quinta-feira, 1 de setembro de 2022

ARTIGO - O ódio, como estratégia política! (Padre Carlos)

 

A liberdade de expressão não pode ser usada para fulminar a democracia



Gostaria de abordar neste artigo o comportamento entre os candidatos à presidente e falar das pesquisas e do que ainda espero para este 1º turno. Vejo de forma clara que, não estamos cometendo os mesmos erros de quatro anos atrás em relação à premissa da tolerância. Vamos ao fato inicial de onde parte toda questão. Nas democracias, eleição é condição necessária, porém insuficiente. No Brasil, a eleição 2022 pode aprofundar um projeto de Estado e de sociedade desigual, onde liberdade caminha para ser um bem de poucos, e fascismo, neoliberalismo, neopentecostalismo e conservadorismos reacionários se unem para espoliar e manter refém aquele que se acha presidente. Não esquecendo que o conglomerado golpista (tendo PSDB, MDB e a velha mídia) se utiliza de uma fracassada terceta via para ajudar a utradireita chegar ao segundo turno.

A mãe de todos os paradoxos, que nortearam a ação política de muito brasileiros, é a mesma que o bolsonarismo utilizou, isto é, os procedimentos democráticos (liberdade de expressão) para fulminar a democracia e implantar um regime ditatorial. Depois de quatro anos, as instituições e a mídia corporativa entenderam que parte da população abancou no governo um tirano. Porem, o mais importante, foi o Estado entender que estava sendo minado com a disseminação da intolerância e do ódio, como estratégia política, minando a vida democrática do país sem nenhuma restrição do judiciário. O filósofo Karl Popper dizia que: "Tolerância ilimitada culminará no desaparecimento da tolerância, pois se a tolerância ilimitada for estendida aos intolerantes, os tolerantes serão destruídos”.

Assim, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, criou nesta quinta-feira, 1°, um “núcleo de inteligência para instrumentalizar o enfrentamento à violência política no processo eleitoral de 2022”. Ações como esta que faltaram em 2018, dificultará a vida do bolsonarismo. Temos que ter tolerância zero aos intolerantes que querem o fim da democracia.

Foi usando procedimentos democráticos que o Partido Nazista subiu ao poder. Foi fazendo o mesmo que fascistas brasileiros chegaram governar. Quem não se lembra dos “camisas verde-amarela” usando a liberdade de expressão para pedir o fim da democracia? Nos EUA os “Alt-Right” (movimento ultraconservador, supremacista, nacionalista, que reúnem neonazistas, neo-confederados e a Ku Klux Klan) usam direitos consagrados na Constituição para fazerem sua pregação antidemocrática e pró-fascista. Mas, não é isso mesmo que aconteceu no Brasil?

Os tolerantes se uniram em torno de uma candidatura comprometida com a tolerância, pois nosso futuro, e o de nossas crianças, estão em questão, mesmo que o passado seja tão comprometido pelo autoritarismo. Se os intolerantes vencerem vão, não duvide perseguir os tolerantes, pois a primeira coisa que farão será acabar com a liberdade de expressão. Não se trata do projeto desses ou daquele político, ou do ódio que você pensa que sente a um partido e/ou projeto político. A NOSSA LUTA AGORA É CONTRA O BOLSONARISMO e tudo que ele representa e fez nestes últimos anos! Precisamos tratar da união republicana, democrática, humanista, progressista, contra o mal maior. Você consegue imaginar como estará o Brasil daqui a dez anos depois dois ou três governos do Inominável? Como conheço bem nossa história republicana, mais especificamente o período da ditadura militar imagina que estaremos mal, muito mal.

Para votar temos que ter claro que o crescimento do bolsonarismo se dá pelo enfraquecimento, e falta de reação, dos outros candidatos da direita. Claro, a ofensiva dos setores neopentecostalistas, carreou muitos votos para a alegoria fascista nos últimos anos. Mas, não esqueçam que o “mito” não é favorito para ganhar. Lula é o primeiro colocado nas pesquisas e aparece nelas ganhando no 1º turno. 

 

Nesta eleição, Bolsonaro não pode se esconder, ele teve que aparecer para seus próprios eleitores. Estou muito ansioso para os próximos debates entre Lula, com seu conhecimento e sua sensibilidade, e o Bozo, com tudo aquilo que sabemos que ele não tem. Infelizmente ele termina ganhando votos por causa, também, de setores golpistas que formaram uma terceira via para não serem confundidos ao fascismo. Veja o caso de ACM Neto na Bahia.  O ex-prefeito de Salvador junto com sua chapa majoritária mandaram às favas os escrúpulos de consciência e abraçaram a postulação da extrema direita. No futuro serão chamados pela sociedade para explicarem se tanto faz a democracia ou o fascismo.

