Somos um país de Macunaímas ?
Causou-me uma profunda
tristeza ao constatar através das notícias e vazamentos de conversas dos
procuradores e do juiz responsável pela operação da Lava-Jato, que somos
verdadeiramente um país de Macunaímas (o herói sem caráter, lembram?), pois ao
aceitarmos passivamente esse estado de coisas erradas que aqui acontecem somos,
pelo menos, coniventes.
Nestes últimos dias, venho me perguntando por que o sistema de justiça no Brasil se calou diante de tantas evidencias que algo não cheirava bem em Curitiba. Assim para responder estes meus questionamentos foram buscar na cultura brasileira alguns elementos para poder tentar entender os fatos que hoje são revelados pelo site The Intercept.
Nestes últimos dias, venho me perguntando por que o sistema de justiça no Brasil se calou diante de tantas evidencias que algo não cheirava bem em Curitiba. Assim para responder estes meus questionamentos foram buscar na cultura brasileira alguns elementos para poder tentar entender os fatos que hoje são revelados pelo site The Intercept.
Se confirmado o comportamento das
pessoas envolvidas em investigar e julgar os processos que condenou o
Presidente Lula, teremos que rever não só o comportamento da força tarefa, mais
todo o código de ética que rege a sociedade.
O
que teria levado a justiça brasileira a cometer deslizes de conduta na Operação
Lava-Jato? Por que o brasileiro fica indignado com a grande corrupção e pratica
pequenos delitos? Quando os escândalos
de corrupção são expostos pela mídia, cria no imaginário do povo simples e
trabalhador, um cotidiano promíscuo e corrupto de políticos, funcionários
públicos e cidadãos, todos envolvidos em atos ilícitos, provoca na cultura
brasileira o desejo de desforra, de querer participar da festa. Estas
insatisfações muitas vezes provocadas intencionalmente em doses diárias têm por
objetivo criar na classe média uma ligação psicológica com os justiceiros e
salvadores da pátria, para justificar suas ações ao arrepio da lei.·.
Qual a nossa grande
tristeza, qual a nossa grande decepção? Diante de tantas dúvidas, podemos nos
apegar as palavras do grande Santo Agostinho (354-430) “Teus pecados são a tua
tristeza, deixe que a santidade seja a tua alegria”.·.
Padre Carlos
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