As minorias
silenciosas
Quem se move na estrutura de poder precisa
compreender que a melhor oposição não é aquela que grita
mais alto, a que escolhe fazer valer os seus argumentos pelo tom
de voz exacerbado, mas aquela que tem argumentos e se utiliza da qualidade
dos seus quadros para compensar o número reduzido de militante.
A oposição precisa ter um papel mais aguerrido no governo da prefeita,
Sheila Lemos. Como articulista e observador, faço aqui uma crítica ao desempenho
destes partidos nos últimos meses. A oposição até hoje não teve capacidade
de apresentar um plano alternativo de governo para o município, com sua
ideologia e suas metas claras e fáceis de serem entendidas pela sociedade. Nem
sequer defende a parte boa de seu legado durante o período dos vinte anos no
qual foi governo. Na verdade, a oposição precisa ser oposição. Por
menor que seja, tem que estar presente e tem que exercitar o seu papel.
O dilema da
oposição são os autos índice de aprovação deste governo. Com menos de um ano de administração, a atuação da prefeita de Vitória
da Conquista, Sheila Lemos (DEM/BA) já é considerada destaque pela população, segundo pesquisas
de opinião pública divulgadas pelos órgãos de imprensa. Foi feito nos últimos dias,
três levantamentos, realizadas por empresas de pesquisa diferentes e todas elas
apontam que a gestão conduzida pela prefeita tem aprovação de mais de dois
terços da população.
Dentro desta nova conjuntura, o partido que governou
esta cidade por duas décadas, terá que abrir mão de antigas certezas e deixar de
se enxergar apenas como protagonista hegemônico da oposição: Se quiser
sobreviver a esta furação chamada Sheila Lemos. Assim, precisa ter uma atitude
diferente da que tem tido nos últimos anos e passar a ter uma postura de
coordenação colegiada onde todos os partidos de esquerda com suas lideranças
possam expressar seu pensamento. Não falo apenas de eleição, mas no dia-a-dia,
na militância na participação do governo. Precisa dialogar e tirar uma pauta
comum com PCdoB e o PSB. Tem que trabalhar de maneira unificada na Câmara de
vereadores e na estrutura de poder do estado.
Quando levanto estas questões, me refiro a este fenômeno
das maiorias silenciosas, aquelas que decidem eleições e que terminam se
sujeitando aos arbítrios dos viciados aparelhos partidários, cada vez mais
condicionados pelas suas visões interesseiras e pessoais, defasados de umas
preocupações que os transcendem. Nas noites eleitorais não são minorias, estas
maiorias não celebram em êxtase. Afinal, estão habituadas a carregar pianos e a
agitar bandeiras e apenas fizeram o que lhes competia.
Na verdade, o bloco de oposição reflete o que se passa
na vida real e os partidos de oposição estão perdidos e divididos por falta de
uma liderança. Ela precisa ter inteligência, sapiência e coerência. Precisa ter
um projeto consolidado que ajude todos os partidos e não apenas poucos mandatos
ao longo dos tempos. Este projeto precisa está devidamente apoiado, onde se
escondem as melhores ferramentas para o reconhecimento junto das maiorias
silenciosas. As que deveriam decidir tudo e que surgem quando é necessário.
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