As Pré candidaturas dos pequenos partidos.
Acontecia sempre do mesmo jeito, infelizmente dessa vez vai ser difícil acontecer. Os candidatos com chances reais de ganhar as eleições já se lançaram bem mais cedo do que eu esperava. A cada eleição majoritária, políticos que não têm nenhuma chance de ganhar as eleições lançam suas pré-candidaturas na esperança de, mesmo não podendo ser aceitos, ganharem algo, e eu não estou falando apenas de votos. Quem não se lembra das últimas eleições em Vitória da Conquista?
Remontando a 2016, entre os meses de março e maio daquele ano, chegamos a ter 13 pré-candidaturas. Algumas não reuniam chances mínimas para pleitear sequer o cargo de vereador, quanto mais o de prefeito.
Em outras eleições, os políticos esperavam que o carnaval do ano eleitoral terminasse para se lançarem como candidatos. Agora, nem chegamos de fato ao São João do ano que antecipa a eleição e já temos definidos os dois candidatos para o próximo ano (2024).
É bom lembrar que a candidatura da prefeita Sheila Lemos era a exceção, pois ela não precisava da autorização de ninguém para postular seu segundo mandato. Na verdade, era a única candidatura certa até o Deputado Waldenor declarar que era o candidato do PT. Com a polarização e a certeza de que os dois já estão consolidados, não vamos presenciar nesta eleição as candidaturas cômicas do faz de conta. O modus operandi dos partidos políticos e das candidaturas de mentirinhas é assim: coloca um nome à disposição dos aliados para abrir as negociações. Já conhecemos bem o procedimento dos pequenos partidos. Não há muitos mistérios, mas existem algumas regras que poucos ousam desobedecer.
Uma liderança lança o nome de um político e este se faz de rogado no começo, para depois dizer que aceita com muita honra a indicação. Em geral, o político diz que não tem a vaidade de ser candidato, mas que aceita o desafio em nome do partido.
Alguns gostam de dizer que aceitaram a missão depois de ouvir a família, os amigos e os aliados. E ainda tem aqueles que gostam de se vitimizar. Dizem que estão fazendo um grande sacrifício em nome do partido, do povo, da sociedade e blá-blá-blá. Lembro-me de um certo candidato aqui fazendo um discurso piegas de como estava sendo sacrificado por ser candidato a prefeito. Como se lhe tivessem imposto a postulação. Esse é um discurso útil aos que sabem que vão perder.
Neste jogo, quem realmente é candidato não se lança com antecedência. Por isso, achei que não foi muito estratégico da parte do PT lançar logo o nome de Waldenor. Os que possuem lastro não se apressam, se resguardam, pois sabem que vão ser atacados e um alvo fácil até às eleições. Por isso, qual a vantagem de sair faltando tanto tempo? A estratégia de lançar um nome com tanta antecedência pode ser prejudicial para a campanha e para o candidato em questão.
Primeiramente, ao anunciar uma candidatura com muita antecedência, o político expõe-se a um período prolongado de ataques e críticas dos adversários. Durante esse tempo, os opositores têm a oportunidade de estudar o candidato, suas propostas e sua trajetória política, buscando pontos fracos para explorar durante a campanha. Além disso, a exposição prolongada pode levar a um desgaste da imagem do candidato, tornando-o menos atraente para os eleitores.
Além disso, ao lançar um nome tão cedo, o candidato perde a chance de aproveitar momentos estratégicos ao longo do período eleitoral. É comum que haja momentos de maior visibilidade e interesse público durante a campanha, como debates, entrevistas e eventos políticos. Se o candidato já estiver em campanha há muito tempo, esses momentos podem perder impacto e relevância, uma vez que o público já está saturado de informações e discursos.
Outro ponto importante a considerar é a volatilidade do cenário político. Política é uma arena dinâmica, e muitas coisas podem mudar durante o período que antecede as eleições. Novos acontecimentos, escândalos, mudanças de conjuntura e até mesmo a emergência de novos candidatos podem alterar significativamente o panorama eleitoral. Lançar um nome com muita antecedência limita a flexibilidade do partido e do candidato para se adaptarem a essas mudanças e aproveitarem oportunidades que possam surgir.
Por fim, é importante considerar que uma pré-candidatura lançada muito cedo pode gerar desgaste e desinteresse entre os eleitores. A política é um tema que muitas vezes cansa e desmotiva as pessoas, e uma campanha prolongada pode contribuir para a apatia e descrença na política como um todo. Ao deixar o anúncio da candidatura para um momento mais próximo das eleições, há uma maior chance de despertar o interesse e a mobilização dos eleitores, uma vez que a disputa política estará mais próxima e tangível.
Em resumo, lançar um nome para as eleições com tanta antecedência não é uma estratégia inteligente. Expor-se a ataques prolongados, perder momentos estratégicos da campanha, limitar a flexibilidade diante de mudanças e gerar desinteresse entre os eleitores são apenas algumas das consequências negativas dessa decisão. É importante que os políticos e os partidos avaliem cuidadosamente o momento mais adequado para lançar suas candidaturas, visando maximizar suas chances de sucesso e conquistar a confiança dos eleitores