segunda-feira, 2 de janeiro de 2023

ARTIGO - De volta à presidência, Lula quer “cuidar” do povo e reconstruir o país. (Padre Carlos)

 


A cerimônia da faixa presidencial foi um ato de grande simbolismo.

 


Assim que subiu a famosa rampa do Palácio do Planalto e recebeu a faixa presidencial, Lula não conseguiu esconder as lágrimas. Parecia que era a primeira vez. Mas não era. Pela terceira vez na sua vida, Luiz Inácio Lula da Silva, antigo operário metalúrgico com o ensino primário, tomou posse como Presidente da República. Ao falar para a nação, fez um pedido dramático à união entre os brasileiros e prometeu cuidar do povo, principalmente dos mais vulneráveis desta pirâmide que é a sociedade brasileira, depois de anos de "barbárie", embora sem nunca citar diretamente o grande ausente da cerimónia: Jair Messias Bolsonaro.

A cerimônia da faixa presidencial, que historicamente ocorre envolvendo o ex-presidente e o presidente eleito, desta vez quebrou todos os protocolos e entrará para a história da República. Com  Jair Bolsonaro nos EUA e, ainda que tivesse no País, já tinha demonstrado que não passaria a faixa, o cerimonial da posse, coordenado pela mulher de Lula, Janja, organizou um ato de grande simbolismo.

Subiu a rampa junto com Lula e o vice-presidente Geraldo Alckmin um grupo de pessoas que representa a diversidade brasileira, em todas as suas nuances. Integrava esse grupo multicultural um cacique indígena, uma mulher negra, uma criança, uma pessoa com deficiência física e um idoso, entre outros.

Eran eles o cacique Raoni Metuktire, de 90 anos, líder do povo Kayapó; o menino Francisco Carlos do Nascimento e Silva, o professor Murilo de Quadros Jesus, a vigilante Jucimara Fausto dos Santos, o influenciador da inclusão Ivan Vitor Dantas Pereira, o metalúrgico Weslley Viesba Rodrigues Rocha e a catadora de reciclagens Aline Sousa, que entregou a faixa.

A cadela vira-lata Resistência também subiu a rampa. Ela morava no acampamento de militantes do Partidos dos Trabalhadores em frente à Polícia Federal, em Curitiba, e foi adotada por Janja quando o presidente estava preso na cidade, em 2018.

Não podemos negar que Lula recebeu um 'presentão' de Bolsonaro, quando o ex-presidente viajou para os EUA e se negou a passar a faixa presidencial. O vácuo deu a chance a Lula de homenagear a diversidade da população brasileira. Este talvez tenha sido o grande acontecimento desta festa.  O simbolismo da entrega da faixa presidencial por 'representantes do povo brasileiro' ao novo presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, representa a presença dos excluídos das políticas públicas e da sociedade. Este episódio, seguido por forte discurso focado em questões sociais, denota 'mudança de atitude e postura em relação aos direitos humanos e os excluídos, os que passam fome e os sem rostos e identidade.

 

 

 


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