segunda-feira, 5 de dezembro de 2022

ARTIGO - Não basta dar dinheiro, tem que construir política pública. (Padre Carlos)

 


Bolsa Família não basta para acabar com miséria




 

 

A crise econômica que tem passado o país nos últimos anos vem criando em alguns setores da sociedade uma consciência mais aguda sobre a importância e urgência de um projeto que possa promover a inclusão e a promoção social das camadas mais baixa desta pirâmide perversa.

A decisão do presidente Lula em combater sem trégua a fome e a desigualdade com os programas sociais tem chamado à atenção de alguns políticos do centro que passam a entender que as promessas de campanhas são feitas para serem cumpridos. Lula nunca encarou como retórica os compromissos que assumiu com seu eleitorado, por isto nestes mais de cinquenta anos de política, nunca deixou ninguém para trás. São iniciativas como estas que proporcionará construir um Brasil para todos. Estas ações - têm de ir muito além de uma lógica assistencialista tradicional - são especialmente relevantes no Norte e Nordeste, onde os riscos de pobreza e exclusão são superiores à média nacional.

Neste desafio são especialmente bem-vindas novas experiências, que posam inspirar e dá uma nova roupagem a estas políticas e instrumentos, mobilizando todo o tecido institucional, que vai do Estado às empresas, dos municípios às organizações sociais, numa lógica de atuação definida pela proximidade territorial.

O governo precisa incentivar a criação de projetos de "inovação social" inspiradores. É preciso criar uma rede de investimentos públicos e privados para, alavancar com apoio das ações sociais como o bolsa família, que atuam junto de comunidades vulneráveis e desfavorecidas, com riscos de exclusão ou pobreza. Intervenções que vão do sertão ao semiárido nordestino, em prol da reinserção destas comunidades, da promoção de projetos educativo para crianças e jovens em situação risco, e como forma de erradicar o trabalho infantil, bem como de pessoas com deficiência ou doença mental e da inclusão digital dos idosos.

Estas ações governamentais da “inovação social” precisam com urgência ser criada e integrada num novo modelo de desenvolvimento mais coesivo e justo, menos assimétrico e desigual em termos sociais e territoriais (as duas dimensões estão frequentemente ligadas). Por isso, no próximo programa de governo esperamos encontrar estas propostas nas suas linhas de ação. O desafio é agora de construir nos territórios mais pobres do país as intervenções de acordo com as realidades e necessidades das comunidades e de convocar parceiros privados que fortaleçam e criem meios e respostas para este grave problema.

Estas ações precisam ser encaradas como uma sementeira que vale a pena ser criadas se quer ter um modelo mais sustentável de inclusão e promoção social, na região com bolsão de pobreza em nosso país. As questões sociais não podem ser acessórios, nem apêndices no novo governo.


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