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quinta-feira, 11 de junho de 2020
ARTIGO - A Lauro de Freitas e as eleições. (Padre Carlos)
A
Lauro de Freitas e as eleições.
No final do ano passado, presenciamos o
anuncio por parte da Prefeitura de Vitória da Conquista, da construção do novo
terminal da Lauro de Freitas. Foi com uma grande campanha publicitária digna de
um grande empreendimento, que o prefeito, anunciava naquela ocasião que a obra
teria início em primeiro de fevereiro. Achávamos que a partir desta data, o
antigo terminal se transformaria em um grande canteiro de obras, mas
infelizmente só em abril pudemos constatar alguma movimentação
e mesmo assim, de forma precária. Quando o prefeito resolveu começar de fato,
já estávamos sofrendo todas as ameaças em relação ao covid-19 e todo cuidado
era pouco, devido ao risco de se contaminar com o vírus.
Diante desta nova realidade, as
lideranças do município começaram a criticar a decisão do governo de investir
uma soma vultoso em obras, enquanto cortava benefícios e salário dos servidores
em meio à pandemia do novo coronavírus.
Ao formar um novo quadro
de incertezas, diante da pandemia que se instalava no país, o prefeito deveria
ter centralizado as atenções e mudado as perspectivas econômicas da cidade. Mesmo
sabendo que estamos num período de pré-campanha, deveria ter admitido para seus
eleitores e a comunidade, que diversos objetivos que tinha traçado para este
último ano de mandato poderia não acontecer devido à nova realidade que se apresentava
no cenário nacional. Ao invés disso, o prefeito passou a usar recursos próprio para dar início a este
projeto que além de comprometer parte da arrecadação, poderia esperar. Os
escassos recursos do tesouro municipal, jamais poderia ter sido usado para
iniciar uma obra de tamanha envergadura, como o da construção do novo terminal
da Lauro de Freitas.
Para fazer um projeto
deste que mexe com a rotina de milhares de pessoas, precisava que se fizesse um
estudo sobre o impacto que esta obra iria provocar no dia-a-dia da comunidade
conquistense. Segundo os comerciantes daquela localidade, a prefeitura em
momento algum buscou ouvi-lo para conhecer a realidade daqueles empresários
sobre a necessidade de tal obra e o momento certo para o comercio absorvê-la.
Sabemos que o empréstimo
da Caixa Econômica, não foi ainda liberados e com esta nova realidade poderá
demorar. Além disso, os poucos recursos que chegam aos cofres público, não
seriam suficientes para tocar esta obra e manter a máquina administrativa
funcionando, assim, se fala agora em 180 dias para as obras ficarem prontas.
Será que o comercio da Laura de Freitas conseguirá resistir a mais esta agressão?
Dizem os mais velhos, que tudo o que começa errado,
termina errado. A não ser que haja um novo planejamento e um recomeço.
Lembrando ao prefeito, que não há como recomeçar sem que haja um preço a ser
pago.
terça-feira, 9 de junho de 2020
ARTIGO - Crônica de uma tragédia anunciada (Padre Carlos)
A Gripe Espanhola e o Covid-19
Lendo as notícias
sobre a flexibilização das regras de confinamento e de distanciamento social, na nossa cidade,
passei a entender que a história não se repete, são os erros das autoridades que
fazem retornar. As histórias passadas e presentes, apresentam
diversas e importantes semelhanças com o que estamos vivendo nos últimos tempos,
afinal a sociedade apreende tudo – de formas variadas – e guarda na memória. Os
momentos passados são experiências que deveriam ser resgatadas e utilizadas
para que não cometêssemos os mesmos erros.
Assim como hoje,
no século passado surgiu uma pandemia que foi denominada de gripe espanhola. Só
que de espanhola ela não tinha nada, pois o que se sabe é que ela foi oriunda
dos Estados Unidos de onde os soldados levaram para o sul da França aonde
americanos e ingleses estavam acampados durante a Primeira Guerra Mundial.
