segunda-feira, 26 de dezembro de 2022

ARTIGO - Os meus amigos não cabem na palma da mão! (Padre Carlos)

 


A amizade sincera dá ânimo para viver.

 


Outro dia estava conversando com um amigo no celular sobre os nossos desejos e esperança para o ano que vem. Falávamos baixinho dos nossos segredos e rimos alto, até dos problemas que nos amedrontava. Rimos também daqueles que cresce sem controle dentro da gente: o medo, a frustração, a raiva. Dei-me conta que enquanto riamos, meus problemas iam se dissolvendo e as minhas energias e certezas que não estava sozinho me fortalecia por dentro. A amizade é esse renascimento onde caímos, mesmo quando nem sabíamos de que era disso que precisávamos tanto.

Quando converso com um amigo é assim!  Sempre existe assunto, parece uma conversa que nunca se esgota. É mesmo isso que acontece entre os verdadeiros amigos: a conversa não morre. Tudo é motivo de ser assunto e a gargalhada nunca é inconveniente. Entre amigos de verdade é assim, não há receios, há vontade de continuar. Talvez seja esta a diferencia estre a amizade e o amor: não temos de medir o que se segue. O que se segue é sempre válido, sem julgamentos.

Os amigos terminam provocando na gente, esta coisa boa de querer integra-los para sempre na nossa vida: pode ser só por um momento, mesmo assim é válida quando surge: a ideia e o sentimento. Queremos a presença deles e delas para sempre nos momentos bons. Como se fosse possível.

Com os amigos, queremos passar o Verão, as férias, num destino aonde será improvável irmos, continuar a festa a noite toda, ver aquele filme que esta em cartaz no cinema: vamos todos! Depois, um a um, quase todos dirão que não podem que já tinham outras coisas combinadas. Muitas vezes me doeu a falta dos amigos em momentos que considerei importantes. Hoje, absolvo-os de imediato, para saber que no dia seguinte, os verdadeiros, encontrarão sempre um tempo para celebrar.  Os verdadeiros amigos não falham, até quando faltam. Vêm dias depois, abraçam-nos numa hora que não estava na agenda.

Mandam uma mensagem adivinhando que estamos tristes. Tenho muita sorte: os meus amigos ainda não cabem apenas na palma da mão: são mais. São muitos. Pode ser que um ou outro não esteja num momento importante, mas com certeza virá ao meu chamado quando eu mais precisar. Os amigos não têm de estar sempre, têm de vir numa noite e fazer dela especial. Exultamos a presença deles, e eles a nossa. Brindamos à vida. Lembramo-nos de tudo o que já vivemos. Eles dizem coisas que nós já não nos lembramos de que um dia dissemos e recorda quem realmente somos.

 


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