando-se com todas as forças as conquista do SUS, ignorando as falhas e as limitações que, no momento presente, se tornam cada vez mais evidentes. Do outro lado, temos os que pensam e defendem o contrário, isto é, que a qualidade e a excelência estão no setor privado, este se aproveita das insuficiências do serviço público para crescer e se firmar como alternativa válida para gerir a saúde dos brasileiros. 

Com o passar dos tempos, foram surgindo os grandes grupos econômicos com os seus hospitais privados, que criaram formas e canais para drenarem recursos relacionados à saúde e são hoje, segundo alguns liberais, a única solução em termos neste campo. Para isto, eles precisam desacreditar todo o nosso Sistema Único de Saúde e contam com uma imprensa coorporativa para desmontar estas conquistas.


Assim, gostaria de afirmar que neste momento, para o Estado se tornar ‘competitivo’ terá que mudar radicalmente as regras do jogo e não se apresentar na ‘competição’ como uma equipa de segunda ou terceira divisão. Se não fizer as mudanças necessárias e se prenderem ao espírito corporativista, ficará sempre como uma equipe sem grandes quadros e que se arrasta no campo segurando as glorias do passado, sujeitando-se, inclusive, a uma pesada derrota nesta competição. 

 

 

 

 

 

 

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