Agora aparece este coronavírus que origina a pandemia com o nome de
Covid-19, que se diz oriunda da China, porque nela surgiu em primeiro lugar,
conforme noticiam os jornais do mundo inteiro.
Independente da
origem, o fato é que se não houver rígido controle no Brasil e em especial no
nosso município, a peste do Covid-19 poderá causar resultados semelhantes à
peste ou gripe espanhola que aqui chegou nos fins daquela Primeira Guerra
Mundial.
O Ministério Público nesta quinta-feira, através da promotora Guiomar Miranda, recomendou as autoridades da nossa cidade que o comércio fosse fechado novamente em virtude da pandemia de Coronavírus. Devido à grande movimentação que tem sido registrada diariamente no Centro desde que o comércio foi reaberto, podemos constar um aumento de mais de 100% em apenas oito dias. Existem ainda 3823 casos suspeitos da doença. A taxa de ocupação dos leitos de UTI no município subiu para 56%. Mesmo com o avanço do vírus em nosso município, o prefeito já mandou avisar o Ministério Público, que não vai acatar a recomendação.
O Ministério Público nesta quinta-feira, através da promotora Guiomar Miranda, recomendou as autoridades da nossa cidade que o comércio fosse fechado novamente em virtude da pandemia de Coronavírus. Devido à grande movimentação que tem sido registrada diariamente no Centro desde que o comércio foi reaberto, podemos constar um aumento de mais de 100% em apenas oito dias. Existem ainda 3823 casos suspeitos da doença. A taxa de ocupação dos leitos de UTI no município subiu para 56%. Mesmo com o avanço do vírus em nosso município, o prefeito já mandou avisar o Ministério Público, que não vai acatar a recomendação.
Nosso prefeito se comporta como as autoridades daquela época, ao liberar o comercio e as atividades econômicas e sociais. Ocorreu que logo após a primeira onda, como acontece no nosso município, quando os estabelecimentos foram liberados em pleno período junino, as pessoas saíram enlouquecidas às ruas, as compras e veio, como esta, a segunda onda que matou três vezes mais que a primeira. Não deixe que as pessoas digam o que você deve fazer, cuidem-se, protejam-se e lembre-se que ainda não existe cura para esse vírus que ataca vários órgãos vitais e mata! E quem o pega se vê no isolamento sozinho e longe das pessoas que ama sem saber se irá amanhecer vivo.
Para resgatar
nossa memória, o escritor Ruy Castro no livro “O Carnaval da Guerra e da Gripe”
descreve as cenas resultantes daquela pandemia que são terríveis e
horripilantes. Transcrevo algumas partes de sua narrativa: “A morte em massa
começou a gerar consequências que ninguém podia controlar. Sem leitos
suficientes nos hospitais da cidade, os doentes eram amontoados no chão das
enfermarias e nos corredores. Muitos morriam antes de ser atendidos. Os
hospitais foram fechados às visitas e, nos enterros, só se permitia a presença
dos mais próximos. Mas logo deixaria de haver espaço para condolências. Em
pouco tempo, os velhos rituais — velório, cortejo e sepultamento — ficaram
impraticáveis. As casas funerárias passaram a não dar conta. Viam-se carros
transportando caixões com tábuas mal pregadas, indicando que tinham sido feitos
às pressas. Então, começou a faltar madeira para os caixões e gente para
fabricá-los. As pessoas morriam e seus corpos ficavam nas portas das casas,
esperando pelos caminhões e carroças que deveriam levá-los. Os motoristas e
carroceiros os recolhiam na calçada e os atiravam nas caçambas como se fossem
sacos de areia.
“As aglomerações
foram desestimuladas tarde de mais. (…) Os doentes eram tantos que muitas
atividades básicas sofreram por não haver quem as desempenhasse. ” Assim
como o coronavírus, a gripe espanhola também não distinguia classes
sociais. Levou gente entre os pobres, os remediados e até de famílias
importantes do nosso país.
