quarta-feira, 14 de dezembro de 2022

ARTIGO - É preciso implantar o Concílio Vaticano II, na Igreja! (Padre Carlos)

 


O Papa e a resistência ao Vaticano II

 

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Outro dia conversava com um amigo sobre a dificuldade da Igreja em colocar em prática as determinações do Concílio, bem como os avanços e retrocessos da instituição nas ultimas décadas, levaram-me os seguintes questionamentos.  Em primeiro lugar, gostaria de deixar claro que uma das preocupações do Papa Francisco é efetivar a reforma introduzida pelo Concílio Vaticano II a mais de meio século.

O Papa tem, manifestado constantemente essa sua apreensão. Por isto tem chamado à atenção e ao mesmo tempo questionando os bispos do mundo inteiro, sobre como estão sendo implantadas as orientações do Vaticano II, principalmente a reforma litúrgica. Não basta reprovar se os bispos italianos ainda estão usando os trajes típicos de outros tempos, com as suas rendinhas e lacinhos. Não vamos ficar supresso se ainda usam determinados paramentos, sessenta anos depois do Concílio. O que desejamos é uma reforma litúrgica encarnada na nossa cultura. A liturgia, romanizada precisa dá espaço a outras culturas. O negro, o latino ameríndio e todas as culturas que formam este povo.

Outro ponto que precisa mudar esta na questão do poder. A voz que se ouve na Igreja é a voz de homens celibatários, enquanto a voz das mulheres e a dos homens casados quase não se ouve. Temos de reconhecer que um organismo que se diz católico, portanto, universal, onde mais da metade dos seus membros, as mulheres, e a grande maioria da outra metade, homens casados ou solteiros, mas não celibatários, quase não têm voz, é um organismo um pouco estranho. Raro. Preocupante. Os administradores paroquiais precisão transcender o clero, já que nos últimos anos transcendemos o presbitério.

Curiosamente, não são os clérigos com a idade avançada os maiores adeptos das "rendinhas e da velha liturgia". São os mais jovens. Os mais idosos são aqueles que viveram com maior intensidade a revolução que significou para a Igreja o Concílio. Os mais novos foram formados em um contesto conservador, marcados por movimentos restauracionistas. O problema é que essa onda conservadora não está presente só no nível litúrgico, com o desenterrar destes paramentos de outros tempos, ressuscita também costumes e tradições e uma eclesiologia vertical. Infelizmente o prejuízo que esta pratica representa a nível pastoral e eclesial traz em seu bojo um retrocessos com terríveis consequências para os seus membros.

Desta forma, não podemos adiar mais estas mudanças na Igreja.

 


domingo, 11 de dezembro de 2022

Fernando Haddad no Ministério da Fazenda, a principal pasta da área económica. (Padre Carlos)

 


Lula  anuncia Fernando Haddad nas Finanças

 


Presidente eleito, Lula, anunciou neste domingo mais alguns nomes para o seu ministério, o primeiro foi Fernando Haddad como futuro ministro das Finanças, bem como os nomes na Defesa, Relações Exteriores, Justiça e Casa Civil, os primeiros confirmados para o futuro Governo.

O ex-prefeito Fernando Haddad será o chefe do Ministério da Fazenda, a principal pasta da área económica, o ex-deputado José Múcio Monteiro vai liderar a Defesa, o diplomata e ex-ministro Mauro Vieira comandará novamente as Relações Exteriores, o ex-governador e senador eleito Flávio Dino estará à frente da pasta da Justiça e o ex-governador Rui Costa lidera a Casa Civil.

Numa conferência de imprensa, Luiz Inácio Lula da Silva estava ao lado de quatro dos indicados, com exceção do futuro ministro Mauro Vieira, das Relações Exteriores, que segundo informou o chefe de Estado eleito está na Croácia.

 


sábado, 10 de dezembro de 2022

ARTIGO - Margareth Menezes aceita o convite para o Ministério da Cultura de Lula. (Padre Carlos)

 

Margareth não ter uma formação sólido de gestora.




