Minha
história, minha vida!
Quando Rosa Luxemburgo, disse
que a liberdade é sempre a liberdade de quem pensa diferente, queria dizer, que
as minorias e/ou maiorias que impeçam a livre manifestação do pensamento
divergente contribuem para fortalecer o caldo cultural autoritário – também
presente na esquerda brasileira. A liberdade de expressão é uma conquista e os
militantes tem o direito de ser reconhecido pela direção partidária e portar
seus símbolos ideológicos. Talvez a insistência surta mais efeitos negativos do
que positivos, afinal o constrangimento pode afastar seus quadros, mas é uma
questão de estratégia política a ser avaliada por eles.
Estou
no PT porque me reconheço na prática política do partido.
Foi, sobretudo, uma opção ideológica. Com o tempo, outras experiências e
leituras me conduziram cada vez mais, na direção à organização partidária. Durante
a década de setenta, militei nas fileiras do Partido Comunista do Brasil, mesmo
no tempo em que militava no PCdoB não me atraía o tipo de organização vanguardista,
o partido de quadros, mesmo sabendo que se tratava de uma expressa necessidade daquela
geração. Também aprendi com eles e, mesmo com as divergências que nos separam,
mantive relacionamentos, pautados pelo respeito mútuo, que perduraram.
Sou,
portanto, “Com Partido”. Reconheço-me no Partido dos Trabalhadores! É uma opção
político-ideológica tão legítima construída nestes trinta e nove anos que
dediquei da minha vida. Sim, dediquei os melhores anos da minha juventude na
construção deste projeto.
Reconheço, porém, a contribuição que minha
geração deu na construção do partido e na militância política partidária. Sou
de uma época em que não podiam expressar-se livremente, tinha que viver na
clandestinidade. Não podíamos na reunião dos DAs ou DCEs, expressar nosso
pensamento. Era uma questão de segurança, de sobrevivência, a integridade
física e a vida estavam em risco. A ditadura civil-militar perdurava. Quando o
PT surgiu, muitos de nós aderiram. Com o tempo alguns companheiros seriam
convidados a sair ou foram sumariamente expulsos. Então, formaram seus próprios
partidos. Outros permaneceram sob o biombo do MDB/PMDB. Dentro ou fora do PT, minha
geração contribuiu para o processo de redemocratização do país.