O que a história da gripe espanhola nos ensina é
que temos que ter prudência em lidar com pandemias e se ficarmos preocupados
mais com a economia do que a saúde do povo, as consequências serão nefastas ao
cidadão por se tratar de vidas.
ARTIGO - Sem licitação mais oito ônibus (Padre Carlos)
Sem licitação mais oito ônibus
Sem licitação, la vie en rose
Todo cuidado com a coisa pública nunca é demais. Esta frase pode parecer óbvia, mas quando observamos alguns fatos da gestão pública no Município de Vitória da Conquista, especificamente na área do Transporte Público, o óbvio são os sentimentos de ultraje e revolta. Mais uma vez a comunidade foi surpreendida com mais uma medida por parte do prefeito Herzem Gusmão (MDB) ao contratar sem licitação mais oito ônibus da Viação Rosa por R$ 2,6 milhões.
Sabemos que nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada urgência de atendimento é dispensável a licitação, nesta conjuntura deixa de existir todos aqueles controles rígidos que geralmente são exigidos para qualquer tipo de contratação pública próprio da lei de licitação. Desta forma, o poder público para contratar estes ônibus não precisou atender uma série de requisitos, uma série de procedimentos inerente a esta lei. Com o decreto do estado de emergência, ouve uma certa flexibilização destra regras rígidas. O prefeito, embora possa muito, não pode tudo e com certeza vai ter que explicar a sociedade porque preferiu gastar o valor de R$ 2.623.347,48 pelos próximos 180 dias a outra companhia para operar em oito linhas do Lote 1, apesar de a Cidade Verde informar ter ônibus disponíveis para suprir aquela necessidade.
Não podemos esquecer que o vereador professor Cori, vem travando com os poderes públicos uma verdadeira batalha sem precedente para que aceite as denúncias sobre os contratos emergências que a prefeitura realizou e vem realizando ao longo dos últimos anos com algumas empresas, sem qualquer critério licitatório.
Nesta situação do atual procedimento administrativo, é permitido que o prefeito formalize esta contratação sem a necessidade da burocracia da licitação. Porém, gostaria de lembrar ao prefeito, que nem tudo o que é legal é moral. O fato de algo estar perfeitamente dentro da Lei não o torna automaticamente correto e isto se aplica para a necessidade de determinados gastos por parte do executivo.
Nesse sentido, pedimos a Câmara de Vereadores, os representantes legais do povo, o cumprindo do seu papel de fiscalizar os atos do Executivo e possa expedi um requerimento de informação à Secretaria de Transporte e Transparência para solicitar esclarecimentos porque recusaram a oferta da Viação Cidade Verde e se houve outras ofertas.
Diante de fatos como esses, é legítimo que a população se preocupe com as finanças do município e, mesmo repetindo o óbvio, todo cuidado com a coisa pública nunca é demais...
sábado, 6 de junho de 2020
ARTIGO - São pedaços de mim (Padre Carlos)
São pedaços de mim
"Oh, pedaço de mim
Oh, metade exilada de mim
Leva os teus sinais
Que a saudade dói"...
"Oh, pedaço de mim
Oh, metade exilada de mim
Leva os teus sinais
Que a saudade dói"...
Se pudessem ler nossas almas, não seriamos
nós mesmos. Se isto um dia viesse acontecer, como poderíamos extrair dela o que
escondemos no mais íntimo do nosso ser? Como poderíamos expressar a dor da
saudade e o sentimento de ausência que esta traz?
Como diz o
poeta: a metade de mim que arrancaram, não sei se foi do corpo ou da alma
que foi mutilado, só sei que dói e esta dor, não tem prazo de validade. Afinal,
a “saudade é o revés de um parto” Ela é a única dor que não tem nenhum remédio
que a faça parar de doer. Ela tem cheiro, tem voz, tem endereço e até um nome e sobrenome.