No entanto, é assim mesmo. À direita, dita liberal, que não quer ser chamada de fascista, não pestaneja em criar do faz de conta ou tanto faz, as suas fantasias democráticas para proteger seus interesses. Como diria Karl Marx, “perde uma mão, mas não perde a bolsa”. Sensato para Ciro Gomes e o PDT, seria abrir mão do tal discurso dos “dois extremos”. A balela de que Lula e Bolsonaro são iguais por serem extremos. Discurso confortável para quem não quer assumir sua condição política e ideológica. Para esse dilema, dou uma sugestão: faça sua escolha e tente viver bem com ela em Paris, não se esquecendo de assumi-la quando voltar, para o bem e para o mal. 

Temos duas opções. Uma, é a defesa da democracia, da liberdade e do desenvolvimento social. Outra nos fará mais uma vez  andar para trás com uma venda nos olhos. Escolha a sua, mas não seja egoísta, não pense apenas em si mesmo, pense em seus filhos e nas pessoas que você ama. Temos, neste 1º turno, a oportunidade de termina de vez com esta guerra contra o fascismo. Essa eleição é a mais importante das que tivemos até hoje, pois significa a volta ao caminho da construção de uma sociedade mais justa, menos desigual. Ganhar esta eleição no 1º turno significa acumular forças para as próximas batalhas, até porque ainda teremos que lutar muito para garantir a posse de Lula e o resultado das urnas seja respeitado.

ARTIGO - As Instituições e a nossa Democracia (Padre Carlos)



As Instituições e a nossa Democracia

 




É difícil manter a coerência de raciocínio e de palavra, quando se vive, hoje, numa sociedade que vende a “alma ao diabo” e renega tudo aquilo em que sempre acreditou, por “um prato de comida”, ou seja, desde que o poder político instalado lhe dê qualquer benefício, fala e acredita logo naquilo que lhe dizem que é preciso ouvir... Foi pensando nisto que os gurus do bolsonarismo pensaram quando criaram o abono até dezembro de seiscentos reais.

Diante disso, gostaria de comentar com os senhores esta questão da dita “democracia”, instalada em 1985, no Brasil.

Existem três instituições que não são democráticas por natureza, as Forças Armadas, a Igreja e os partido, seja de direita ou de esquerda, neles existe uma estrutura superior que impõe a todos os seus membros uma subordinação total, em todos os aspetos comportamentais e até mentais, estando todos os seus membros 100% condicionados. Em democracia todos são iguais e por isso se situam num plano horizontal de igualdade.

O absurdo da nossa atual democracia, imperfeita, é que foi conduzida depois de uma transição acordada por um parlamento e uma oposição liberal, que tinha como objetivo o poder. Desta forma, quando descobrimos que nossas instituições, não são tão democratas como pensávamos, descobrimos por que não sabem viver numa democracia e por isso se refugiam nos quartéis onde são reis e senhores e ninguém entra...

Por outro lado é curioso ver que na redemocratização a grande maioria das classes, média alta e alta, era toda fascista e convivia bem com a dita “ditadura” e estava toda instalada. Com o fim do regime e a posse de Sarney, passaram as mesmas pessoas a serem todas democratas, tendo alguns até afrontando generais e seu antigo partido. Em termos sociológicos não é possível tal mudança em 24 horas. Isto consubstancia uma fraude e uma mentira, que traduz bem o cinismo e a hipocrisia de alguns destes atores políticos. De realçar um aspeto curioso e conhecido: é que a maioria dos membros dos Partidos denominados centrão são filhos ou netos daqueles “estadistas”, e, portanto também não são democratas.

Podemos ainda, no plano sociológico, realçar que quando uma criança nasce e cresce com ambos os progenitores, é natural que a criança o seja também ou tenha simpatia pela ultradireita, e acontece que há hoje vários dirigentes políticos que sofreram essa influência, o que explica de forma natural o bolsonarismo. Esta é a grande mentira da nossa pseudodemocracia, visto que a verdadeira ainda aguarda pela sua fundação.

Será uma questão de tempo, mas só quando a sociedade civil acordar para a realidade, e deixar de escolher candidatos que vota contra o povo é que será possível implantar uma democracia, por vontade e ação do povo.

  

quarta-feira, 31 de agosto de 2022

ARTIGO - Menino quem foi teu Mestre? (Padre Carlos)

 

“Não sou capoeirista mas aceitei o desafio”.




