quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

ARTIGO - O fenômeno das maiorias silenciosas, (Padre Carlos)

 

As minorias silenciosas

 


Quem se move na estrutura de poder precisa compreender que a melhor oposição não é aquela que grita mais alto, a que escolhe fazer valer os seus argumentos pelo tom de voz exacerbado, mas aquela que tem argumentos e se utiliza da qualidade dos seus quadros para compensar o número reduzido de militante.

         A oposição precisa ter um papel mais aguerrido no governo da prefeita, Sheila Lemos. Como articulista e observador, faço aqui uma crítica ao desempenho destes partidos nos últimos meses. A oposição até hoje não teve capacidade de apresentar um plano alternativo de governo para o município, com sua ideologia e suas metas claras e fáceis de serem entendidas pela sociedade. Nem sequer defende a parte boa de seu legado durante o período dos vinte anos no qual foi governo. Na verdade, a oposição precisa ser oposição. Por menor que seja, tem que estar presente e tem que exercitar o seu papel.

O dilema da oposição são os autos índice de aprovação deste governo. Com menos de um ano de administração, a atuação da prefeita de Vitória da Conquista, Sheila Lemos (DEM/BA) já é considerada destaque pela população, segundo pesquisas de opinião pública divulgadas pelos órgãos de imprensa. Foi feito nos últimos dias, três levantamentos, realizadas por empresas de pesquisa diferentes e todas elas apontam que a gestão conduzida pela prefeita tem aprovação de mais de dois terços da população.

Dentro desta nova conjuntura, o partido que governou esta cidade por duas décadas, terá que abrir mão de antigas certezas e deixar de se enxergar apenas como protagonista hegemônico da oposição: Se quiser sobreviver a esta furação chamada Sheila Lemos. Assim, precisa ter uma atitude diferente da que tem tido nos últimos anos e passar a ter uma postura de coordenação colegiada onde todos os partidos de esquerda com suas lideranças possam expressar seu pensamento. Não falo apenas de eleição, mas no dia-a-dia, na militância na participação do governo. Precisa dialogar e tirar uma pauta comum com PCdoB e o PSB. Tem que trabalhar de maneira unificada na Câmara de vereadores e na estrutura de poder do estado.

Quando levanto estas questões, me refiro a este fenômeno das maiorias silenciosas, aquelas que decidem eleições e que terminam se sujeitando aos arbítrios dos viciados aparelhos partidários, cada vez mais condicionados pelas suas visões interesseiras e pessoais, defasados de umas preocupações que os transcendem. Nas noites eleitorais não são minorias, estas maiorias não celebram em êxtase. Afinal, estão habituadas a carregar pianos e a agitar bandeiras e apenas fizeram o que lhes competia.

Na verdade, o bloco de oposição reflete o que se passa na vida real e os partidos de oposição estão perdidos e divididos por falta de uma liderança. Ela precisa ter inteligência, sapiência e coerência. Precisa ter um projeto consolidado que ajude todos os partidos e não apenas poucos mandatos ao longo dos tempos. Este projeto precisa está devidamente apoiado, onde se escondem as melhores ferramentas para o reconhecimento junto das maiorias silenciosas. As que deveriam decidir tudo e que surgem quando é necessário.

 

 

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