Não ´posso negar meu
anseio pela transcendência, é ela que eleva a minha alma e devolve-me o que foi
tirado. Nestas andanças, me perdi e me encontrei diversas vezes, mas em nenhuma
delas deixei que levassem as lembranças que restaram de você.
Quando faço silencio na alma, os espaços se enchem de sons que um dia
existiram. (Pituba, Areal, Seminários, amigos e paixões etc.) É neste momento
que o coração vai sufocando a alma com um vazio. Lembro-me da infância e das
travessuras, grupo e jovens, núcleo de base do PT, sinto o medo e a angustia de estar preso no passado, porque os
sentimentos e as paixões reaparecem como se estivessem retornando para cobrar
uma dívida
Mas a saudade do outro é uma dor que não tem dimensão. Não tem forma definida
nem tempo limite para doer. Resta-nos fingir que estamos vivos, que noutro
local qualquer da mesma cidade, metade de nós mesmos não anda por aí, não vive
sem nós.
Eu não sei o que foi
pior, o que doeu mais, lhe perder ou ter que crescer para aceitar sua perda.
A saudade arde no peito e isto é um fato! Como me reconciliar, como repactuar com a vida. Se és a “metade afastada /exilada/arrancada de mim”. Se existe algo que dói mais que saudade, por favor, eu não quero conhecer. Saudade dói, machuca, destroça. Aperta o peito e não nos deixa respirar. Não importa de quem seja… De um amigo que não conversamos mais, de alguém que não podemos alcançar, de um amor que já se foi. Se tem uma coisa que aprendi nestes anos foi que tudo passa. Os momentos passam, as pessoas passam, mas a saudade fica. Ela insiste em ficar, insiste em doer, insiste em lembrar.
A saudade arde no peito e isto é um fato! Como me reconciliar, como repactuar com a vida. Se és a “metade afastada /exilada/arrancada de mim”. Se existe algo que dói mais que saudade, por favor, eu não quero conhecer. Saudade dói, machuca, destroça. Aperta o peito e não nos deixa respirar. Não importa de quem seja… De um amigo que não conversamos mais, de alguém que não podemos alcançar, de um amor que já se foi. Se tem uma coisa que aprendi nestes anos foi que tudo passa. Os momentos passam, as pessoas passam, mas a saudade fica. Ela insiste em ficar, insiste em doer, insiste em lembrar.
ARTIGO - Vocês não são donos do poder! (Padre Carlos)
Vocês não são donos do poder!
Como professor de filosofia, gostaria de
afirmar que a grande vítima destas manifestações promovidas pelos simpatizantes
do governo e as propagandas bem articuladas por quem não devia
fazê-la, tem sido a República e a frágil democracia brasileira. Não podemos
negar, que a quebra da harmonia entre os Poderes está criando consequências a
instabilidade das instituições, pois o reflexo da “briga” entre os Poderes
Executivo e Judiciário, longe de ser aplaudida, merece reprovação, pois, do
jeito como vão as coisas caminhando não é difícil prever um desfecho traumático.
O povo não aguenta mais este comportamento tosco por parte do executivo.
O que precisamos neste momento de dor e
desespero com uma morte por minuto causada pelo covid-19, é de paz, de harmonia
entre os Poderes do Estado, para que se possa viver com segurança e tranquilidade
neste País, só assim conseguiremos vencer esta crise.
Quando presenciamos torcidas organizadas
em outra arena que não esportiva, entendemos o estrago que estas elites fizeram
na confiança dos políticos e dos movimentos sociais, para tirar um partido do
poder e uma liderança do coração dos brasileiros. Política não tem vácuo. Tem gente que acha isso, outros acham aquilo. A única
certeza tão certa quanto o vácuo no espaço é a falta de vácuo na política. Assim, com uma esquerda criminalizada
pela grande mídia e uma crise institucional, outros personagens surgem para
ocupar estes espaços com manifestações cujas palavras de ordem extrapolam as
questões da pandemia para ressaltarem outros interesses políticos. Este quadro
revela um componente novo, os problemas principais não são só de ordem sanitária
pública com a pandemia, mas também de ordem política.