 

A capoeira, a roda, o berimbau, os corpos, o ritual. Detalhes de uma tradição que se perpetua no tempo e através das gerações, faz com que a luta e a cultura de uma raça sobreviva. Nestes dias estava lembrando a façanha de Dom Zanoni com um grupo de Capoeira no Terreiro de Jesus, quando me dei conta que a história de um povo é marcada, por exemplo, coragem e sacrifício. Não sei o porquê da imagem de Dom José Maria Pires, ou melhor, Dom Zombi povoou minha cabeça naquele momento.

Passei a entender que O testemunho de Dom Zombi, forneceu uma luz que levou uma levada de novos padres a asumirem um compromisso que, por sua vez, orientava uma nova conduta de viver de uma nova geração de leigos e sacerdotes.  

Assim, quando Dom Zanoni abraçou a Pastoral Afro-Brasileira da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) , ele está abraçando na verdade, o legado de Dom José Maria Pires. Este foi um dos grande bispos proféticos da nossa Igreja. Era negro e sempre defendeu a causa dos afrodescendentes. Esteve nas origens das Comunidades Eclesiais de Base e grande defensor da Teologia da Libertação. Afetuosamente o povo o chamava de Dom Pelé e mais tarde de Dom Zumbi. 

Dom José Maria Pires deixou um testemunho evangélico de compromisso com o povo paraibano, com os mais pobres, com os excluídos da sociedade. Incentivou o protagonismo dos leigos, formando lideranças e delegando responsabilidades. Seu testemunho de simplicidade e opção pelo Pacto das Catacumbas marcaram seu estilo de vida e sua coerência em ser bispo do povo e para o povo. Por tudo isso, Dom José pertenceu a Jesus Cristo e se comportou como um fiel seguidor do Filho de Deus.

Quando refletimos sobre a caminha de Dom Zanoni a frente da  Arquidiocese de Feira de Santana, podemos sentir todo aprendizado que recebeu ao longo da vida, e como esses aprendizados contribuíram para a formação do pastor hoje e da forma como tem agido. Esses aprendizados constituem o que chamo de legado recebido. Muitas vezes, nem entendemos bem por que somos ou agimos da maneira que agimos, o que pode ter como base nossos vieses inconscientes.

Obrigado Deus por nos ter dado Dom Zanoni! Obrigado Dom José pelo irmão, pelo pai, pelo pastor, pelo amigo, pelo orientador, pelo conselheiro que o senhor foi para este povo da Arquidiocese da Paraíba e toda uma geração de pastores. Deus o tenha no Reino do Céu!

 


terça-feira, 30 de agosto de 2022

ARTIGO - Por uma Igreja que ouça os leigos (Padre Carlos)

 

A Igreja do Chile é incendiada por ideias






A Igreja católica tem buscado nos últimos anos à participação dos leigos na vida da Instituição e na política. O problema começa quando eles se organizam, refletem e fazem propostas que fogem ao seu controle. Diante de tal comportamento, a hierarquia começa a olhá-los com desconfiança e procura domesticá-los. Porém, se não conseguir tal êxito, ela passa a ignorá-los e retira toda responsabilidade colocada sob a confiança deste fiel, para não ser confundida com um novo modo de ser Igreja ou um alinhamento político.

No contexto de escândalos, foi criada no Chile a Rede Nacional de Leigas e Leigos. O objetivo deste movimento é construir um espaço de diálogo e de reflexão para ajudar a Igreja chilena a superar a situação com propostas criativas que reacendessem a esperança dos fiéis.

Em dezembro do ano passado, uma delegação desse movimento laical foi recebida pelo Papa Francisco. Na ocasião, os representantes dos Leigos e Leigos, trataram de diversos assuntos ligados a Igreja local, entre outros assuntos, demostraram a preocupação com a lentidão da renovação da Conferência Episcopal Chilena e a falta da participação dos leigos, nomeadamente mulheres, na tomada das decisões.

A delegação da capital, Santiago do Chile, reivindicou ao Papa, que os leigos tenham uma maior participação na nomeação do próximo arcebispo. O atual, como determina a lei da Igreja, já pediu para ser substituído, pois ultrapassaram os 75 anos.

Para dinamizar o processo de reflexão sobre as características do seu futuro pastor, o movimento dos leigos chileno, elaborou um questionário que poderá ser respondido online. Esta iniciativa inspira-se na perspectiva sinodal da Igreja dimanada do Concílio Vaticano II e propiciada pelo Papa. Nesta perspectiva, os leigos "são protagonistas da Igreja e do Mundo de hoje, a quem os pastores são chamados a servir". Esta dignidade foi conferida pelo batismo.