 

A cantora Margareth Menezes aceitou o convite do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva para assumir o futuro Ministério da Cultura. A artista, no entanto, tem enfrentado resistências no setor cultural e em algumas alas do PT, que preferiam um nome mais técnico.

Emocionada, a artista aceitou o convite, que partiu de uma sugestão da socióloga Rosângela Silva, mulher de Lula. O seu nome não foi à primeira opção do petista. Antes, a atriz Marieta Severo e o rapper Emicida foram sondados, mas não aceitaram a proposta.

Menezes já integra a equipa de transição da Cultura, para a qual foi convidada depois de criticar a ausência de negros entre os responsáveis por avaliar o setor na gestão do Presidente Jair Bolsonaro. Após a vitória nas eleições, Lula manifestou o desejo de levar outra vez um símbolo ao Ministério da Cultura, para repetir o efeito da nomeação do compositor Gilberto Gil no seu primeiro mandato.

A ideia, de preferência, seria uma mulher ou um afrodescendente. Janja, também apostava no impacto de um grande artista e, com o fracasso dos primeiros convites, defendeu o nome de Margareth Menezes, cantora negra, ícone do Carnaval baiano.

Logo que aceitou o convite, Menezes viu o seu nome ser recebido com algumas dúvidas, nomeadamente por não ter um passado sólido de gestora, salvo através da criação da Associação Fábrica Cultural, em Salvador.

Os críticos, porém, manifestam admiração pela sua trajetória na música.  Ao contrário de Gil, que presidiu a Fundação Gregório de Mattos — equivalente da secretaria municipal da Cultura —, em Salvador, antes de assumir o Ministério da Cultura, ela não tem experiência em gestão pública. Mais próximo de Janja, o secretário nacional de Cultura do PT, Márcio Tavares, manifestou simpatia pela indicação da cantora. O ex-ministro da Cultura Juca Ferreira e a deputada federal Jandira Feghali eram nomes da área política defendidos por militantes e gestores.


sexta-feira, 9 de dezembro de 2022

ARTIGO - A perda de Erasmo e Gal em um curto espaço de tempo impactou minha geração!(Padre Carlos)

 


A Geração de Ouro está indo embora!!!!

 




Não tínhamos enxugado as nossas lagrimas com a partida dos pais e mães da Bossa-Nova, quando fomos surpreendidos com as perdas de membros do Tropicalismo e da Jovem-Guarda. A geração de ouro está com oitenta anos, apesar de ainda manter estrela no olhar e ter um jeito de herói, não é mais forte e veloz como aquele mocinho de cowboy da seção das tarde de domingo.  Esta geração que cantou e lutou contra a ditadura está partindo, e agora quem vai substituir esta rapaziada que teve um papel fundamental na construção deste povo como nação? Nós que temos mais de sessenta somos um grupo de pessoas única e mais comprometida com as lutas e as transformações sociais, porque somos a última geração que conheceu os horrores que foram os anos de chumbo. 

Aos 80 anos, Milton Nascimento fez o que seria seu último show de grandes proporções, em Belo Horizonte. Foram 60 mil os que assistiram ao espetáculo.

As baixas continuam na MPB. A mais recente destas perdas foi Erasmo Carlos, 81 anos, o grande companheiro de Roberto Carlos. Sobre ele, Lula escreveu: “muito além da Jovem Guarda, foram cantor e compositor de extremo talento, autor de muitas das canções que mais emocionaram brasileiros nas últimas décadas. Tremendão, amigo de fé, irmão camarada, cantou amores, a força da mulher e a preocupação com o meio ambiente”.

Tivemos como geração da luta, muito trabalho para construir o mundo que está sendo destruído por falta do que tivemos em abundância no passado: o amor ao próximo e a utopia para sonhar com um mundo melhor. A cada dia que passa, nossos poetas e companheiros se torna memoria nesta luta, e a saudade ocupa o lugar, não mais aqueles que tombaram, mas do que estão indo embora. Resta o consolo dos bons momentos que vivemos juntos, das incríveis emoções que curtimos juntos. As imagens que enfeitam nossas parede da memória são o silencioso testemunho do que vivemos. “Nossos ídolos ainda são os mesmos e as aparências não enganam não. Você diz que depois deles não apareceu mais ninguém.”

