quarta-feira, 28 de agosto de 2019

ARTIGO - Uma Política Externa Ativa e Altiva ( Padre Carlos )





Uma Política Externa Ativa e Altiva


            Um dos grandes problemas da esquerda brasileira é não ter a cultura de lembrar dos seus companheiros que partiram e resgatar para as novas gerações, o seu legado.  Quero lembrar ao PT principalmente, que a memória é um dos alicerces que dá sentido ao projeto de partido. Preservar a memória institucional e partidária é manter o partido vivo e uma forma de fortalecer a sua militância. Quando memorizamos, isto é, resgatamos a memória de um companheiro, afirmamos a sua importância na construção do partido e das suas contribuições na história recente do país, para as novas gerações. 
      
      Assim, gostaria hoje de falar de um quadro político responsável pela política de integração da América Latina e sua importância na “Política Externa Ativa e Altiva” dos governos do PT. Ao nomear Marco Aurélio Garcia, assessor especial da Presidência da República, o Presidente Lula, criava condições políticas de uma articulação sul-sul e da aproximação com os continentes africano e asiático, Marco Aurélio tinha a real noção da importância da formação de blocos como o Brics e o Ibas, vistos como estratégicos na construção de articulações contra-hegemônicas e para a reforma da ordem internacional vigente e de suas instituições.
            Com a perda relativa de protagonismo internacional brasileiro e a política exterior de menor intensidade nos governos Temer e Bolsonaro ficam evidentes cada vez mais a sua importância como estrategista capaz de transformar principalmente seu conhecimento acumulado na Secretaria de Relações Internacionais do partido – sobre política externa e relações internacionais em um projeto de “Política Externa Ativa e Altiva” para a soberania de todo um continente.
            Tive oportunidade de conhecer este companheiro em uma palestra em Campinas, na década de oitenta. Professor universitário, conhecedor profundo da história das esquerdas brasileiras e latino-americanas, intelectual brilhante, militante experiente, fundador do PT e secretário de Relações Internacionais do partido por vários anos. Acompanhei durante todos estes anos a trajetória deste companheiro e posso afirmar que ele teve um papel central na formulação e na prática da política externa brasileira durante os dois mandatos de Lula e, com menor intensidade, no governo Dilma. Não é a toa que foi no âmbito da política externa que os governos petistas, provavelmente, tenham chegado mais próximos das teses defendidas pelo partido desde a década de 1980 e nos programas das várias campanhas presidenciais de Lula.
        
    Faz dos anos da morte Marco Aurélio, neste período, podemos constatar a falta que faz a sua capacidade de liderança e habilidade política, como foram importantes a sua lutas e projetos para a soberania do Brasil e a toda a América Latina. Sempre admirei a sua inteligência, o seu compromisso com a democracia e a justiça social e a sua enorme capacidade de trabalho.
Marco Aurélio Garcia?
Presente!

Padre Carlos


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