Alguns
políticos vivem para a Política, enquanto outros vivem da Política
Uma das coisas que aprendi nestes mais de
quarenta anos de luta, é que alguns homens e mulheres vivem para Política,
enquanto outros vivem da política. Assim, não poderia deixar de chamar a
atenção dos leitores: será que ainda existe Ética na Política? Será que o poder
econômico corrompeu a Érica?
Para o político exercer esta atividade e
trabalhar as questões políticas e econômicas, é necessário a intervenção da
ética justa e solidária. Temos o dever de pautar nossa vida e nossas ações
dentro de uma dimensão ética para que se possa proporcionar a convivência numa
sociedade plural, mantendo a democracia e não buscando limites ou abrindo mão
não só da idéia de Estado de Direito democrático, mas de nossos sonhos.
A articulação entre Ética e Política
traduz-se numa reflexão irrenunciável sobre o valor da existência humana, que
evidencia a força da Ética, como um paradigma incontornável de representação e
transformação da sociedade, quando assumida pelo homem como determinante nas
suas escolhas.
É fundamental estimular nossa juventude,
incutindo uma consciência cívica, orientando-o para consensos livres e
racionais, como caminho para outros padrões de vida, inspirados numa atitude
responsável que, no plano político, se repercute no afrontamento entre Ética e
Política. É decisivo sensibilizarmos os mais jovens para as questões políticas
e demonstrar o quanto são determinantes a ética nas suas vidas e nas suas decisões
políticas. Compete a cada um de nós exercermos um papel ativo e participado na
sociedade onde estamos inseridos.
A Ética e a Política estão profundamente
ligadas. As questões da justiça, da liberdade, dos direitos humanos, da
igualdade e da repartição de bens, implicam a necessidade de construir um dever
ético baseado na responsabilidade e racionalidade, de onde resultará a
experiência do dever, e se traduz num mundo melhor, com melhores pessoas.
A classe política brasileira tem demonstrado
através dos seus atos e votos no parlamento, que não tem nenhuma condição de assegurar
o interesse público, suas causas e interesses fogem dos limites da moral
política, sobra voto e falta legitimidade para decidir individualmente perante
cada situação, sempre que tenha em vista o bem dos cidadãos.
Vivemos uma das maiores crises de confiança
que afeta as relações entre os cidadãos e as classes políticas, eleições após
eleições os números da abstenção são cada vez mais preocupantes, os cidadãos
deixaram de acreditar nas instituições e nos políticos.
Há menos de dois meses, uma pesquisa que
pretendia conhecer o grau de confiança dos brasileiros nas instituições,
revelou que a grande maioria da população não conhece os partidos e os
políticos que representam, também revelou que eles não sabem o que seus
políticos fazem como atua, quem são os seus responsáveis – ora quanto maior for
o desconhecimento, maior será o nível de desconfiança.
Será que a maioria dos conquistenses sabe
que pode participar das sessões da Câmara Municipal? É imperioso aproximar os
cidadãos das Instituições e dos seus representantes e dos órgãos públicos.
Esta crise de confiança poderá resultar das
diferentes formas de se fazer política, ou se vive para a Política ou se vive
da Política – se os representantes de cargos políticos escolherem viver para a
política atuarão com total desprendimento e o único objetivo é o bem comum, o
servir uma causa. Se, pelo contrário, viverem da política, então teremos um
político que visa só os seus interesses. Estes representantes costumam comportar-se
no exercício do poder como se ali estivessem para cuidar dos próprios
interesses e não da coisa pública