quarta-feira, 11 de novembro de 2020

ARTIGO - O PT e seus aliados vêm surpreendendo seus adversários na reta final ( Padre Carlos )

 


O PT e seus aliados vêm surpreendendo seus adversários na reta final

 


O desempenho do candidato José Raimundo do Partido dos Trabalhadores, vem revelando que o PT tem conseguido resistir aos ataques políticos que tentam condená-lo ao isolamento, pelos órgãos da imprensa burguesa como pelos partidos de centro direitos.


Os resultados das urnas vão surpreender muita gente na nossa cidade, que achava que esta estrela não brilharia mais. O povo não esquece quem governa para eles.  Esta é uma eleição atípica, diferente daquela de 1996, quando PT na nossa cidade ganhou pela primeira vez uma eleição na capital do Sudoeste. Esta eleição esta sendo disputada por lideranças de um partido que tem sofrido todo tipo de ataques há pelo menos sete anos, destacadamente desde 2013. O desejo dos adversários, expresso de forma clara pelas declarações de suas lideranças, é liquidar com o PT nas eleições municipais 2020.  Este projeto que foi colocado em macha nas eleições de 2018 teve menor intensidade na nossa cidade e no estado, devido à liderança do governador Rui Costa. O certo é que pelas abordagens das pesquisas, tudo indica, não conseguirão novamente.

O resultado desta eleição não pode ser comparado com as anteriores, que ocorreram em condições absolutamente distintas. O partido e suas lideranças nacionais e locais foram e continuam a serem vítimas de uma intensa guerra híbrida de posições, com ataques sistemáticos por meio de fake news, mentiras, acusações levianas e forte cerco midiático, que conta por parte dos meios corporativos de comunicação de massa. Continuar vivo e disputando com chances reais de vitória na nossa cidade e em todo o Brasil já pode ser considerada uma vitória política.

É neste contexto que o desempenho eleitoral de José Raimundo (PT) a prefeito ou a vice, Luciana (PCdoB) ou ainda dos candidatos das chapas proporcionais da coligação da qual participa. Tenho certeza que sua forte chapa de vereadores vai surpreender em 15 de novembro.


O desempenho das candidaturas das coligações do PT nas eleições municipais 2020 vai revelar que o partido resistiu e superou os movimentos das forças políticas que queriam o condenar ao isolamento. Os resultados vão revelar que o PT não só continua vivo em Vitória da Conquista e em todo o país, mas, permanece como a força hegemônica da esquerda brasileira.

Assim, gostaríamos de deixar claro, que é importante a conquista da prefeitura da nossa cidade, mas as grandes conquistas desta eleição são o fortalecimento de suas alianças e a organização de sua militância e de seus apoiadores em uma eleição tão atípica como a atual.

 

 


terça-feira, 10 de novembro de 2020

ARTIGO - Pesquisas revelam que reeleição de Herzem está cada vez mais distante (Padre Carlos )

 


 

Pesquisas revelam que reeleição de Herzem está cada vez mais distante




 

Com o dia 15 se aproximando, as pesquisas (principalmente as eleitorais) vêm tornando-se cada vez mais importante para os cientistas político conhecerem a intenção do eleitorado. Os levantamentos dos institutos de pesquisas, contratado pelos órgãos de informação ou pelas chapas majoritárias, vão muito além de quem esta na frente pela prefeitura da nossa cidade: são usados também para conhecer os níveis de rejeição e a quantidade de indecisos na cidade na área rural, entre outras informações.


Numa eleição acirrada como a nossa, é comum que o prefeito de Vitória da Conquista Herzem Gusmão (MDB) critique o resultado da pesquisa eleitoral em que aparece distante da primeira posição, principalmente quando este instituto, não tem credibilidade na nossa cidade. Assim o candidato da situação e seus militantes atacaram o resultado das ultimas pesquisas eleitorais (especialmente porque se saiu mal). Mas não se deixe enganar: políticos, marqueteiros e partidos conhecem o valor das pesquisas para entender e se posicionar da melhor forma durante a disputa, e muitas vezes encomendam suas próprias pesquisas antes de tomar decisões.

