PV e Cidadania avançam na criação de federação partidária
Ao Presidente do PSDB,
Bruno Araújo
Não se deve ter pressa, nem tomar atalhos para sobreviver como partido,
porque senão termina vendendo a alma ao diabo. Com isto não quero dizer que se devam
recusar acordos, mas o centro precisa se distanciar da direita liberal e criar
uma identidade. Uma Federação de partidos de centro ou Social Democrata,
precisa criarem uma identidade para não se tornar ou "sucumbir ao abraço
de afogado", que significa que, em determinadas situações, quem não tem as
habilidades exigidas não deve tentar salvar um afogado em desespero, para não
morrer junto.
Se o objetivo da criação da Federação for realmente para o bem do país,
então precisamos começar pela discussão da solução para os problemas
estruturais do Brasil — que estrangulam a produção de riqueza, a mobilidade
social e o próprio exercício da cidadania — Este programa da futura federação
precisa passar inevitavelmente por entendimentos ao centro e não liberal como
trilhou o PSDB nos últimos anos. Trata-se, em primeiro lugar, de uma evidência
matemática e a perda de parlamentares e as clausulas de barreira tem demonstrado
que é necessária uma mudança de rota. Sem os votos do centro e quando falo isto, não
me refiro ao centrão, é impossível levar avante as reformas que exigem uma
revisão constitucional.
Precisamos construir um grande
pacto com as forças democráticas e não criar novas polarizações, para garantir
que as reformas que o país precisa não sejam revertidas a cada início de
legislatura.
Para abraçar novas oportunidades, é preciso estar fortalecido
internamente, afinal, toda força vem de dentro para fora. Por isto, as
eleições do ano que vem, abrem um novo ciclo para o centro "se levantar e
ter a força" para resgatar os serviços públicos que fazem a democracia.
O novo ciclo que estas eleições abrem, não é para se discutirem entendimentos
da criação de uma federação para que fique tudo na mesma, mas sim para o centro
se levantar e ter a força para resgatar salários, pensões, saúde, educação e
justiça. Para se reconciliarem com as massas. Estas eleições devem servir um
novo ciclo para discutir o país que se quer e construir uma correlação de forças
que responda às necessidades das pessoas e do país.
Precisamos de um novo ciclo que não se esqueça do Brasil que voltou ao
mapa da fome. Dos 7,5 milhões de brasileiros que estão abaixo da linha da
miséria. Essa defesa é necessária para reconstruir o país arrasado pelo governo Bolsonaro, a falta
de renda que atinge em cheio mais de 14 milhões de desempregados. Na nação que
já celebrou a redução da miséria, falta até mesmo esperança em dias melhores e
acessível a todos
Só um bloco de centro pode fazer toda a diferença, num tempo de exigência
dos que não desistem do Brasil, que assumem a responsabilidade de responder às
crises do nosso tempo e que não se conformam com as desigualdades.