O The Intercept e a ( pós) verdade
Quando me propôs fazer estes
artigos, tinha como objetivo trazer temas filosóficos para a reflexão do
cidadão que não teve oportunidade de frequentar um curso acadêmico e procura
uma abordagem mais técnica dos acontecimentos da vida política.
O tema que vamos abordar hoje, diz
respeito à verdade, ou melhor, a pós-verdade. Assim, podemos definir este
fenômeno através do qual a opinião pública reage mais a apelos emocionais do
que a fatos objetivos. Desta forma, definimos este conceito de verdade,
observando como os fatos são colocados em segundo plano quando uma informação
recorre às crenças e emoções das massas, resultando em opiniões públicas manipuláveis.
Para isto, vamos resgatar os valores filosóficos
e, a aplicação da filosófica no conceito e na aplicação da pós-verdade para
abordamos de forma clara como os acusados e a imprensa de massa vão tratar este
caso. O que se encontra em jogo é a narrativa entre a forma que foi conseguida
a informação e o seu conteúdo que está sendo divulgado pelo site The Intercept. Assim, o filósofo tem o dever
de ponderar de forma reflexiva a acerca das questões que estão sobre sua
responsabilidade.
Sabendo de todas estas informações, Glenn Greenwald, parte no sentido de fazer parcerias e ampliar
através dos órgãos de comunicação que transcende o métier da imprensa
alternativa. Foi com o objetivo de disputar a narrativa entre a forma e o conteúdo,
que o site The Intercept fechou uma parceria para Reinaldo Azevedo a Rede
Bandeirante e com a Folha de S.Paulo.
Assim, quando essas certezas são
exploradas pelos meios de comunicação para fins midiáticos, econômicos ou
políticos, nasce o fenômeno da pós-verdade, no qual as massas “preferem”
acreditar em determinadas informações que mesmo não sendo verdade traz a
credibilidade do órgão que transmite.
Os meios de comunicações são
concessões do governo. Assim, por se tratar de um bem público, não podemos
admitir este tipo de comportamento em relação à veracidade dos fatos, estas
empresas tem que ter mais responsabilidade pelas notícias que divulgam, É
necessária uma reforma das comunicações para que a democratização das
informações seja uma ponte entre o cidadão e a verdade. Desta forma, a
responsabilidade de importante ferramenta não deve ficar concentrada nas mãos
de poucas famílias, como um feudo controlador da informação no Brasil. São
estes, os grandes responsáveis pelas manchetes e matéria, com elementos de
pós-verdade, Assim, estas empresas, junto com um judiciário partidário,
formavam as manchetes desta imprensa sem compromisso com a veracidade dos
fatos, esta aliança, esta sendo quebrada agora com as revelações da Vasa Jato.
. A pós-verdade é a aceitação de uma
informação por um indivíduo ou grupo de indivíduos, que presumem a legitimidade
desta informação por razões pessoais, sejam preferências políticas, crenças
religiosas, bagagem cultural, etc. Assim, a pós-verdade não implica
necessariamente em uma mentira (tendo em vista que a informação não verificada
pode ser verdadeira), mas sempre implica em uma negligência com relação à
verdade.
Recentemente foi compartilhada por
milhares de pessoas nas redes sociais a informação de que o cantor Pabllo Vitar
seria beneficiado pela Lei Rouanet em cerca de R$ 5 milhões de reais para uma
produção musical. A notícia trazia o fato paralelo de que o Hospital de Câncer
de São Paulo teria sido fechado por ausência de verba, fato este que trouxe
imediata indignação coletiva de muitas pessoas que, antes da informação,
possuíam algum tipo de preconceito com o cantor e com a representatividade LGBT
no meio cultural.
Surpresa! A informação era falsa e
compõe um dos diversos casos de notícias incorretas espalhadas virtualmente ao
longo do processo judicial do Presidente Lula.
O ódio ao PT e ao Presidente Lula,
também foi fruto desta prática criminosa dos meios de comunicações e da
estrutura da Sec. De Comunicação do Estado de São Paulo, governado pelo PSDB.
As técnicas mais sofisticadas e profissionais com capacidade de colocar em
pratica a manipulação da verdade dividiram o país em duas vertentes: Os que têm
senso críticos e as vitimas da pós-verdade.
Logo, quando se trata de política, o
senso crítico (capacidade de questionar e analisar informações de maneira
objetiva) é a grande arma que o cidadão comum, tem em relação às informações
que chegam a todo instantes em nossas casas, por isto entendo e concordo com Glenn Greenwald em criar uma rede e se fortalecer para
participar desta guerra.
Padre Carlos.