domingo, 27 de março de 2022

ARTIGO - O fim do "carreirismo eclesiástico". (Padre Carlos)

 


"Praedicate evangelium" (Pregai o Evangelho).

 

Exatamente no dia em que se comemorou os nove anos do início do seu Pontificado, em 19 de março, o Papa Francisco publicou a Constituição Apostólica "Praedicate evangelium" (Pregai o Evangelho). Neste documento, Francisco busca dar continuidade a sua reforma  buscando meios para que a da Cúria Romana seja ocupada por religiosos comprometidos com uma Igreja menos romana e mais universal.

O documento que traz no título e no seu conteúdo uma mensagem clara busca demostrar a importância da missão confiada por Jesus aos seus discípulos: Evangelizar. Algo que todos sabem, mas que tantas vezes é esquecido nos mais diversos setores da Igreja e, também, na Cúria. Por isso o Papa se viu obrigado a recordar que isto se trata de um "espírito de serviço".

Não haverá reforma sem que aconteça de verdade uma renovação na Cúria Romana e para que isto aconteça é necessário que haja uma "conversão missionária" dos seus dirigentes e dos que nela trabalham. Todos aqueles que venham a ser escolhidos para integrar a Cúria devem ter como carismas e dons, uma "vida espiritual, boa experiência pastoral, sobriedade de vida e amor aos pobres, espírito de comunhão e de serviço, competência nos assuntos que são confiados, capacidade de discernir os sinais dos tempos".

Definir alguns critérios para a escolha dos cardiais é uma das maiores avanços deste documento. Mas configura, também, uma das maiores dificuldades em colocar em prática.

Na verdade o documento busca barra que pessoas que não estão em comunhão com o conjunto da Igreja possa assumir cargos de tão alta relevância, também, formas de cercear o "carreirismo eclesiástico", colocando o limite de cinco anos como período de serviço na Cúria, excecionalmente renovável por mais cinco. Mas a mudança só será eficaz se, de fato, o modo padrão de exercer todo o encargo pastoral não possa passar por afirmações de poder ou em benefício próprio. O padrão terá de ser o serviço ao outro, particularmente aos "mais pobres, doentes e sofredores", como afirma o Papa.

 

 

 

 

 


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