Um amor Perdido no tempo
Ele jamais poderia imaginar que um dia iria reencontrá-la em uma das ruas da antiga Salvador.
Como diz o poeta: “a vida é a arte do encontro,
mesmo havendo tantos desencontros na vida”. Os acidentes nem sempre são algo
ruim e a casualidade pode elevar nossa alma a um passado distante. O presente
com sua pressa desenfreada para um futuro que nunca chega, deu uma pausa
naquela tarde
Em segundos volta ao passado, tudo retorna na
memória como se a vida deles estivessem paradas no tempo. Ao olha-la, ele percebe
que não esqueceu de nenhum detalhe daquele amor.
O Sorriso destampou no seu rosto quando a
viu, sua alma alegrou-se com aquela face e mesmo querendo esconder, todo o seu
corpo comemorava aquele reencontro.
“Olá, como vai
Eu vou indo e você, tudo bem?
Tudo bem, eu vou indo, correndo
Pegar meu lugar no futuro, e você?
Tudo bem, eu vou indo em busca
De um sono tranqüilo, quem sabe?
Quanto tempo...
Pois é, quanto tempo...”
Eu vou indo e você, tudo bem?
Tudo bem, eu vou indo, correndo
Pegar meu lugar no futuro, e você?
Tudo bem, eu vou indo em busca
De um sono tranqüilo, quem sabe?
Quanto tempo...
Pois é, quanto tempo...”
Todos nós somos marcados pela ação do tempo,
mas aquela mulher que estava na sua frente continuava com seu brilho e um
encantamento que ele pensou que não existisse mais. Apesar de alguns cabelos
brancos que criava um certo charme, parecia que nada tinha mudado. A voz o
olhar, a forma de falar, tudo era perfeito naquele corpo. Tu, tu não mudaste,
talvez o penteado para adequar este novo estilo que combinava tão bem, de uma
intelectual de meia idade.
Ele a convidou para um café e conversaram
sobre suas vidas. O casamento dele que não deu certo, os filhos e a perda dela de
quarenta anos de casada. Falaram de tudo, menos do passado que viveram. De
repente, ele olha aquele rosto e viaja pelas suas lembranças, é como se estas não saíssem da sua mente e
esta voz continuava a soar em meu ouvido
é como se naquele momento o bom Deus estivesse lhe dando uma segunda
oportunidade. Aquele encontro não era fruto do acaso, ele não acreditava em
sorte ou destino, tinha que ter um significado, talvez naquele momento, ele não
estivesse vendo de forma clara, devido a emoção, mas teria que ser hábil para
não perder aquela oportunidade. Já tinha vivido o suficiente para entender que
não se deve esperar nada do acaso, somos donos do nosso próprio destino.
“Pra semana, prometo talvez nos vejamos
Quem sabe ?
Quanto tempo... pois é... (pois é... quanto tempo...)
Tanta coisa que eu tinha a dizer
Mas eu sumi na poeira das ruas
Eu também tenho algo a dizer
Mas me foge a lembrança
Por favor, telefone, eu preciso
Beber alguma coisa, rapidamente
Pra semana
O sinal ...
Eu espero você
Vai abrir...
Por favor, não esqueça,
Adeus...”
E pode sentir sua presença ardente lhe
deixando forte, mas ao mesmo tempo, trazendo de volta alegrias e dores, que
jamais pensou voltar a sentir. A saudade de um amor perdido no tempo é uma
dívida que se paga em longas prestações e ele pagou quarenta anos e cujo saldo
devedor ainda não tinha chegado ao fim. Desta forma, se despediram assumido
compromisso de se encontrarem e não cumpriram, eles jamais voltaram a se verem.
Padre Carlos
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