quarta-feira, 16 de março de 2022

ARTIGO - Wagner e Rui tinha um projeto, mas esqueceram um detalhe: combinar com a base petista e com os aliados. (Padre Carlos)

 


Como diria Garrincha: “Tá legal, seu Wagner… mas o senhor já combinou tudo isso com os russos?”

 


         O imbróglio que se formou em torno da definição da chapa majoritária, do PT na Bahia, está longe de chegar ao fim. Depois de ter ouvido a reportagem em que o vice-governador deixa claro o motivo do rompimento com o PT e quem na verdade foi o grande responsável pela implosão da aliança entre os dois partidos, me fez escrever este artigo. Na verdade o problema foi à falta de transparência nas negociações e a certeza que as correntes internas e os partidos de esquerda da base aceitariam a proposta acordada pela cúpula, mas esqueceu um detalhe: “Tá legal, seu Feola… mas o senhor já combinou tudo isso com os russos?” Não combinou com as bases.

Nesta segunda-feira (14), o PP oficializou o rompimento da aliança de 14 anos com o Partido dos Trabalhadores na Bahia. Para alguns petistas isto foi motivo de alegria e comemoração, para quem conhece política, isto é motivo de preocupação. As alianças se parecem muito com uma relação amorosa.  Não são poucas as pessoas que se dizem apaixonadas e vivem enchendo o par de elogios, inclusive publicamente e nas redes sociais, se transformarem completamente depois que o namoro ou casamento acaba, partindo para críticas, comentários pejorativos, indiretas e até chacotas. Assim, as alianças têm muito destes comportamentos. Desta forma, devemos ter mais consideração pelos partidos da aliança e entender que uma relação de quatorze anos não termina em uma semana. Tanto é verdade que o vice-governador João Leão, presidente do PP na Bahia, garantiu nesta terça-feira (15) que, independente da chapa na qual esteja, quer manter o apoio ao ex-presidente Lula (PT) na disputa eleitoral de 2022.

Na verdade, o PP alega que houve uma quebra do acordo, que seria da seguinte forma: Otto Alencar deixaria o Senado para concorrer ao governo estadual; Rui Costa tentaria a vaga no Senado com grandes chances, e, o vice João Leão assumiria no entre abril e dezembro, encerrando a carreira como governador. Este fato levou João Leão (PP) a entregar uma carta onde pediu ao governador Rui Costa (PT) a exoneração do cargo de secretário do Planejamento da Bahia, que acumulava concomitantemente ao de vice-governador.

Isto tem levado a militância achar que estão livres de fazer alianças com o centro e a direita e falam aos quatro cantos que o PP esta dividido, que a maioria dos prefeitos acompanhará o governador.  Tem pessoas que choram porque as rosas têm espinhos. Tem outras que ficam contentes porque os espinhos têm rosas. O que está rachado, a base do governador e sua aliança de 14 anos ou o PP. Tudo é uma questão de ponto de vista. Depende do ângulo que você vê a questão.


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