A perda de Erasmo e Gal em um curto espaço de tempo, fez acender as certezas que não são os nossos artistas que estão partindo, somos nós, a nossa geração! As lágrimas descem no meu rosto de saudades dos meus companheiros, amigos de militância e movimento, das coisas simples, não tínhamos dinheiro para gelada, mas éramos felizes. Ah! Que saudade

 


quarta-feira, 7 de dezembro de 2022

ARTIGO - Temos que entender qual o nosso papel nesta quadra da história. (Padre Carlos)

 


Um mais um é sempre mais que dois

 

 


Este é o momento de reunir todos: esquerda, democratas e liberais com o objetivo de juntar forças e com coragem e esperança olhar para o futuro com um só proposito: reconstruir a nação pós Bolsonaro. Nada será como antes! Das chamas da Amazônia a nossas riquezas que foram vendidas, ficaram as cinzas, rasto de memórias de um projeto de Nação. Estas perdas que tem levado o país a uma das piores recessões da sua história, não aconteceram em decorrência de uma crise, foram provocada de forma deliberada  pela ação política, levando assim a uma série de crimes de Lesa Pária jamais visto na história do Brasil.

    

Não importa se você é de direita ou de esquerda, quando as políticas econômicas são boas todos terminam ganhando. Não estou dando um adeus para a esquerda e a direita, o que eu quero dizer é que a briga que importa agora é entre os que defendem fronteiras abertas e os que querem fechá-las. Em se tratando de teatro político, estamos no picadeiro da vida, e desta forma, temos que entender os nossos papeis nesta quadra da história, nela, realçaram uma nova linha de clivagem na política: não mais entre direita e esquerda, mas entre os que estão “abertos” ao diálogo e os que estão “fechados” ao entendimento.

Falo estas questões porque a população brasileira continua sem perspectivas e esperam dos nossos políticos as soluções para que possamos sair do atual momento de crise vivido pelo País. Sabendo disso, o presidente eleito Lula reafirmou o compromisso de fazer o país voltar a crescer. “Nós temos o compromisso de gerar empregos, de trabalhar para reduzir a inflação, de aumentar a produção de alimentos, principalmente dos alimentos básicos”.

Neste momento da história o mais importante não é ser de direita ou esquerda, mas está preocupado com o seu povo e está disposto ao diálogo para tirar o país desta crise. Não somos irmãos de sangue, mas somos de alma e é esta irmandade que constrói uma nação e a identidade de um povo. Como diz Beto Guedes: Vamos precisar de todo mundo. Um mais um é sempre mais que dois. Pra melhor juntar as nossas forças. É só repartir melhor o pão. “Recriar o paraíso agora”.

 


segunda-feira, 5 de dezembro de 2022

ARTIGO - Não basta dar dinheiro, tem que construir política pública. (Padre Carlos)

 


Bolsa Família não basta para acabar com miséria




 

 

A crise econômica que tem passado o país nos últimos anos vem criando em alguns setores da sociedade uma consciência mais aguda sobre a importância e urgência de um projeto que possa promover a inclusão e a promoção social das camadas mais baixa desta pirâmide perversa.

A decisão do presidente Lula em combater sem trégua a fome e a desigualdade com os programas sociais tem chamado à atenção de alguns políticos do centro que passam a entender que as promessas de campanhas são feitas para serem cumpridos. Lula nunca encarou como retórica os compromissos que assumiu com seu eleitorado, por isto nestes mais de cinquenta anos de política, nunca deixou ninguém para trás. São iniciativas como estas que proporcionará construir um Brasil para todos. Estas ações - têm de ir muito além de uma lógica assistencialista tradicional - são especialmente relevantes no Norte e Nordeste, onde os riscos de pobreza e exclusão são superiores à média nacional.

Neste desafio são especialmente bem-vindas novas experiências, que posam inspirar e dá uma nova roupagem a estas políticas e instrumentos, mobilizando todo o tecido institucional, que vai do Estado às empresas, dos municípios às organizações sociais, numa lógica de atuação definida pela proximidade territorial.

