Como
surgiu a era petista em Conquista
Prezado
Bira
Quando você com sua sabedoria e
conhecimento histórico, relatou como Carlos Botelho chegou à reitoria da UESB,
passei a entender que cada história carrega consigo uma lição, um
ensinamento, que as pessoas devem aprender e respeitar ao longo de suas vidas.
É também contando e ouvindo histórias que resgatamos nossas memórias
culturais, políticas e afetivas, fundamentais para descobrir quem somos e como
lidamos com os outros. Por
isto faço questão de criar memória e buscar partilhar com você. No final de 91
fui convidado por Dom Celso para fazer parte da diocese e desta forma, fui
morar e ajudar o Pe. Vasco na Paróquia de São Miguel, no Alto Maron. Naquela
época o prefeito de Vitória da Conquista era Murilo Mármore e já tinham
articulado a Volta de Pedral para as eleições do ano seguinte. Como cantava o
poeta Xangai “volta Pedral”.
Em março de 92 fui procurado pelo amigo
Novais que tinha militado muitos anos comigo no PCdoB, para conversar sobre
política e lembrar os velhos tempos. Na oportunidade, ele me confidenciou que
apesar do PT querer lançar o seu nome, ele estava se sentindo cansado e
desgastado devido ao seu péssimo desempenho na eleição de 90. Falamos sobre
várias coisas, inclusive a posição de Rui e a falta que ele fazia ao grupo.
Dois meses depois, meu amigo veio a
falecer, um infarto fulminante que levou a uma morte súbita. Além de perder um
amigo e um dos melhores quadros da política da esquerda baiana, não tínhamos
mais um candidato para disputar as eleições daquele ano. Reunimos ainda com o
coração partido guardamos o nosso luto e fomos atrás de outro quadro para
compor a chapa majoritária. Assim, convidamos Valdenor Pereira, para esta
tarefa. Infelizmente, Nonô não aceitou, segundo ele, seus planos era militar
dentro da UESB, para criar condições de ser reitor.
Sem Zé Novais e agora, sem Nonô, ficamos
sem um quadro que pudesse apresentar como cabeça de chapa. Alguém não me lembro
agora, citou o nome do médico de sindicato que estava pensando em sair
candidato a vereador pelo partido Verde. Desta forma, fomos ao encontro de
Guilherme e convidamos para fazer parte da chapa majoritária. Diante disso, na
eleição de 1992, o candidato era do PV e seu vice era do PT, o professor José
Raimundo.
Sabíamos que era uma luta inglória e que J. Pedral era imbatível, o que não esperávamos era que a votação que Guilherme teve lhe credenciaria não só para ser um forte candidato a dep. Estadual, como estaria criando as condições de uma nova era