domingo, 5 de dezembro de 2021

ARTIGO - Precisamos trazer a Ética para a Política (Padre Carlos)

 

Alguns políticos vivem para a Política, enquanto outros vivem da Política





Uma das coisas que aprendi nestes mais de quarenta anos de luta, é que alguns homens e mulheres vivem para Política, enquanto outros vivem da política. Assim, não poderia deixar de chamar a atenção dos leitores: será que ainda existe Ética na Política? Será que o poder econômico corrompeu a Érica?


Para o político exercer esta atividade e trabalhar as questões políticas e econômicas, é necessário a intervenção da ética justa e solidária. Temos o dever de pautar nossa vida e nossas ações dentro de uma dimensão ética para que se possa proporcionar a convivência numa sociedade plural, mantendo a democracia e não buscando limites ou abrindo mão não só da idéia de Estado de Direito democrático, mas de nossos sonhos.

A articulação entre Ética e Política traduz-se numa reflexão irrenunciável sobre o valor da existência humana, que evidencia a força da Ética, como um paradigma incontornável de representação e transformação da sociedade, quando assumida pelo homem como determinante nas suas escolhas.

É fundamental estimular nossa juventude, incutindo uma consciência cívica, orientando-o para consensos livres e racionais, como caminho para outros padrões de vida, inspirados numa atitude responsável que, no plano político, se repercute no afrontamento entre Ética e Política. É decisivo sensibilizarmos os mais jovens para as questões políticas e demonstrar o quanto são determinantes a ética nas suas vidas e nas suas decisões políticas. Compete a cada um de nós exercermos um papel ativo e participado na sociedade onde estamos inseridos. 

A Ética e a Política estão profundamente ligadas. As questões da justiça, da liberdade, dos direitos humanos, da igualdade e da repartição de bens, implicam a necessidade de construir um dever ético baseado na responsabilidade e racionalidade, de onde resultará a experiência do dever, e se traduz num mundo melhor, com melhores pessoas.

A classe política brasileira tem demonstrado através dos seus atos e votos no parlamento, que não tem nenhuma condição de assegurar o interesse público, suas causas e interesses fogem dos limites da moral política, sobra voto e falta legitimidade para decidir individualmente perante cada situação, sempre que tenha em vista o bem dos cidadãos. 

Vivemos uma das maiores crises de confiança que afeta as relações entre os cidadãos e as classes políticas, eleições após eleições os números da abstenção são cada vez mais preocupantes, os cidadãos deixaram de acreditar nas instituições e nos políticos.

Há menos de dois meses, uma pesquisa que pretendia conhecer o grau de confiança dos brasileiros nas instituições, revelou que a grande maioria da população não conhece os partidos e os políticos que representam, também revelou que eles não sabem o que seus políticos fazem como atua, quem são os seus responsáveis – ora quanto maior for o desconhecimento, maior será o nível de desconfiança.

Será que a maioria dos conquistenses sabe que pode participar das sessões da Câmara Municipal? É imperioso aproximar os cidadãos das Instituições e dos seus representantes e dos órgãos públicos.


Esta crise de confiança poderá resultar das diferentes formas de se fazer política, ou se vive para a Política ou se vive da Política – se os representantes de cargos políticos escolherem viver para a política atuarão com total desprendimento e o único objetivo é o bem comum, o servir uma causa. Se, pelo contrário, viverem da política, então teremos um político que visa só os seus interesses. Estes representantes costumam comportar-se no exercício do poder como se ali estivessem para cuidar dos próprios interesses e não da coisa pública


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