Bolsa Família não basta para acabar com miséria
A
crise econômica que tem passado o país nos últimos anos vem criando em alguns
setores da sociedade uma consciência mais aguda sobre a importância e urgência de
um projeto que possa promover a inclusão e a promoção social das camadas mais
baixa desta pirâmide perversa.
A decisão do presidente Lula em combater sem trégua
a fome e a desigualdade com os programas sociais tem chamado à atenção de
alguns políticos do centro que passam a entender que as promessas de campanhas
são feitas para serem cumpridos. Lula nunca encarou como retórica os compromissos
que assumiu com seu eleitorado, por isto nestes mais de cinquenta anos de
política, nunca deixou ninguém para trás. São iniciativas como estas que proporcionará
construir um Brasil para todos. Estas ações - têm de ir muito além de uma lógica
assistencialista tradicional - são especialmente relevantes no Norte e Nordeste,
onde os riscos de pobreza e exclusão são superiores à média nacional.
Neste desafio são especialmente bem-vindas novas experiências,
que posam inspirar e dá uma nova roupagem a estas políticas e instrumentos,
mobilizando todo o tecido institucional, que vai do Estado às empresas, dos
municípios às organizações sociais, numa lógica de atuação definida pela
proximidade territorial.
O governo precisa incentivar a criação de projetos
de "inovação social" inspiradores. É preciso criar uma rede de investimentos
públicos e privados para, alavancar com apoio das ações sociais como o bolsa
família, que atuam junto de comunidades vulneráveis e desfavorecidas, com
riscos de exclusão ou pobreza. Intervenções que vão do sertão ao semiárido
nordestino, em prol da reinserção destas comunidades, da promoção de projetos
educativo para crianças e jovens em situação risco, e como forma de erradicar o
trabalho infantil, bem como de pessoas com deficiência ou doença mental e da
inclusão digital dos idosos.
Estas ações governamentais da “inovação social” precisam
com urgência ser criada e integrada num novo modelo de desenvolvimento mais
coesivo e justo, menos assimétrico e desigual em termos sociais e territoriais
(as duas dimensões estão frequentemente ligadas). Por isso, no próximo programa
de governo esperamos encontrar estas propostas nas suas linhas de ação. O
desafio é agora de construir nos territórios mais pobres do país as
intervenções de acordo com as realidades e necessidades das comunidades e de
convocar parceiros privados que fortaleçam e criem meios e respostas para este
grave problema.
Estas ações precisam ser encaradas como uma
sementeira que vale a pena ser criadas se quer ter um modelo mais sustentável
de inclusão e promoção social, na região com bolsão de pobreza em nosso país.
As questões sociais não podem ser acessórios, nem apêndices no novo governo.
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