Já está por demais claro que o comportamento das autoridades
não é de preocupação com o povo brasileiro em sua cotidiana luta pela
sobrevivência. As autoridades estão preocupadas em se imporem ante as outras
como as autoridades máximas, principais, detentoras da verdade política pela
qual se justificam como tais, bem como do poder de prevalência sobre os demais.
Desprezando o princípio de Montesquieu que norteia
as repúblicas democráticas, pelo qual o poder tripartite deve coexistir em
harmonia, cada qual busca sobrepujar o outro fugindo aos limites da outorga
constitucional originária do povo que os criou e os mantém. Os poderes
executivos, legislativo e judiciário, ante o Poder originário são um único e
mesmo poder, com as suas atribuições e funções próprias e não intercambiáveis.
Os erros, as incoerências, as
imperfeições, as incompreensões, as vaidades e tudo o mais que destoam dessa
harmonia política, não se encontram nesses poderes, mas sim, naqueles que os
representam. São as autoridades as únicas responsáveis pelos malefícios
causados ao povo brasileiro por suas ambições e ingerências, pelos quais o
titular do Poder, que é o Povo, está pagando alto preço.
O contrato social
que se sustenta em Rousseau cai por terra ferido ante o desrespeito e a
incoerência dessas autoridades, que confundem suas representações e começam
agir em seus próprios interesses, em detrimento dos interesses de quem lhes
outorgou o poder de representá-lo, isto é, o Povo.
É preciso que as autoridades
entendam de vez que são vassalos do Povo. Os senhores não são donos do Poder,
portanto, sejam exemplos dignificantes, cumpram seus mandatos com
responsabilidade e realizem suas funções dentro daquilo que o Povo exige,
dentro dos limites que a Constituição impõe, todos preservando a harmonia entre
os poderes e a justiça social.
sexta-feira, 5 de junho de 2020
ARTIGO - Dom Climério e as CEBs (Padre Carlos)
Dom Climério e as CEBs
A chegada
dos padres missionários Italianos e a presença de um Bispo motivado pelas
reformas do Vaticano II e de Medellín, foram a combinação perfeita para que a
Diocese de Vitória da Conquista pudesse gestar a transformação que aquela
Igreja particular iria vivenciar nas três primeiras década pós-Concílio. Desta forma, com uma
profunda sintonia com as posições daquele Concílio, Dom Climério e seu Clero
exercia o ministério episcopal sonhando com aquelas propostas de reformas. Vivendo
de forma austera, foi ao encontro dos pobres, estimulando seus padres e
seminaristas para que se dirigissem ao povo de Deus criando assim várias
comunidades. Exortava a Igreja a ir à periferia da cidade e a zona rural e aos
pastores a terem um estilo de vida austero como sinal do compromisso
evangélico. Os oprimidos ocupavam uma posição central em seu ministério.
Foi através desta Igreja que
os pobres na nossa cidade aprenderam que o papel da liderança não era representar ou falar em nome deles, mas sim, ter a capacidade de organizar,
para que eles tivessem consciência da causa dos problemas que estavam
enfrentando e se organizassem para resolvê-lo. Dentro da Igreja e da CEBEs
podemos constatar ao longo de várias décadas a aplicação de uma prática social,
estruturada a partir de princípios organizativo.
A Igreja
que emergia do Concilio estava em constante movimento, em constante luta e as suas
lideranças nasciam da referência que o próprio povo de Deus criava a partir de
uma relação de confiança; por isto, dentro das CEBEs, ser liderança implicava,
não em um status mas, em uma responsabilidade a mais, porque as Lideranças
tinham a obrigação de alimentar a mística na oração e o papel de organizar o
coletivo para procurar a solução para aqueles problemas.
