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A Espiritualidade Quaresmal
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A Espiritualidade Quaresmal
Não podemos negar que aquela geração da Pituba da minha infância está partindo.
A saudade chegou ao momento em que soube que
Jacira Meireles tinha deixado à gente. Não podemos negar que aquela geração da
Pituba da minha infância está partindo.
Para quem não conheceu o bairro da Pituba em
Salvador em meados do século passado, temos que informar que era um pouco
diferente do que é hoje. Nosso bairro era um balneário na década de sessenta e
tinha suas características boêmia trazendo no verão uma classe média que se misturava
com os moradores formando uma só família. Que saudade da festa da Pituba, dos
amigos de infância e do clube português.
O bairro da Pituba em Salvador, Bahia, é um
lugar cheio de história e tradição. Na década de sessenta, era um verdadeiro
balneário, com suas praias exuberantes e ares de boemia. O bairro costumava
atrair uma classe média, que buscava um refúgio para aproveitar o verão com
tranquilidade e diversão.
Os dias de verão eram preenchidos por um clima
de festa e descontração, onde os moradores e visitantes se reuniam em torno dos
bares e restaurantes para apreciar a culinária típica da Bahia e saborear
bebidas refrescantes. A atmosfera era contagiante, e a alegria era sentida em
cada esquina.
A festa da Pituba era um evento marcante na
época, onde todos se reuniam para celebrar a cultura local. Era uma
oportunidade para dançar ao som dos ritmos baianos, provar as delícias gastronômicas
e rever amigos de infância que há muito tempo não se via.
Um dos pontos altos do bairro era o Club
Português, um lugar onde as famílias se reuniam para socializar e passar o
tempo livre. O clube era um símbolo de união e amizade, um lugar onde se podia
jogar futebol, nadar e desfrutar de uma variedade de atividades de lazer.
Hoje em dia, muitas coisas mudaram na Pituba,
mas as tradições ainda perduram. O bairro se tornou um dos mais procurados em
Salvador, com uma grande oferta de comércio e serviços. As praias continuam
exuberantes, a culinária é ainda mais rica e as pessoas ainda são tão
acolhedoras como antigamente.
Para aqueles que
cresceram na Pituba, a saudade da festa, dos amigos de infância e do Club
Português é imensa. Mas a lembrança desses tempos felizes permanece viva na
memória, como um sopro de nostalgia e de um tempo que não volta mais, assim
como você minha amiga.
Bel
A direita é capaz de apresentar uma alternativa clara e séria nas suas intenções?
Como filósofo e articulista, venho
percebendo a algum tempo que a forte polarização na sociedade, tem produzido um
esvaziamento do centro direita. Este deslocamento vem sendo acompanhado pelos
cientistas políticos e demais profissionais desta área desde as eleições de
2018, agora aparece ainda mais forte, com a redução das bancadas de partidos
tradicionalmente e aumento das bancadas dos partidos situados no polo da ultradireita
e esquerda. Esse movimento aparece tanto nos legislativos estaduais como nas
bancadas federais, e pode ser ilustrado pela queda dos números de parlamentares
que o PMDB conseguiu eleger e pelo quase desaparecimento do PSDB, partido que
ganhou duas eleições seguidas para o Governo Federal e governou São Paulo por
quase três décadas, com relação ao Cidadania, só conseguiu eleger meia dúzia de
deputados porque estes aderiram em suas bases o bolsonarismo, além do aumento
expressivo de partidos como PL, PP e Republicanos, que ganharam peso ao se alinhar
explicitamente a onda conservadora e de ultradireita.
Não há dúvida de que Bolsonaro representa
hoje as forças de oposição ao governo Lula, isto se deu pela capacidade de
promover um total realinhamento do campo conservador.
Diante
desta nova realidade, entendemos que o governo Lula tem sido um guarda-chuva para
esta vertente de pensamento, desta forma, a direita democrática deixa seu
protagonismo e o seu legado que foi apossado pelos bolsonarista. Sabemos como
está difícil o regime democrático brasileiro conter uma direita que seja capaz
de captar desejos e valores dos cidadãos, organizando suas pautas de
reivindicações, disputando cargos de poder. Por isto, a direita tem a obrigação
de apresentar uma alternativa responsável ao perigo do extremismo, com um bom
projeto democrático e um verdadeiro sentido de estado. Para isto, não pode se
dá ao luxo de criar soundbites, nem narrativas populistas que alimente um público
sedento de devaneios e ficções, mas sabendo que materializará a sua missão,
convicta de que essa integridade fará o seu caminho pelo eleitorado brasileiro.