O governo precisa incentivar a criação de projetos de "inovação social" inspiradores. É preciso criar uma rede de investimentos públicos e privados para, alavancar com apoio das ações sociais como o bolsa família, que atuam junto de comunidades vulneráveis e desfavorecidas, com riscos de exclusão ou pobreza. Intervenções que vão do sertão ao semiárido nordestino, em prol da reinserção destas comunidades, da promoção de projetos educativo para crianças e jovens em situação risco, e como forma de erradicar o trabalho infantil, bem como de pessoas com deficiência ou doença mental e da inclusão digital dos idosos.

Estas ações governamentais da “inovação social” precisam com urgência ser criada e integrada num novo modelo de desenvolvimento mais coesivo e justo, menos assimétrico e desigual em termos sociais e territoriais (as duas dimensões estão frequentemente ligadas). Por isso, no próximo programa de governo esperamos encontrar estas propostas nas suas linhas de ação. O desafio é agora de construir nos territórios mais pobres do país as intervenções de acordo com as realidades e necessidades das comunidades e de convocar parceiros privados que fortaleçam e criem meios e respostas para este grave problema.

Estas ações precisam ser encaradas como uma sementeira que vale a pena ser criadas se quer ter um modelo mais sustentável de inclusão e promoção social, na região com bolsão de pobreza em nosso país. As questões sociais não podem ser acessórios, nem apêndices no novo governo.


domingo, 4 de dezembro de 2022

ARTIGO - Neymar está colhendo o que plantou. (Padre Carlos)

 


O QUE VOCÊ PREFERE UM CRAQUE OU UM BOM RAPAZ?

 


Reza a lenda que João Saldanha, técnico de futebol responsável pela montagem da seleção brasileira de 1970, disse que preferia treinar onze craques indisciplinados a ter que aturar onze pernas de pau bem comportados. João Saldanha, conhecido pelas polêmicas que protagonizava, respondia a uma provocação de Zagallo que, ao assumir a seleção tricampeã no México, teria dito que encontrou um monte de craques indisciplinados e fora de controle. Num tempo em que não se cobrava de um jogador da seleção ser politicamente correto, João Saldanha e Zagallo bateram boca durante algum tempo por nada, pois não importava se o jogador era ou não um bom moço, o que interessava é que ele jogasse muito bola.

Eu lembrei essa história por causa da enxurrada de mensagens condenando a antipatia que parte da torcida brasileira tem por Neymar. Até o velho PCO, entrou na discussão dizendo que o imperialismo estaria por traz de tal campanha contra o jogador. Os amigos e a imprensa que vive do métier do futebol iniciaram uma campanha para melhorar a imagem do craque.

Se o jogador tem medo de se molhar, não deveria ter saído na chuva, ou tomado partido. Não podemos esquecer que foi Neymar que quebrou o pacto dos jogadores e comissão técnica de não declarar apoio a nenhum candidato na última eleição. Desprezando o acordo que fizera com seus colegas, participa de uma live alguns dias antes da eleição apoiando o candidato da utradireita. Sua posição política e social termina construindo uma imagem negativa e se tornando um péssimo exemplo de ser humano. Não dá pra falar bem. Quando ele prometeu um gol na copa para homenagear Bolsonaro, ele deveria entender que em um país polarizado seria cobrado este tipo de comportamento. Não foi somente apoiar um candidato, foi apoiar aquele que atrasou a compra de vacina em meio a maior pandemia da história contemporânea, que distribuiu discurso de ódio às minorias. Que destruiu a economia e jogou milhões de volta a extrema pobreza e a fome.

O atleta precisa entender que foram os seus comportamentos que geraram as maiores críticas e que o momento que está vivendo não vai passar da noite para o dia.  Não acredito que a revolta dos torcedores vai diminuir só porque alguns jogadores ou celebridades falaram bem dele, o que pesa sob o jogador é algo mais serio que seu desempenho em campo, estamos falando de seu caráter e falta de referencia para as  futuras gerações.  .

 


ARTIGO - A geração que fez a diferença! (Padre Carlos)

A geração que fez a diferença!      Decorridos tantos anos do fim da ditadura, observa-se que a geração da utopia está partindo e a nova...