Por
que o Brasil fracassou?
As obrigações de produzir um artigo nos impõe
às vezes uma posição árdua, difícil de cumprir. Pior ainda é quando elas se
chocam com nossas posições política e envolvem desejos e paixões. Aí sim é
preciso ter força de vontade, que, reconheçamos, nem sempre possuirmos. Porque,
afinal, o articulista não é de ferro! Podemos dizer que desde o golpe
parlamentar disfarçado de impeachment, até a chegada da ultradireita ao poder,
não faltaram belíssimos exemplos destas situações em que somos obrigados a
lutar entre os impulsos de ceder ao apelo do sentimento e o chamado à razão.
Aliás, é desse tipo de embate que diferenciam aos verdadeiros profissionais do
militante ou da pena de aluguel.
Pensando no
diálogo entre as ciências para conhecer melhor determinadas questões sociais,
determinados fenômenos sociais que se apresentaram muito complexo para um
leigo, fui buscar ajuda nas Ciências Econômicas, Política e na Filosofia. Só
assim, passei a entender porque o Brasil que se apresentava como uma das
economias que estavam em ascensão, terminou se estagnando e entrando em uma
crise sem precedência.
As
instituições políticas são à base de toda a sociedade que busca na democracia e
na livre iniciativa, os valores de justiça e desenvolvimento. Quando falamos de
instituição social, estamos falando de um conjunto de regras, normas e valores,
éticos jurídicos e político que organizam determinados aspecto da sociedade.
Para fincarem
suas bases como a sétima economia do mundo na primeira década deste século, o
Brasil teve que construir uma centralização política no início da década de
noventa do século passado, através do governo de Fernando Henrique, quando falo
centralização política, não se refere centralização do poder político, mas
estou me referindo a uma mínima ordem para gerar uma estabilidade, política,
econômica, jurídica e social.
A falta de estabilidade que o impeachment da presidente Dilma sofreu, bem como as
sucessivas tentativas frustradas de golpe por este governo ou as manobras de um
parlamentarismo sem cultura e tradição, tem provocado não só no mercado, mas em
todo o mundo uma falta de confiança no governo brasileiro e nas suas elites. Porém, não houve maior estrago em se tratando
de falta de estabilidade o que o judiciário fez nestes últimos tempos. As
Cortes Supremas decidiam uma coisa e no outro momento decidem de forma
contrária. As decisões monocráticas sem base de consenso levaram este país a
viver um dos períodos e mais triste contexto de sua história. São estas
decisões que geraram uma sensação para o mundo, que não se deve levar a séria
suas instituições e o estado como um todo.
A estabilidade social, também foi
abalada e diante do desemprego, da fome e da falta de perspectiva, podemos
constatar que a crise e a estagnação da economia têm levado as classes sócias
mais baixas desta pirâmide a engrossarem as estatísticas do aumento de pessoas
que se encontram a baixa da linha da pobreza. Nenhum país consegue se
desenvolver quando sua sociedade se encontra o caus. Nós temos que ter o mínimo
de estabilidade social, para que o país possa seguir com sua agenda econômica e
assim, possa prosperar economicamente.
O que gerou ao Brasil a capacidade de
sonhar em dar um salto para o futuro, foram à criação de instituições políticas
e econômicas inclusivas, os brasileiros eram levados em conta nos estudos e
orçamentos das políticas públicas. Uma política estável e um estado
democrático. Uma maior participação da sociedade nas decisões do estado. Assim,
geramos segurança nestas três décadas e criamos uma estabilidade que
proporcionou uma democracia com desenvolvimento.
Não podemos negar que herdamos do
iluminismo uma visão especifica que os ramos do conhecimento deveria ter um
objeto do estudo, mas diante das abordagens recentes de alguns economistas
como: Daron Acemoglu e James Robinson, passei a entender que é complexa e dinâmica
a nossa sociedade e que a economia, a política bem como a filosofia, ainda tem
muito a contribuir e esclarecer sobre os nossos políticos e as instituições
deste país.
Desta forma, vivemos uma realidade que foi
gestada pelo estado burguês e apesar deste sentir o peso da besta e entender
que suas ações tiveram consequências serias, podemos constatar um
arrependimento tardio dos membros destas instituições e da direita liberal,
criando assim, uma mudança de mentalidade em relação aos últimos acontecimentos
e a certeza que só na democracia encontraremos a estabilidade e o
desenvolvimento que tanto precisamos.