Já são tratadas como “crime”
Quando o
jornalista do site The Intercept Brasil, Gleen Greenwald, começou divulgar os diálogos entre o Procurador Deltan Dallagnol e o
ministro da justiça Sérgio Moro, passamos a entender o tamanho do esquema que se tratava
esta operação e os seus desdobramentos. Já chegamos ao ponto que o próprio Dallagnol admite que a
condenação de Lula no caso triplex era inconsistente e que teriam que forjar
crimes contra o ex-presidente.
Uma
coisa, no entanto, é evidente para os brasileiros e uma lição para os
envolvidos neste escândalo que arrastou todo o sistema judicial do país: não é
fácil resistir ao encantamento do mercado com suas “propinas palestras”. A fama
e o poder, não deveria ser o objetivo final, do juiz nem dos membros do
Ministério Público. Podemos dizer que
esta operação foi a maior investigação
de corrupção e lavagem de dinheiro que o Brasil já teve. Foi comprovado que o
volume de recursos desviados dos cofres da Petrobras, maior estatal do país, estava
na casa de bilhões de reais. Soma-se a isso a expressão econômica e política
dos suspeitos de participar do esquema de corrupção que envolveu a companhia.
O Papa
Francisco já classificou a vaidade o dinheiro como o "esterco do
Diabo", recuperando uma expressão de Basílio de Cesareia, um padre da
Igreja do século IV, que S. Francisco de Assis utilizava frequentemente.
"Quando a vaidade a busca da fama a qualquer preço (reconhecimento), e o
dinheiro se torna um ídolo, então ela passa comandar as escolhas do homem. E
então arruína o homem e condena-o", disse o Papa numa audiência no dia 28
de fevereiro de 2015.
Enquanto
a fama é assumida como um meio ou uma oportunidade para fazer justiça, ela é ótima.
Quando se torna num objetivo a alcançar só para benefício próprio, alimentando
a vaidade e se tornando um meio para lucrar com palestras e vantagens pessoais,
então ele corrompe e degrada. O mesmo se pode dizer do poder, da fama, ou de
tantos outros valores que foram perseguidos pelos membros desta força tarefa. Buscaram
tudo, menos a justiça.
As
revelações feitas na série de reportagens da Vaza Jato, divulgadas pelo site The Intercept em parceria com diversos
veículos da imprensa, já são tratadas como “crime” entre ministros do Supremo
Tribunal Federal (STF). Desta forma, fica claro para a sociedade como é
difícil combater o poder sem se corromper.
Não é uma tarefa fácil assumir a defesa da justiça do combate a grandes
corporações sem se envolver com as elites proprietária destas e de tantas
outras. Mas mais difícil ainda é não perder o pé e não embarcar nos jogos dos
poderosos, os quais estão treinados a esmagar e aniquilar quem não compactua
com eles.
Veremos a partir das novas informações qual as
providencias que Supremo Tribunal Federal poderá tomar sobre este caso.
PADRE CARLOS