domingo, 13 de fevereiro de 2022

ARTIGO - Federação ou embrião de um novo partido? (Padre Carlos)

 


Federação ou embrião de um novo partido?

 

 




 

Muitos partidos têm discutido neste início de ano a importância da Lei Haroldo Lima e seus benefícios na formação de uma cultura onde a ética e a fidelidade aos programas partidários seja levada, mas a sério. Assim, em sua primeira reunião em 2022, a Direção Nacional do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), debateu na sua primeira reunião anual o avanço na construção da federação partidária e sua importância.

Em primeiro lugar, gostaria de dizer que criar uma federação com diversos partidos de centro esquerda, não vai ser uma tarefa fácil, mas neste momento de crise precisamos encantar e reencantar a esquerda e o centro esquerda para que novas utopias possam nascer.  Este bloco tem duas opções, desistir de ser protagonista ou ser ousado e encontrar uma nova solução para vencer as crises que se abateram na esquerda em todo o mundo, entre elas a de utopias.

Por isto, tem de ter um mínimo de identidade entre os programas partidários, não basta vontade política se tiver programas muito diferentes. Eu acredito que neste momento em que estamos sob ataque do fascismo, as diferenças em questões conjunturais deveria ser menos importantes que em questões programáticas.

Esta federação para dar certo tem de ter um mínimo de identidade entre os programas partidários. Vejo uma identidade maior entre o PT, PSB e PCdoB, afinal essa proximidade existe, basta ver a atuação no parlamento, não por acaso PSB e o PCdoB se aliam ao PT desde 1989.

O que não podemos é usar a federação de forma errada para resolver problemas de curto prazo. Os partidos se preocuparam muito em se juntar olhando a eleição e não estão pensando em como vão votar em uma reforma da previdência, administrativa, tributária, imposto de grandes fortunas e etc. 

A federação tem que ser pensada em um projeto de médio e longo prazo para que possamos criar um projeto de nação. A junção das siglas é uma boa estratégia para aumentar as bancadas partidárias e ter mais governabilidade. É possível manter coerência porque a federação é o encontro de partidos que devem ter o mesmo programa estatutário e defendem a mesma linha ideológica. 

Para finalizar, gostaria de deixar claro que esta nova formatação na ação partidária não será a solução para acabar com todos os conflitos entre estes partidos. As divergências não vão acabar se a federação existir, temos proximidades e são elas que nos une, mas não somos iguais e nem queremos ser, cada partido tem suas próprias identidades. 

 


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