Preconceito contra Rui
O Brasil é um país de dimensões continentais, com uma diversidade cultural, social e econômica enorme. No entanto, nem sempre essa riqueza é valorizada e respeitada. Muitas vezes, há uma visão preconceituosa e discriminatória em relação a algumas regiões, especialmente o Nordeste.
Um exemplo recente dessa postura é o que vem ocorrendo com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, que é baiano e foi governador da Bahia por dois mandatos consecutivos. Apesar de ter sido um dos primeiros nomes anunciados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para compor o novo governo, Rui Costa vem sofrendo um processo de “fritura” por parte de parlamentares e até por colegas de governo.
Entre os motivos para essa fritura estão a falta de articulação do ministro com o Congresso Nacional, a sua postura técnica e discreta, e o seu perfil considerado presidenciável dentro do PT3. Além disso, há uma resistência de setores do partido e de aliados em aceitar a liderança de um nordestino na pasta mais importante do governo.
Essa situação revela um preconceito velado contra o Nordeste, que ainda é visto por muitos como um mero celeiro de votos e um espaço na federação que tem menos direitos e importância que as regiões do Sudeste e do Sul. Essa visão ignora a contribuição histórica, cultural e econômica do Nordeste para o país, bem como a sua diversidade interna.
O preconceito contra o Nordeste também coloca em xeque a própria coerência da esquerda, que se diz defensora da democracia, da igualdade e da inclusão social. Como pode um partido que se orgulha de ter eleito o primeiro presidente operário e nordestino do Brasil, agora discriminar um ministro que tem origem popular e sindical similar à de Lula?
Rui Costa segue no cargo por contar com a amizade e o reconhecimento do presidente, mas isso não basta para garantir a sua efetividade e a sua legitimidade. É preciso que haja uma mudança de atitude por parte dos que tentam minar o seu trabalho e dos que se calam diante dessa injustiça. O Nordeste merece respeito e representatividade. O Brasil precisa superar o preconceito regional e valorizar a sua diversidade.
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