Sonho um dia poder contar com uma direita
humanista e plural, de base liberal, mas com uma inclinação para o social.
Tendo sempre presente que nem todos tiveram as mesmas oportunidades e que por
essa razão o estado tem como obrigação cuidar dos seus, sobretudo de todos os
que se encontram em situações de vulnerabilidade.
Só assim, a direita seria capaz de
apresentar uma alternativa clara, bem definida nos seus limites e séria nas
suas intenções. Uma alternativa à polarização.
Zezéu vou votar em você, quero vê a cidade de felicidade votar no PT.
Shakespeare (O mestre maior das paixões
humanas) escreveu que “quando alguém morre a sua bondade é também enterrado com
ele”, o que não ocorreu com meu amigo Zezéu, pois a sua bondade permaneceu
desinteressadamente, sua bondade através de sua humildade, sua capacidade de
agregar os amigos, sua coragem como militante e político, ajudou o PT da Bahia
a se tornar um partido viável eleitoralmente.
Neste sábado vai fazer oito anos que meu amigo partiu. Por isto, honrar o legado de Zezéu e buscar o resgate da sua memória pode ajudar a manter viva sua história e a sua luta. É uma forma de resgatar a memória e as contribuições que ele fez durante sua existência, que vai do movimento estudantil a forma humanizada que uma cidade poderia ser administrada. Só assim poderemos ajudar a manter seu espírito vivo para aqueles que o amaram.
O
resgate da memória de Zezéu pode ajudar a preservar a história e a cultura de
uma nova geração de arquitetos preocupado com a cidade e as pessoas que não tem
uma casa ou ao grupo de político progressista ao qual o amigo pertencia. As
histórias deste grande militante podem ser compartilhadas e transmitidas a
outras pessoas e ajudar a manter vivas as tradições e valores daquele grupo que
queria e mudou a Bahia.
A sua risada muito característica durante
as conversas era um espelho de sua bondade, de sua ausência de maldade. A sua
morte faz lembrar que quando morre um companheiro de luta como este toda
esquerda, todo sonho de liberdade e justiça também morre um pouco e como disse
o poeta inglês: “a morte de alguém sempre me diminui, pois faço parte da
humanidade”.
Tive oportunidade de conhecer Zéu, Doia e
Pola e criar uma amizade com aqueles meninos. Coordenei sua campanha em 1990.
Meu amigo partiu em 2015 e deixou muita saudade.
Em
resumo, o resgate da memória de Zezéu pode ter importância significativa,
desde honrar o legado do amigo até preservar a história e a cultura de um
partido e de toda uma geração.
José Eduardo Zezéu Vieira Ribeiro
(Salvador, 21 de novembro de 1949 — São
Paulo, 25 de fevereiro de 2015) ·.
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Quem disse
que não poderia juntar PT e PSDB.
As discussões travadas dentro do Diretório Nacional do
partido Cidadania, ex-Partido Popular Socialista, ex-Partido Comunista
Brasileiro, tem servido como parâmetro para definir para onde o antigo Partidão
quer seguir e sobre o legado de tantos camaradas que morreram sem conhecer este
lado tenebroso do PCB e os quadros de direita que se formaram dentro dele. Desta forma, ao acompanhar pela imprensa os
desentendimentos entre o seu presidente, o ex-deputado federal Roberto Freire,
e o ex-senador Cristovam Buarque, pude entender o tamanho das zonas mais
profundas da região abissal, que separam as lideranças deste partido.
A relação
do Cidadania com o PSDB tem levado o partido cada vez mais para a direita,
desta forma, apesar de ter conseguido eleger 5 deputados federais, para
surpresa das bases seus novos parlamentares são todos bolsonarista disfarçados.
O mais grave é que recentemente, por 60% a 40%, a Executiva do partido aprovou
uma moção de apoio ao governo Lula e o partido não sabe como estes
parlamentares se posicionarão quando houver o embate dentro do Congresso.
Buarque votou a favor, Freire foi contra. Examina-se, agora, a ampliação da
federação com a entrada do Podemos e do MDB.
Observador da política local e
nacional, o ex-governador disse que entrou no Cidadania achando que encontraria ali
uma esquerda moderna, progressista. Infelizmente um agrupamento que segue o ex-deputado federal Roberto Freire, aliado há
o que existe de pior na política, levanta a questão que a esquerda nostálgica
quer repetir o passado. Diante de manifestações de direita e alinhamento ao
bolsonarismo o
ex-senador Cristovam Buarque disse: “Se tiver que escolher entre a esquerda
atrasada e a direita escravocrata, ficarei com a esquerda”.
