terça-feira, 24 de maio de 2022

ARTIGO - Estes resultados revelam os erros político cometidos na campanha!

 

As pesquisas revelam uma verdade não absoluta

 


Quando o articulista se propõe a escrever sobre determinado assunto, ele precisa deixar as paixões e militância de lado, para não influenciar na abordagem do objeto de estudo. Muitas vezes este profissional coloca no papel aquilo que gostaria não ter escrito. Desta formam, vamos tentar abordar as ultimas pesquisas para governador do estado da Bahia e buscar esclarecer como estes dados se relacionam com seu contexto político.

O fraco desempenho do candidato das esquerdas no nosso estado fez lembrar a experiência dos velhos políticos em construir candidaturas e formar alianças. Assim, parafraseando o ex-presidente José Sarney, “um candidato não se faz do dia para a noite,“ podemos entender que a sabedoria de noventa e dois anos, deveria ser mais levada a sério pelos cientistas e político da boa terra.

               Ao apresentar estas pesquisas, gostaria de informar que a abordagem técnica e o trabalho de colher e interpretar tais informações, foram de responsabilidade do professor Wilton Cunha, que com sua capacidade de leitura dos números, consegue transcender nossos entendimentos neste assunto.

 

CONTEXTO GERAL

 

A referida análise envolve 3 institutos e 4 pesquisas realizadas em datas distintas. Sobre os  institutos Paraná e o Real Big data apesar de possuírem instrumental para fazerem pesquisas  com qualidade, a maioria das vezes são insuficientes. Já o Quaest é considerado um instituto de credibilidade.

                Nas 4 pesquisas observamos que, no cenário principal, o resultado tem sido estável e  regularmente constante para os tamanhos proporcionais de todos os candidatos inclusive para  BRANCOS, NULOS, INDECISOS E ABSTENÇÕES.

 

SOBRE A PESQUISA ESTIMULADA

            Os índices de NETO são pelo menos 3 vezes maiores do que quaisquer uns dos outros candidatos,  com o mínimo de 55% e máximo de 67%. Observa-se que o maior percentual (%) resultante da  soma de brancos, nulos, indecisos e abstenções está na casa de 23% e que a diferença entre todos os candidatos e o primeiro é maior que este porcentual.

Para a mudança deste quadro não basta buscar novos votos nos 23% relativos aos brancos, nulos,  indecisos e abstenções, seria preciso retirar de votos do primeiro colocado, ou seja, NETO. Caso  contrário a eleição estaria resolvida em primeiro turno.

Rodrigues e Roma estão empatados tecnicamente dentro da margem de erro. Este quadro  persiste no cenário principal, na espontânea e em um eventual segundo turno entre os dois.

 

 

 

SOBRE A PESQUISA ESPONTÂNEA 

 

NESTA PERSPECTIVA O QUADRO MUDA COMPLETAMENTE.

 

ESPONTÂNEA 23/mar 24/abr. 17/mai. 18/mai.

 

GOV-BA Q-Esp P-Esp RBD-Esp Q-Esp

 

Neto 13% 20% 20% 13%

 

Rodrigues 3% 6% 6% 3%

 

Roma 3% 4% 5% 3%

 

Rosa 0% 0% 0% 0%

 

Damico 0% 0% 0% 0%

 

B-N-I&A 81% 70% 79% 81%

 

Na perspectiva espontânea nota-se que na melhor hipótese 70% dos eleitores ainda não dizem em quem irão votar e na pior hipótese 81% fazem o mesmo. Neto chega a 20% Rodrigues a 6% e  Roma a 5%, portanto Neto continua 3 vezes maior que qualquer um dos outros candidatos.

 

A novidade aqui apresentada é que a diferença entre branco, nulos, indeciso e abstenções (B-N I&A) é maior que a diferença entre o primeiro (NETO) e o segundo (RODRIGUES). Portanto, para  virar o jogo basta buscar votos em quem ainda não decidiu.

 

“PEGA VISÃO” RODRIGUES”

 

1ºTURNO 23/mar 24/abr 17/mai 18/mai

 

Espontânea Q-Esp P-Esp RBD-Esp Q-Esp Rodrigues 3% 6% 6% 3%

 

Estimulada Q-EsT P-EsT RBD-EsT Q-EsT Rodrigues 5% 6%18%16

 

2ºTUNO 23/mar 18/mai

 

GOV-BA Q-EsT Q-EsT Rodrigues 18% 22% Roma 24% 24%

 

            Analisando os dados acima em relação ao primeiro turno, observa-se que na espontânea  Rodrigues tem uma variação de 3% a 6% portanto de 100%, enquanto na estimulada a variação é de 260%. Isto induz a acreditar que uma “tática eleitoral” competitiva possa fazer o crescimento  de Rodrigues tornar-se exponencial.

               Por outro lado, é bom observar que na melhor hipótese, hoje, Rodrigues alcançaria 22%,  enquanto Neto nesta mesma data chegaria a 70% e Roma 24%. Sendo assim Rodrigues é o último colocado.

Numa hipótese de segundo turno Neto sairia de 55% para 73%, enquanto Roma sairia de 4% para  24% e Rodrigo sairia de 5% para 22%. Nestes casos os crescimentos de Roma e de Rodrigo são infinitamente maiores do que o de Neto em um eventual segundo turno, mas, é bom observar, que este índice de crescimento é desfavorável a Neto no segundo turno tão somente porque sua margem de crescimento possível é bem menor em relação aos 2 outros. Para Roma e Rodrigues  as margens são extremamente generosas.

 

            Estes resultados revelam os erros político cometidos na campanha de governador, quando os nomes de alguns companheiros da frente, que são quadros testados e com densidade eleitoral não foram lembrados, passamos a entender que a lógica em questão transcendia a razão. Diante disso, entendemos que a intenção do governador Rui Costa (PT) de lançar um nome do seu grupo e do circulo de amizade mesmo sabendo da dificuldade que enfrentaria uma candidatura sem liga e sem carisma que pudesse empolgar a militância e o eleitor baiano, poderia levar ao fim do ciclo petista no estado.

Infelizmente, foi posição do governador e de uma ou duas lideranças que terminaram definido quem seria o candidato. Deveria ter sido uma decisão das instâncias partidárias, da base. Tudo isto aconteceu, porque  aceitaram decisões tiradas da cartola. Para as pessoas que estão fora do ciclo do governo, estes acontecimentos foram um escândalo. É preciso entender, que a base partidária quando é impedida de se manifestar, a democracia interna sai por outra porta.

Os números das pesquisas revelam por si só os erros que cometeram em não agirem de forma racional e pragmática nas escolhas que fizeram.

 

 

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