As CEBEs
da nossa Diocese se tornaram entre as décadas de sessenta até final da década
de noventa em um grande celeiro de lideranças que ajudou na construção do projeto
político que transformou Vitória da Conquista na terceira maior cidade do
Estado da Bahia.
O surgimento das Comunidade de Base, como conhecemos, acontecem
dentro do contexto do processo de desenvolvimento da cafeicultura da
região e diante dos problemas enfrentados pelos trabalhadores, muitas lutas
foram travadas com o apoio da Igreja: A greve dos catadores de café, a Barragem
de Anagé, a fazenda Pau Brasil etc.
Ao ver aquela juventude que participou destas mudanças que
transformaram nossa cidade partindo, sinto que todos nós estamos em dívidas com
estes. Por
isto, hoje vejo a importância de lembrarmos da contribuição
ímpar que aqueles homens e mulheres tiveram nas reformas da Igreja e da sociedade. Assim,
é importante resgatar a memória daqueles que dedicaram suas vidas a construção de uma nova Igreja; leigos,
religiosos e clérigos, para que pudéssemos viver em um mundo melhor. É esta geração que a cada dia vai se despedindo desta vida e
levando consigo um pedaço da nossa Igreja e da nossa história. Não podemos
permiti que suas lutas e vitórias sejam esquecidas. Estes Irmãos, constituem
efetivamente parte da identidade da Igreja de Vitória da Conquista.
quinta-feira, 4 de junho de 2020
ARTIGO Manifesto “Estamos Juntos”. (Padre Carlos)
Manifesto
“Estamos Juntos”.
Prezado leitor,
Fui procurado hoje por um amigo de fora das
fileiras da esquerda para assinar um manifesto que pede o Impeachment
do presidente. Confesso que fiquei desconfiado ao ver aquele “democrata de
direita” recolhendo aquelas assinaturas. Com todo respeito que tenho por ele,
falei: Não posso “assinar” um manifesto deste junto com Luciano
Huck, Fernando Henrique Cardoso, Lobão, Alice Setubal (do Banco Itaú) e toda
gente que se "solidarizou" com Aécio Neves, quando ele se recusou a
aceitar o resultado das urnas de 2014, que apoiou o golpe de 2016, que votou em
Bolsonaro em 2018 para tirar o PT.
O documento se
chama: Manifesto “Estamos Juntos”. Confesso aos
senhores que nessa hora gelei, como poderia estar junto com os responsáveis por
tudo que está aí. O Manifesto fala que esquerda, centro e direita
devem se unir pelo bem comum. Qual? O do povo ou o da elite? Não existe bem
comum, existem as classes sociais e seus interesses.
Como
posso acreditar nestas pessoas, será que estão mesmo “preocupadas com a democracia brasileira”? Porque
não se preocuparam em 2019 e silenciaram diante da escalada fascista.
Vocês
que cobram tanto do PT uma autocritica, não seria a hora de fazerem uma por
apoiar a chegado da extrema-direita ao poder?
Como pedir para quem foi preso, golpeado e
criminalizado pelas elites para: “Deixar de lado as diferenças e lutar pelo bem
comum” ... As reformas promovidas pela esquerda, que trazia desenvolvimento social esta sim era para promover o
bem comum. Diante disto, essa gente em vez de lutarem pelo bem comum, promoveu
um golpe de Estado, com direito a Lava Jato, e elegeu um fascista. Para tirar
esse fascista do poder, que quer mandar só, sem a elite, aí ela lança um
“manifesto em defesa da democracia”. Qual a democracia?
Não é “hora de deixar de lado velhas disputas”. Minhas
disputas são pela vida, democracia, igualdade e liberdade. Estas que vocês
nunca ajudaram vencer. Esta luta não envelhece não é disputa velha?
“Eu acredito que o mundo
será melhor, quando o menor que padece acreditar no menor…”
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