Cristovam
levanta a tese que o primeiro erro foi à divisão do PT e PSDB. O símbolo máximo
é a eleição do Bolsonaro. Nós falhamos porque a escola não melhorou como deveria
a saúde não melhorou como deveria a economia não cresceu como deveria. Nós
falhamos, não criamos, realmente, um Brasil diferente. E foram 26 anos. Se PT e
PSDB tivessem criado um projeto que os unificasse, nem tinha Bolsonaro e
teríamos feito muita coisa. A educação, por exemplo, poderíamos ter adotado uma
geração, como dizia a Heloisa Helena, e depois essa geração nos adotaria.
Perdemos tempo. Por isso, votei na chapa Lula e Alckmin e estou disposto a apoiar
o seu governo. Quem disse que não
poderia juntar PT e PSDB.
O Papa precisa ser chefe de Estado?
O início do século XX foi
marcado por um período de mudanças, políticas e sociais. Essas
mudanças no cenário político global, fez com que muitas monarquias viessem
a baixo. Os ventos republicanos que sopraram em todo o velho continente não
chegaram aos morros do Vaticano. Pensamentos como este só puderam ser abordados
de forma superficial meio século depois, já no Vaticano II.
Quem conhece um pouco de eclesiologia, sabe que a Igreja é a única instituição verdadeiramente global, com um mandatário divino, que é também chefe de Estado. Assim, diante das reformas que Francisco pretende para todo o corpo eclesial, nos perguntamos: Que sentido tem que o Papa sendo chefe da Igreja, seja também um chefe de Estado? Depois do Vaticano II, com o aggiornamento de uma possível era republicana na cúpula da Igreja Católica, é admissível ou não a natureza político-constitucional e jus-internacional da própria Igreja e do seu representante? Não seria o momento de separar as dimensões de poderes e despir o Papa das últimas vestes de César? Não seria esse o próximo passo da Igreja no caminho do despojamento e do desprendimento? Para avança na questão do poder, não deveríamos enfrentar de frente a "despolitização" do Vaticano e da Igreja e se entregar à sua verdadeira missão espiritual e pastoral?
Confesso a vocês que pensava também desta forma e nas abordagem o militante incendiário da minha juventude se misturava numa simbiose com o teólogo, mas
quando olhamos para as contribuições do Papa e da rede diplomática do Vaticano
a serviço da paz e da justiça, na defesa da dignidade das pessoas (refugiados e
marginalizados), na denúncia do capitalismo selvagem, das perseguições e
violências, eu me perguntei: O mundo estaria melhor e os homens
viveriam melhores se a Igreja não dispusesse deste aparelho de Estado?
Não
há dúvida que a Igreja esteja precisando de uma reforma. Por isto, chamamos a atenção dos mais jovens para não
cairem na tentação e erros das gerações passadas que achavam que reformar é
abandonar tudo aquilo que é tradição. Não
devemos exigir nem incentivar o abandono de um dos grandes ministérios de que
dispomos para servir a Humanidade - a sua diplomacia em favor da justiça e da
paz, decorrente do reconhecimento internacional da sua natureza de Estado.
Assim
quando o Papa Francisco visitou a República Democrática
do Congo e no Sudão do Sul, massacrados pela violência, pela exploração, numa
dor sem fim. Este enviado de Deus num esforço fisicamente tão penoso se
ajoelhou diante dos três líderes do Sudão do Sul e lhes beijou os sapatos, suplicando
um esforço para avançarem na paz.
Um chefe de Estado que se coloca a serviço da paz e
não busca o poder nem reconhecimento. Como disse o Santo Padre: "Se
vivermos para "nos servirmos" do povo em vez de "servir" o
povo, o sacerdócio e a vida consagrada tornam-se estéreis. Não se trata de um
trabalho para ganhar dinheiro ou ter uma posição social nem para resolver a
situação da família de origem, trata-se de serem sinais da presença de Cristo,
do seu amor incondicional, do perdão com que quer reconciliar-nos.”.
Que o Espírito Santo nos dê entendimento para que
saibamos reformar a Igreja preservando o que há de mais sagrado na sua essência
que é o serviço. "Não somos os
chefes de uma tribo, mas pastores compassivos e misericordiosos; não somos os
donos do povo, mas servos que se inclinam a lavar os pés dos irmãos e
irmãs."
A geração que fez a diferença! Decorridos tantos anos do fim da ditadura, observa-se que a geração da utopia está partindo e a nova...