O Capitólio abriu espaço para a “réplica” ou a farsa?
Como disse Karl Marx na sua obra,
Dezoito Brumário: A história se repete, a primeira vez como tragédia e
a segunda como farsa. Para quem gosta de comparar o que aconteceu na tarde
deste domingo em Brasília com os atos fascista nos Estados Unidos, gostaria de
dizer que existe uma diferença crucial entre a invasão do Capitólio em seis de
janeiro nos EUA e a invasão da sede dos três poderes em Brasília: nos EUA,
Biden ainda não tinha tomado posse. No Brasil, Lula já é a autoridade máxima do
país. Mesmo assim, não podemos negar que o
Capitólio abriu espaço para a “réplica” ou a farsa como dizia o pensador. O que
se pode e deve temer agora é a multiplicação destes atos pelo Ocidente, nas
próximas eleições em vários países, onde populismos autoritários afirmam ser a
voz do povo.
Presenciamos neste domingo o mesmo ódio à
democracia dos apoiadores de Trump. Este fato chama a nossa atenção que
infelizmente o tempo é de todos os perigos, não podemos aceitar estas agressões
à democracia e ao estado de direito como uma simples expressão democrática como
foi encarado estas manifestações golpistas nas portas dos quarteis. A ordem
constitucional deve ser reestabelecida imediatamente e os culpados devem pagar
pelos seus atos.
Quem acompanha de perto a política, sabe que Bolsonaro procurou, desde o
começo da sua trajetória, ainda na campanha que o levou à presidência do Brasil
em 2018, copiar a metodologia de Donald Trump, enquanto o ex-presidente americano estimulava seus apoiadores contestar
o resultados das eleições presidenciais com um tuíte; Bolsonaro nada dizia, mas
seu silêncio nos 2 últimos meses de 2022 foi compreendido por seus seguidores
como um aval para ações violentas. Essa atitude de silêncio e, de aparente
ausência de conteúdo, de Bolsonaro tinha um simbolismo muito grande, uma vez
que não acrescenta nenhuma evidência contra ele.