Federação ou embrião de um novo partido?
Muitos partidos têm discutido neste início de ano a importância
da Lei Haroldo Lima e seus benefícios na formação de uma cultura onde a ética e
a fidelidade aos programas partidários seja levada, mas a sério. Assim, em sua primeira
reunião em 2022, a Direção Nacional do Partido Comunista do Brasil (PCdoB),
debateu na sua primeira reunião anual o avanço na construção da
federação partidária e sua importância.
Em primeiro lugar, gostaria de dizer que criar uma
federação com diversos partidos de centro esquerda, não vai ser uma tarefa
fácil, mas neste momento de crise precisamos encantar e reencantar a esquerda e
o centro esquerda para que novas utopias possam nascer. Este bloco tem duas
opções, desistir de ser protagonista ou ser ousado e encontrar uma nova solução
para vencer as crises que se abateram na esquerda em todo o mundo, entre elas a
de utopias.
Por isto, tem de ter um mínimo de identidade entre os
programas partidários, não basta vontade política se tiver programas muito
diferentes. Eu acredito que neste momento em que estamos sob ataque do
fascismo, as diferenças em questões conjunturais deveria ser menos importantes que
em questões programáticas.
Esta federação para dar certo tem de ter um mínimo de
identidade entre os programas partidários. Vejo uma identidade maior
entre o PT, PSB e PCdoB, afinal essa proximidade existe, basta ver a atuação no
parlamento, não por acaso PSB e o PCdoB se aliam ao PT desde 1989.
O que não
podemos é usar a federação de forma errada para resolver problemas de curto
prazo. Os partidos se preocuparam muito em se
juntar olhando a eleição e não estão pensando em como vão votar em uma reforma
da previdência, administrativa, tributária, imposto de grandes fortunas e etc.
A federação tem que ser pensada em um projeto de médio e longo prazo
para que possamos criar um projeto de nação. A junção das siglas é uma boa
estratégia para aumentar as bancadas partidárias e ter mais governabilidade. É
possível manter coerência porque a federação é o encontro de partidos que devem
ter o mesmo programa estatutário e defendem a mesma linha ideológica.
Para finalizar, gostaria de deixar
claro que esta nova formatação na ação partidária não será a solução para
acabar com todos os conflitos entre estes partidos. As divergências não vão
acabar se a federação existir, temos proximidades e são elas que nos une, mas
não somos iguais e nem queremos ser, cada partido tem suas próprias identidades.
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