30 anos do Muro de Berlim
Este
sábado fará 30 anos da queda do muro de Berlim. 9 de novembro de 1989.
Não foi “só” um Muro. Foi um símbolo que marcou a divisão do mundo em
duas partes e representava o símbolo da Guerra Fria.
Há três décadas atrás, bastou uma simples frase errada - e assim se vê a
força da palavra - e a sociedade viu o início do fim da separação ideológica do
mundo.
Foi o dia que marcou o começo do final da Guerra Fria e da União
Soviética.
Toda esta divisão começou após a II Guerra Mundial (1939-1945) com a
derrota Alemã. As tropas alemãs capitularam a 9 de maio de 1945 e todos os
membros do último Governo do Reich, encabeçado pelo então almirante Karl
Dönitz, foram presos.
Os quatro países vencedores dividiram o território alemão em quatro
zonas de ocupação que representavam claras duas metades. De um lado tínhamos os
Estados Unidos, Inglaterra e França e do outro lado estava a União Soviética. É
neste contexto que nasce a Alemanha Ocidental, o lado capitalista, e a Alemanha
Oriental de base comunista.
Assim, a Alemanha Ocidental fazia parte da OTAN (Organização do Tratado
do Atlântico Norte) e a Alemanha Oriental integrava o Pacto de Varsóvia.
O mundo ficou dividido entre o "centralismo democrático"
marxista do Partido Comunista único, o SED (Sozialistische Einheitspartei
Deutschlands ou Partido Socialista Unificado da Alemanha), e com a União
Democrata Cristã (CDU) de Konrad Adenauer que viria a ser eleito o primeiro
Chanceler da República Federal da Alemanha em 1949.
Precisamente em 1949, o Governo Soviético impede o livre-trânsito de
pessoas entre as duas metades da Alemanha. Berlim cortava-se ao meio. Nascia
ali o muro que seria levantado de forma
efetiva em 1961. Eram 151 quilómetros de extensão de cerca com mais de 300
torres patrulhadas, com cães de guarda, homens fortemente armados e ainda arame
farpado e eletrificado. Era impossível fugir de um lado da Alemanha para o
outro.
O muro separou a cidade em Berlim Oriental e Berlim Ocidental durante
mais de 28 anos, desde sua construção em 1961 até ser derrubado em 1989. A
ideologia e a divisão de um pós-Guerra separaram famílias, amigos e
vidas.
Este
fato mexeu com a cabeça de muita gente, quando fiquei sabendo do ocorrido, me
veio na hora uma sensação de alegria, mas ao lembrar pessoas e não posso deixar
aqui de ciar o velho (Carlos Prestes), que deram suas vidas por um ideal
comunista, seria trágico ver suas utopias sendo colocadas a baixo junto com
aquele muro.
Naquele
mesmo ano, outro episódio dava alento e esperança a esquerda no Brasil, um
candidato do campo progressista, Luiz Inácio Lula da Silva foi para o segundo
turno das eleições presidências. Foram as primeiras desde 1960 em que os
cidadãos brasileiros aptos a votar escolheram seu presidente da república. Da
coligação encabeçada pelo Partido dos Trabalhadores, e Fernando Collor de
Mello, da coligação encabeçada pelo PRN.
Apesar
da queda do Muro de Berlin, ter desestabilizado algumas certezas na nossa
cabeça, com a nova conjuntura que se formava em nosso país, não tive tempo de
processar todos aqueles acontecimentos.
Para minha grande surpresa, no comício de Lula
na capital Fluminense testemunhei a alegria da multidão ao escutar o “cavaleiro
da esperança.” Assim, discursando entre bandeiras vermelhas no comício realizado
na Candelária no Rio de Janeiro em 1989 o Velho me dava uma lição de vida e de
fé no amanhã.
Prestes
faleceu em março de 1990, O “cavaleiro da esperança” nos legou a certeza de
tornar a florescer em cada nova estação.
Padre
Carlos.
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