Em política os erros não tem perdão
Se existe uma arte
que não perdoa erros, esta com certeza é a política. Digo isto, porque nem
todos sabem honrar compromissos, manter amigos, respeitando e tendo
consideração. Por isto a arrogância e a autossuficiência dos dirigentes do
Partido dos Trabalhadores quando em um programa de rádio na capital baiana anunciou
as alterações na chapa majoritária sem discutir ou pelo menos comentar primeiro
com a base aliada, além de um erro primário, deixa dúvidas se realmente o
partido que se diz pragmática, quer realmente continuar governando o estado.
Com este comportamento pensei quais seriam os
verdadeiros motivos que levaram o senador Jaques Wagner, a cometer esta garfe e se seu objetivo
era mesmo manter a base do governo unida? Quem tem décadas de vivencia no meio
político e capacidade de negociar, saberia que aquela fala não condiz com quem
tem a tradição de sentar para negociar com os que têm “fome de leão”.
Mesmo sabendo
que não é de hoje que as articulações do deputado federal Cacá Leão, tenciona deixar Rui e passar para a base do ex-prefeito de
Salvador, ACM Neto (União Brasil), não tivemos cuidado e agora vamos pagar
caro. Cacá cultivou entre os correligionários o desejo de abandonar o barco e
agora conseguiu porque o velho Leão tem uma visão acumuladas de anos e enxergou
uma fragilidade do PT e a falta de liderança com a saída dos dois senadores das
disputas.
Quando Neto seduz
os Leões, ele leva em conta dois fatores: primeiro que a União Brasil ou o antigo
DEM é um partido com pior índice de evolução nas prefeituras baianas nas últimas cinco eleições; já o PP é o
segundo partido no estado com o maior número de prefeitura. O segundo está
relacionado com a necessidade que ACM Neto tem de deslocar a base do seu
adversário para conseguir vencer. Assim, o Neto da cabeça branca segue a cartilha do nosso pensador
italiano que ensinava que o príncipe audaz deve tentar “dividir para
governar” (ou reinar). “Divide et impera” – orientava-o.
O primeiro erro de Rui e Wagner foi achar que a direita na Bahia estava morta, ao ponto
de ser ingênuo e querer abrir mão da hegemonia na frente. Isto só não aconteceu
porque o senador Otto (PSD) não aceitou. Precisávamos do PP, como precisamos do PSD, e seria natural sentar para negociar, o que os lideres petistas não poderia ter feito era entrar em campo com um time reserva e querer que
sua torcida batesse palma.