Distribuir dinheiro por meio de programas
sociais irá resolver esta situação?
“Situações desesperadoras pedem medidas desesperadas”.
Infelizmente esta é a única forma de salvarmos uma geração diante da fome e da
miséria que se encontra 30 milhões de brasileiros. Desta forma, o Estado brasileiro
vai agir através dos seus programas e, como diz o ditado é a atitude mais sábia
na hora das dificuldades. Mas, será
que distribuir dinheiro aos mais pobres, por meio de programas sociais irá
resolver esta situação? Estas ações embora necessárias neste momento, não podem
ser encaradas pelo governo como a solução para o problema, ela é uma medida conjuntural que não resolve a fundo o problema da desigualdade social nem da
distribuição da riqueza produzida no país.
O Brasil terminou o ano com um PIB real
superior ao ano anterior e em situação de plena recuperação dos empregos
formais na indústria e no comércio. Com a riqueza do país crescendo mesmo de
forma tímida, não deixa de ser um paradoxo o aumento das dificuldades
financeiras de uma parte significativa da população. Todo
esse cenário, do aumento da fome e da miséria, somado ao ritmo lento do crescimento
econômico no país nos mostra que, ao contrário do que defendia o Governo que
saiu, nossa prioridade não pode ser, mas fiscal. O
aumento do número de pobres quando cresce a riqueza produzida no país só
encontra justificativa numa desigualdade gritante da distribuição dessa riqueza
entre capital e trabalho. Enquanto uns comem a carne, outros roem os ossos.
Diante de tanta miséria, gostaria de
perguntar aos economistas do antigo governo, ou aos políticos que deram
sustentação a tudo que está aí e aos moralistas que defenderam esta situação,
se já calcularam o número de indivíduos que são condenar à miséria, à
desmoralização, à ignorância crapulosa, à desgraça à penúria absoluta, para
produzir um rico?
Veja o que está se passando nas empresas de
grande distribuição, como os grupos: Carrefour, GPA, Grupo Mateus, Cencosud/G Barbosa, Grupo Muffato e
Supermercados BH; como aumentaram os seus lucros de forma
obscena, refletindo a diferença entre os preços mais altos a que vendem os
produtos e os preços sempre baixos que pagam aos produtores, bem como os
salários de miséria com que remuneram os seus trabalhadores. Não podemos
esquecer que os preços mais elevados de bens de primeira necessidade penalizam
maioritariamente as famílias de menores rendimentos, agravando a desigualdade.
Assim, gostaríamos de afirmar que a distribuição
de dinheiro aos mais pobres, por meio de programas sociais tem que ser encarado
pelo governo e pela sociedade como uma ação emergencial, ela é por natureza uma
medida conjuntural que não resolvem o problema de fundo da desigual
distribuição da riqueza produzida. Precisamos construir medidas efetivas de
distribuir as riquezas do país através da taxação de fortunas e ganhos injustificável,
mas o que vai resolver este problema de forma definitiva será uma justa
política salarial.
Não é aceitável que quem trabalha e ganha o
seu salário tenha de andar de mão estendida, à mercê de caridade. Justiça
social exige dignidade salarial, não políticas assistencialistas.
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