segunda-feira, 28 de março de 2022

ARTIGO - Como surgiu a era petista em Conquista (Padre Carlos)

 


Como surgiu a era petista em Conquista

 


Prezado Bira

Quando você com sua sabedoria e conhecimento histórico, relatou como Carlos Botelho chegou à reitoria da UESB, passei a entender que cada história carrega consigo uma lição, um ensinamento, que as pessoas devem aprender e respeitar ao longo de suas vidas. É também contando e ouvindo histórias que resgatamos nossas memórias culturais, políticas e afetivas, fundamentais para descobrir quem somos e como lidamos com os outros. Por isto faço questão de criar memória e buscar partilhar com você. No final de 91 fui convidado por Dom Celso para fazer parte da diocese e desta forma, fui morar e ajudar o Pe. Vasco na Paróquia de São Miguel, no Alto Maron. Naquela época o prefeito de Vitória da Conquista era Murilo Mármore e já tinham articulado a Volta de Pedral para as eleições do ano seguinte. Como cantava o poeta Xangai “volta Pedral”.

Em março de 92 fui procurado pelo amigo Novais que tinha militado muitos anos comigo no PCdoB, para conversar sobre política e lembrar os velhos tempos. Na oportunidade, ele me confidenciou que apesar do PT querer lançar o seu nome, ele estava se sentindo cansado e desgastado devido ao seu péssimo desempenho na eleição de 90. Falamos sobre várias coisas, inclusive a posição de Rui e a falta que ele fazia ao grupo.

Dois meses depois, meu amigo veio a falecer, um infarto fulminante que levou a uma morte súbita. Além de perder um amigo e um dos melhores quadros da política da esquerda baiana, não tínhamos mais um candidato para disputar as eleições daquele ano. Reunimos ainda com o coração partido guardamos o nosso luto e fomos atrás de outro quadro para compor a chapa majoritária. Assim, convidamos Valdenor Pereira, para esta tarefa. Infelizmente, Nonô não aceitou, segundo ele, seus planos era militar dentro da UESB, para criar condições de ser reitor.

Sem Zé Novais e agora, sem Nonô, ficamos sem um quadro que pudesse apresentar como cabeça de chapa. Alguém não me lembro agora, citou o nome do médico de sindicato que estava pensando em sair candidato a vereador pelo partido Verde. Desta forma, fomos ao encontro de Guilherme e convidamos para fazer parte da chapa majoritária. Diante disso, na eleição de 1992, o candidato era do PV e seu vice era do PT, o professor José Raimundo.

Sabíamos que era uma luta inglória e que J. Pedral era imbatível, o que não esperávamos era que a votação que Guilherme teve lhe credenciaria não só para ser um forte candidato a dep. Estadual, como estaria criando as condições de uma nova era

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