Uma Igreja que quer ser sinodal tem de envolver necessariamente os leigos. A participação destes não pode ficar somente engrossando as assembleias dominicais. A sua voz deve ser ouvida nas decisões que são tomadas, como a escolha dos bispos. Neste caso, não só os leigos, mas o conjunto da Igreja.

Se essa moda pegar, acredito que poderemos vivenciar um verdadeiro Aggiornamento, ou melhor, uma verdadeira revolução na Igreja.

 

 


sábado, 27 de agosto de 2022

ARTIGO - A entrevista do ex-presidente Lula ao Jornal Nacional, da TV Globo, (Padre Carlos)

 

“Lula, o senhor não deve nada à Justiça”,

 


É impossível falar da entrevista do ex-presidente Lula ao Jornal Nacional, da TV Globo, na noite desta quinta-feira (25), sem lembrarmos o rosto e o sentimento de alma lavada, quando William Boné disse à frase que todo o Brasil gostaria de ouvir: “Lula, o senhor não deve nada à Justiça”, Estas palavras incendiaram as redes sociais após relembrar as injustiças cometidas a este homem e o julgamento do político durante a Lava-Jato,

Quando Lula sentou naquela cadeira diante de Renata e Bonner, me dei conta que há muito tempo ele tinha deixado de ser um homem e terminou se tornando uma narrativa ou como costumamos chamar no campo filosófico, um mito. Do grego mythos (“conto”), um mito remete para um relato de feitos maravilhosos cujos protagonistas são personagens sobrenaturais extraordinários (heróis). Diz-se que os mitos fazem parte do sistema de crença de uma cultura, que os considera como histórias verdadeiras. Têm a função de proporcionar um apoio narrativo às histórias centrais de uma comunidade.

Sendo assim, Lula se tornou um mito, não pertence mais este plano e seus feitos transcenderam fronteiras e podemos dizer que já entrou para história. Ao constatar, que esta afirmação é um consenso que vai da direita à esquerda, temos assim que ter clareza sobre o que está em jogo, em disputa, é o significado desta narrativa, o que ela representa.

         A direita brasileira tentou criar uma narrativa sem provas que Lula era o maior corrupto da história do Brasil. Já à esquerda, declarou e conseguiu manter seu projeto que este homem é a principal liderança popular que este país já teve.

Esta é a verdadeira luta que travamos e ao ouvir estas palavras na Rede Globo, nos sentimos vencedores: “Lula, o senhor não deve nada à Justiça”.

 


quinta-feira, 25 de agosto de 2022

ARTIGO - Pesquisa AtlasIntel: Jerônimo (PT) lidera corrida eleitoral na Bahia pela 1ª vez

 


Como disse o professor Wilton: para esperançar!



As pesquisas eleitorais ou pesquisas políticas são a base para uma boa campanha eleitoral. Pensar em uma candidatura ou mesmo em administrar uma cidade, estado ou país nos dias de hoje sem a ajuda de empresas de pesquisa é praticamente impossível. São inúmeras as informações factíveis de serem extraídas desse tipo de pesquisa. Mas porque elas estão tão divergentes nos últimos tempos?

Quando o Instituto AtlasIntel divulgou sua pesquisa que indicava Jerônimo (PT) na liderança da corrida eleitoral na Bahia pela 1ª vez, deixou muita gente em duvidas em relação à metodologia e sem entender como esta pesquisa e seu resultado foram diferentes dos apontados por outras empresas da área.  A Pesquisa sinaliza uma virada de Jerônimo Rodrigues em relação à ACM Neto e aponta que o candidato do PT ao governo do estado da Bahia, lidera a corrida eleitoral. Jerônimo aparece com 38% das intenções de voto e ACM Neto (União Brasil), aparece com 35,6%, com uma margem de erro de dois pontos percentuais. Na verdade, há um empate técnico entre Jerônimo e ACM Neto.

Foram estes dados que levaram o Prof. Wilton Cunha a comentar e chamar a atenção para o dado novo e ressalta a importância das novas informações trazidas pelo Instituto Atlaslntel e sua metodologia. Segundo o Professor, a pesquisa é diferente do resultado e fora da curva, em relação aos outros Institutos, a novidade está em colocar no questionário apresentado que Jerônimo é do PT e o candidato de Lula. Assim, Wilton explica que o índice volta à normalidade para os resultados quando o candidato a governador pela legenda era Wagner. Segundo ele este dado é fundamental para o eleitor se posicionar. Para o Professor, “o pulo do gato está na informação do AtlasIntel ter colocado hoje e representa o conhecimento do eleitor no dia da eleição.” Com esta abordagem técnica e o trabalho de colher e interpretar tais informações, o professor Wilton Cunha, com sua capacidade de leitura dos números, consegue transcender os elementos que estar a nossa frente. Para ele, a metodologia utilizada na pesquisa contém algo de novo, não só no resultado, mas na forma e conteúdo. Ela se baseia na resposta a links de convite direcionados de forma aleatória e nele o eleitor se posiciona diante da informação recebida.

