Estão dando o governo para ACM Neto.
Nunca pensei que depois de mais de quarenta
anos fazendo política, pudesse vê um partido de joelho diante de suas
lideranças e entregando para oposição um governo que em 16 anos revolucionou a
Bahia. Quando falo isto, me refiro a omissão do seu diretório e a falta de
vontade política das suas lideranças. O PT não quer mais governar, isto é um
fato diante das posições que vem tomando nos últimos dias, assim só resta
compor uma chapa sem perspectiva de vitória e entregar de mão beijada para
oposição e a ACM Neto o governo do estado.
Mas porque estou falando isto? Um dos fatos
que chamou minha atenção nesta manhã foi à pesquisa da Real Time Big Data divulgada
nesta quarta-feira (23), ela mostra o quanto à posição dos lideres petista está
equivocada. Os últimos acontecimentos políticos mostram que a disputa pelo
Governo do Estado e pelos demais cargos em disputa já começou, com os grupos
políticos em constante movimento. Na situação, em especial no PT de Wagner e
Rui, os fatos revelam a necessidade de mais capilaridade
para ser competitiva e também as dificuldades típicas da política baiana para
formar um grupo coeso e significativo.
Diante
de uma nova composição na chapa governista, o instituto de pesquisa resolveu
fazer uma consulta mostrando dois cenários, em que os nomes dos candidatos são
apresentados. O fato mais surpreendente foi quando ao apresentar o senador
Jaques Wagner à vantagem da oposição não seria tão grande e com a força da
militância e do Presidente Lula poderia ser revertida. Desta forma, quando o
senador aparece como candidato a governador, ACM Neto aparece com 45% das
intenções de votos, contra 30% do petista. Uma diferença de 15 pontos em um
cenário onde não começou a campanha e Lula ainda não foi acionada para vincular
a imagem das mudanças.
Quando o candidato da situação é o senador
Otto Alencar (PSD), ACM Neto dispara para 48% de preferência e com tendência na
margem de erro de ganhar no primeiro turno, contra 17% do presidente estadual
do PSD. O início do ano eleitoral começa a mostrar ao governador e seu grupo no
Estado a necessidade de contornar contradições para agregar partidos,
parlamentares e prefeitos em nome de uma candidatura competitiva e isto só
acontecerá se o galego tiver o mesmo olhar de falcão que tinha em 2006. Outra
questão bastante delicada é a divisão dentro e fora do seu partido, não basta
disputar a eleição com o PSD é preciso ter um candidato competitivo e ganhar.
Avaliando o espectro político, as
dificuldades estão claras e demandam habilidades políticas para serem
superadas. A primeira é em relação ao arco de alianças para o pleito e a falta
de vagas na chapa majoritária. Há a necessidade de a pré-candidatura de Wagner (PT)
pela facilidade da sua liderança e carisma, formatar o apoio das legendas, uma
dificuldade que o grupo ao centro direita encontraria com certeza.
Quando uma espada em forma de caneta paira
sobre as cabeças de muitas lideranças e dirigente partidário o
silêncio ensurdecedor da Executiva, do Diretório, dos dep. federais e
estaduais me fizeram lembrar uma frase: O que é melhor morrer em pé ou viver de
joelhos?
Faço esta pergunta porque ela tem um profundo
significado revolucionário, que exige insubordinação, insurreição
e luta baseadas em ideais de justiça e igualdade. Nesse
sentido, invoca certo senso de heroísmo, de sacrifício na batalha, em vez de
submissão e conformidade com um sistema cartorial.