Como diria Garrincha: “Tá legal, seu Wagner… mas o senhor já combinou tudo isso com os russos?”
O
imbróglio que se formou em torno da definição da chapa majoritária, do PT na
Bahia, está longe de chegar ao fim. Depois de ter ouvido a reportagem em que o
vice-governador deixa claro o motivo do rompimento com o PT e quem na verdade
foi o grande responsável pela implosão da aliança entre os dois partidos, me
fez escrever este artigo. Na verdade o problema foi à falta de transparência nas
negociações e a certeza que as correntes internas e os partidos de esquerda da
base aceitariam a proposta acordada pela cúpula, mas esqueceu um detalhe: “Tá
legal, seu Feola… mas o senhor já combinou tudo isso com os russos?” Não
combinou com as bases.
Nesta segunda-feira (14), o PP oficializou
o rompimento da aliança de 14 anos com o Partido dos Trabalhadores na Bahia.
Para alguns petistas isto foi motivo de alegria e comemoração, para quem conhece
política, isto é motivo de preocupação. As alianças se parecem muito com uma
relação amorosa. Não são poucas as
pessoas que se dizem apaixonadas e vivem enchendo o par de elogios, inclusive
publicamente e nas redes sociais, se transformarem completamente depois que o
namoro ou casamento acaba, partindo para críticas, comentários pejorativos,
indiretas e até chacotas. Assim, as alianças têm muito destes comportamentos.
Desta forma, devemos ter mais consideração pelos partidos da aliança e entender
que uma relação de quatorze anos não termina em uma semana. Tanto é verdade que
o vice-governador João Leão, presidente do PP na Bahia, garantiu nesta
terça-feira (15) que, independente da chapa na qual esteja, quer manter o apoio
ao ex-presidente Lula (PT) na disputa eleitoral de 2022.
Na verdade, o PP alega que houve uma quebra
do acordo, que seria da seguinte forma: Otto Alencar deixaria o Senado para
concorrer ao governo estadual; Rui Costa tentaria a vaga no Senado com grandes
chances, e, o vice João Leão assumiria no entre abril e dezembro, encerrando a
carreira como governador. Este fato levou João Leão (PP) a entregar uma carta
onde pediu ao governador Rui Costa (PT) a exoneração do cargo de secretário do
Planejamento da Bahia, que acumulava concomitantemente ao de vice-governador.
Isto tem levado a militância achar que
estão livres de fazer alianças com o centro e a direita e falam aos quatro
cantos que o PP esta dividido, que a maioria dos prefeitos acompanhará o
governador. Tem pessoas que choram
porque as rosas têm espinhos. Tem outras que ficam contentes porque os espinhos
têm rosas. O que está rachado, a base do governador e sua aliança de 14 anos ou
o PP. Tudo é uma questão de ponto de vista. Depende do ângulo que você vê a
questão.