Não podemos negar que esta pesquisa se tornou um balde de água fria para ACM e seus aliados na Bahia. O fenômeno que estamos presenciando em relação a transferência de votos só vai acontecer se a militância for para rua e convencer o eleitor que Jeronimo é o candidato de Lula e do grupo de Correria.

 


ARTIGO - A entrevista de Ciro Gomes ao Jornal Nacional (Padre Carlos)

 

A entrevista de Ciro Gomes ao Jornal Nacional

 

 


Como compreender o Brasil na atualidade? Como entender a movimentada política brasileira de agora? Foi assistindo a reportagem que o Jornal Nacional tem feito com os candidatos a presidente que passei a entender que uma coisa é ser chefe de Estado, outra é ser estadista. Este não é o momento do trabalhismo nem do PDT, dividir a oposição. Este é o momento de reunir todos: esquerda, democratas e liberais com o objetivo de juntar forças e com coragem e esperança olhar para o futuro com um só proposito: reconstruir a nação pós Bolsonaro.

Nada será como antes! Das chamas da Amazônia a nossas riquezas que foram vendidas, ficaram as cinzas, rasto de memórias de um projeto de Nação, cujo embrião tem muito haver com Getúlio e todo este sonho de Nação. Por isto, não podemos esquecer que estas perdas que tem levado o país a uma das piores recessões da sua história, não aconteceram em decorrência de uma crise, foram provocada pela ação política e judiciária levando assim a uma série de crimes de Lesa Pária jamais visto na história do Brasil.

        No momento que ouvimos certa reportagem e projetos pessoais, passamos a duvidar de certos políticos. Depois da entrevista que o candidato do PDT deu a Rede Globo, alguém me perguntou o que acho da candidatura de Ciro Gomes a presidente da República em 2022? Minha resposta foi a de que não vejo problema em qualquer homem público em querer disputar uma eleição, pois na democracia é natural que todos os partidos possam participar do processo eleitoral. Porem, o que vejo na figura citada é uma sede de poder maior que um projeto de nação e ela podem levá-lo a não respeitar quaisquer limites ao escolher suas vítimas. O que Ciro e sua família esquecem, é que a sede de poder nesta selva urbana pode ser cega. Eles não entendem que perdemos em três anos o que levamos com várias gerações para construir. Sim, uma vida inteira de trabalho, dedicação e empenho, ficando desta forma, o silêncio na impotência de exprimir o que realmente sentimos.  Se formos procurar o fundo do poço, vamos ter de olhar para cima. Ainda podemos salvar algumas empresas incluídas no pacote de privatização, além dos Correios e da Telebrás, que tem a missão de fornecer bens e serviços de tecnologias de informação e comunicação no país, Eletrobrás, líder em geração e transmissão de energia elétrica no Brasil. Além disso, temos o dever de buscar alternativas para reverter às privatizações dos nossos poços e refinarias, como Landulfo Alves na Bahia.

Faz-se grande quem sabe pensar grande. Se a esquerda brasileira estivesse agindo como Ciro Gomes, levando o pleito com seu gesto para o segundo turno, e pensando apenas em eleição e no poder em si, e ficasse cego para os grandes problemas que se abate sobre a população, não teríamos como impedir e denunciar este projeto de direita.  Este comportamento irresponsável, só proporciona as condições para que o projeto da ultradireita e o fundamentalismo religioso consolidem o poder e roubem as espeças que ainda resta no povo. Este é um dos desígnios que o país tem pela frente nos próximos anos: a nacionalização dos nossos recursos e das nossas empresas e a reconstrução, urgente, de tudo que se perdeu.

            É preciso dizer para a Família Ferreira Gomes que é necessário virar a página da triste era Bolsonaro e entrar no tempo de reconstruir e de construir. O caminho terá que ser fruto de um pacto e a estratégia definida por uma frente nacionalista é fundamental. Este é o tempo de avançar nestas certezas.

        

 

Padre Carlos

 

 

ARTIGO - A geração que fez a diferença! (Padre Carlos)

A geração que fez a diferença!      Decorridos tantos anos do fim da ditadura, observa-se que a geração da utopia está partindo e a nova...