A entrevista de Ciro Gomes ao Jornal Nacional
Como compreender o Brasil na atualidade?
Como entender a movimentada política brasileira de agora? Foi assistindo a
reportagem que o Jornal Nacional tem feito com os candidatos a presidente que
passei a entender que uma coisa é ser chefe de Estado, outra é ser estadista. Este
não é o momento do trabalhismo nem do PDT, dividir a oposição. Este é o momento
de reunir todos: esquerda, democratas e liberais com o objetivo de juntar
forças e com coragem e esperança olhar para o futuro com um só proposito:
reconstruir a nação pós Bolsonaro.
Nada será como antes! Das chamas da
Amazônia a nossas riquezas que foram vendidas, ficaram as cinzas, rasto de memórias
de um projeto de Nação, cujo embrião tem muito haver com Getúlio e todo este
sonho de Nação. Por isto, não podemos esquecer que estas perdas que tem levado
o país a uma das piores recessões da sua história, não aconteceram em
decorrência de uma crise, foram provocada pela ação política e judiciária
levando assim a uma série de crimes de Lesa Pária jamais visto na história do
Brasil.
No momento que ouvimos certa reportagem e projetos pessoais, passamos a duvidar de certos políticos. Depois da entrevista que o candidato do PDT deu a Rede Globo, alguém me perguntou o que acho da candidatura de Ciro Gomes a presidente da República em 2022? Minha resposta foi a de que não vejo problema em qualquer homem público em querer disputar uma eleição, pois na democracia é natural que todos os partidos possam participar do processo eleitoral. Porem, o que vejo na figura citada é uma sede de poder maior que um projeto de nação e ela podem levá-lo a não respeitar quaisquer limites ao escolher suas vítimas. O que Ciro e sua família esquecem, é que a sede de poder nesta selva urbana pode ser cega. Eles não entendem que perdemos em três anos o que levamos com várias gerações para construir. Sim, uma vida inteira de trabalho, dedicação e empenho, ficando desta forma, o silêncio na impotência de exprimir o que realmente sentimos. Se formos procurar o fundo do poço, vamos ter de olhar para cima. Ainda podemos salvar algumas empresas incluídas no pacote de privatização, além dos Correios e da Telebrás, que tem a missão de fornecer bens e serviços de tecnologias de informação e comunicação no país, Eletrobrás, líder em geração e transmissão de energia elétrica no Brasil. Além disso, temos o dever de buscar alternativas para reverter às privatizações dos nossos poços e refinarias, como Landulfo Alves na Bahia.
Faz-se grande quem sabe pensar grande. Se a
esquerda brasileira estivesse agindo como Ciro Gomes, levando o pleito com seu
gesto para o segundo turno, e pensando apenas em eleição e no poder em si, e
ficasse cego para os grandes problemas que se abate sobre a população, não
teríamos como impedir e denunciar este projeto de direita. Este
comportamento irresponsável, só proporciona as condições para que o projeto da ultradireita
e o fundamentalismo religioso consolidem o poder e roubem as espeças que ainda
resta no povo. Este é um dos desígnios que o país tem pela frente nos
próximos anos: a nacionalização dos nossos recursos e das nossas empresas e a
reconstrução, urgente, de tudo que se perdeu.
É
preciso dizer para a Família Ferreira Gomes que é necessário virar a página da
triste era Bolsonaro e entrar no tempo de reconstruir e de construir. O caminho
terá que ser fruto de um pacto e a estratégia definida por uma frente
nacionalista é fundamental. Este é o tempo de avançar nestas certezas.
Padre
Carlos