quinta-feira, 28 de abril de 2022

ARTIGO - A Revolução da Compaixão. (Padre Carlos)

 


A Revolução da Compaixão

 


O tema Compaixão tem ganhado terreno entre os escritores espiritualistas, como instrumento de conquista e estabelecimento permanente da paz mundial. O teólogo Leonardo Boff no livro “Princípio de Compaixão e Cuidado”, aborda o tema e afirma que três razões fazem da compaixão um tema de relevância atual. São elas: “os milhões de pessoas vitimadas pela cruel competição do mundo globalizado, a crescente pobreza e exclusão social a nível mundial e a sistemática agressão ao sistema Terra, que põe em risco o futuro da biosfera”. Eu acrescentaria outro ponto: Os enfermos e abandonados para morrer sem uma palavra ou assistência. Porque para mim, a compaixão também exige aproximar-se do sofrimento: “Aproximar-se e tocar a realidade”. Não olhá-la de longe. ‘Teve compaixão’ 

Minha intenção aqui não é entrar pela via do sentimentalismo, pois se não recorremos às etimologias que tem nas diferentes línguas, a compaixão não seria apenas a recusa da indiferença. Ela tem como centro, aliviar o sofrimento do próximo, destronando o nosso eu do centro do mundo, para aí colocar o outro. Ensina-nos a reconhecer o carácter sagrado de cada ser humano e a tratar cada pessoa, sem diferença, com respeito, equidade e absoluta justiça.

Como disse o Papa Francisco: a compaixão não é o mesmo que a pena, “a compaixão envolve você com a pessoa que sofre, remove as vísceras e te leva a aproximar-se dessa pessoa”. “A compaixão é um sentimento envolvente, é um sentimento do coração, das vísceras, que envolve tudo. A compaixão não é o mesmo que a pena, não é a mesma coisa que dizer: ‘que dó, pobre gente! ’. Não, não é a mesma coisa”. Pelo contrário, “a compaixão envolve. É padecer com. Isso é a compaixão”.

 

 

Pode-se dizer que a Revolução da Compaixão é uma utopia, mas a utopia pode tornar-se realidade. Os jovens do Século XXI estão convocados a isto e têm todos os elementos para fomentar esta Revolução, serem dela protagonistas e alcançarem resultados diferentes das revoluções do passado, que mesmo tendo mudado regimes políticos, não mudaram o espírito humano. A Revolução da Compaixão é, sem dúvida, a Revolução das Revoluções.

 

 


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