Por quem os sinos dobram?
Só quem tem uma consciência pacifica e um humanismo latente, pode
entender a obra de Hemingway, qualquer perda humana, mesmo num país longínquo,
seja na América Latina, na África, na Ásia ou na Europa é também uma
pequena morte para cada um de nós.
Quando no início da década de 40 o escritor norte-americano Ernest Hemingway
lançou uma das suas mais famosas obras literárias que viria a ser à base do
filme, com o mesmo nome: Por quem os sinos dobram, passamos a entender de forma
mais claro como cada vida neste planeta que perdemos de forma banal ou
violenta, pode impactar todo o conjunto do universo.
Este título me fez recordar o escritor inglês John Donne, que via a
guerra como um absurdo, qualquer coisa sem sentido, onde vidas humanas se
perdiam pela incapacidade de diálogo e de entendimento entre os homens. “Quando
um homem morre, morremos todos, pois somos parte da humanidade”, escrevia. E no
livro de Hemingway – apesar de se tratar de um romance, tendo como pano de
fundo a Guerra Civil da Espanha – está presente a mesma ideia.
Este é apenas um exemplo, e muitos mais podiam citar. De fato, não deve
haver ninguém na face da Terra que não condene veementemente este tipo de
conflito armado entre povos. Guerra é o apelo ao lado mais cruel do coração do
homem, dos que querem conquistar pela força o que não conseguiram por meios pacíficos.
A História, infelizmente, está repleta destes conflitos, com a
consequência inevitável de muitas vidas humanas que se perderam, muitas delas
sem nada terem feito nem contribuído para tal desfecho.
Apesar de estarmos vivendo uma guerra na Europa, com as imagens
chocantes que a toda hora chegam até os nossos lares, não podemos esquecer que
as vidas perdidas em todos os continentes são importantes. As tiradas pelas
bombas atômicas no Japão, as dos iraquianos e dos palestinos, bem como as dos
judeus e todos que foram mortos por regimes totalitários ou em “nome da
liberdade”.
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