A Geração de Ouro está indo embora!!!!
Não tínhamos enxugado as nossas lagrimas com
a partida dos pais e mães da Bossa-Nova, quando fomos surpreendidos com as
perdas de membros do Tropicalismo e da Jovem-Guarda. A geração de ouro está com
oitenta anos, apesar de ainda manter estrela no olhar e ter um jeito de herói,
não é mais forte e veloz como aquele mocinho de cowboy da seção das tarde de
domingo. Esta geração que cantou e lutou contra a ditadura está partindo, e agora quem vai substituir esta rapaziada que teve um
papel fundamental na construção deste povo como nação? Nós que temos mais
de sessenta somos um grupo de pessoas única e mais comprometida com as lutas e
as transformações sociais, porque somos a última geração que conheceu os horrores
que foram os anos de chumbo.
Aos 80 anos, Milton Nascimento fez o que
seria seu último show de grandes proporções, em Belo Horizonte. Foram 60 mil os
que assistiram ao espetáculo.
As baixas continuam na MPB. A mais recente
destas perdas foi Erasmo Carlos, 81 anos, o grande companheiro de Roberto
Carlos. Sobre ele, Lula escreveu: “muito além da Jovem Guarda, foram
cantor e compositor de extremo talento, autor de muitas das canções que mais
emocionaram brasileiros nas últimas décadas. Tremendão, amigo de fé, irmão
camarada, cantou amores, a força da mulher e a preocupação com o meio
ambiente”.
Tivemos como geração da luta, muito
trabalho para construir o mundo que está sendo destruído por falta do que
tivemos em abundância no passado: o amor ao próximo e a utopia para sonhar com
um mundo melhor. A cada dia que passa, nossos poetas e companheiros se
torna memoria nesta luta, e a saudade ocupa o lugar, não mais aqueles que
tombaram, mas do que estão indo embora. Resta o consolo dos bons momentos que
vivemos juntos, das incríveis emoções que curtimos juntos. As imagens que
enfeitam nossas parede da memória são o silencioso testemunho do que vivemos.
“Nossos ídolos ainda são os mesmos e as aparências não enganam não. Você diz
que depois deles não apareceu mais ninguém.”
A perda de Erasmo e Gal em um curto espaço
de tempo, fez acender as certezas que não são os nossos artistas que estão
partindo, somos nós, a nossa geração! As lágrimas descem no meu rosto de
saudades dos meus companheiros, amigos de militância e movimento, das coisas
simples, não tínhamos dinheiro para gelada, mas éramos felizes. Ah! Que saudade
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