Foi por isto que o prefeito tentou criar um fato político nesta segunda feira e para isto contou com a presença do prefeito da cidade de Salvador ACM Neto. Herzem e sua coordenação teria que amenizar os efeitos das novas pesquisas que sairia nesta terça feira, dia 10 e dava como um indicativo a provável vitória do professor José Raimundo do Partido dos Trabalhadores. Como político e profissional da imprensa, sabia que esta pesquisa tinha sido solicitada pelo jornal A Tarde e seria mais difícil desacreditá-la.

O fato mais importante desta pesquisas está nas leituras das entrelinhas destes números.  Como Herzem e Salomão têm o mesmo perfil político e ideológico, o eleitor de Salomão passou a adota a estratégia do voto útil para não sair derrotado ainda no primeiro turno. Isto explica a queda do candidato David Salomão (PRTB) que continuam em terceiro lugar, agora com 3%, 6 pontos a menos do que os 9% registrados antes.

O que eu quero chamar atenção dos nossos leitores é a dificuldade do prefeito conquistar novos eleitores e isto pode ser decisivo para sua derrota. Seu crescimento não se deu dentro da parcela de indecisos, mais dentro de um eleitorado que já estava definido ideologicamente. Este eleitor que descola da ultradireita quer que o seu voto seja decisivo. Por trás desse comportamento do eleitor de David Salomão, pode haver o descontentamento com o candidato, ou o entendimento do eleitor sobre o voto e a influência das pesquisas eleitorais.




Percebemos de forma clara o voto útil sendo aplicado na nossa cidade como uma ação estratégica adotada pelos eleitores deste candidato, o que importa para estes eleitores não é quem vencerá, mas o que posso fazer para impedir o retorno do PT ao governo.  Por exemplo, o candidato que você pretende votar está em quinto lugar nas pesquisas. O político que está em primeiro é aquele que você detesta. Então, para não elegê-lo, você muda de opção para não “perder o voto” com quem não está bem colocado.

 

 

 


terça-feira, 3 de novembro de 2020

ARTIGO - Conquista e o ambiente polarizado ( Padre Carlos )

 


 

Conquista e o ambiente polarizado

 

Quem conhece Vitória da Conquista, sabe que o período eleitoral é o momento em que os ânimos políticos ficam mais exaltados em nossa cidade. O ambiente está contaminado pela polarização e a desinformação prejudica o bom debate, ficando difícil conversar, compartilhar perspectivas e haver abertura para mudança de opinião. Apesar da receptividade positiva das carreatas que Zé Raimundo e a Frente Conquista popular terem realizadas, percebemos que esse clima não chegou contaminar o eleitorado indeciso e as pessoas com censo democrático. O que na verdade temos presenciado é uma população animada com esta grande festa que é a democracia e com a esperança de mudança em nossa cidade.


A diminuição da convivência entre pessoas com perspectivas diferentes criaram no nosso eleitor há quatro anos, um vazio que foi preenchido, de forma maliciosa e profissional, por notícias que desinformam, distorceram a compreensão da realidade e fizeram adversário serem percebidos como "ameaça". Isto se repetiu na campanha de presidente com uma intensidade maior.

A percepção de ameaça aciona no cérebro humano mecanismos de defesa e ataque que bloqueiam a disposição para colaborar e aceitar novas informações, e diminuem a capacidade de analisar e refletir. Talvez tenha sido este motivo que levaram uma parte do eleitorado de Conquista a não discernir sobre os vinte anos que o Partido dos Trabalhadores governou esta cidade, e na transformação e no desenvolvimento que levaram a capital do Sudoeste se transformar em uma das cidades mais prospera do Norte-Nordeste do país.

Tivemos então na nossa cidade, um contexto em que a valorização do encontro de ideias terminou sendo substituída por um clima de guerras de narrativas fabricadas para expressar superioridade moral e reduzindo os oponentes a todo tipo de mentira, empobrecendo o debate.

Claro que o atual contexto político, não se compara com os retrocessos democráticos, que vivemos há quatro anos e mesmo considerando um clima polarizado, esta longe daquele, onde sofremos todo tipo de fake news e os discursos de ódio que retroalimentava e nutria estereótipos que promoveram hostilidade, diminuíram a confiança no diálogo e em soluções negociadas para problemas coletivos.  


Acredito que esta mudança de comportamento mais civilizado, mesmo vivendo uma eleição polarizada, se deva aos resultados das análises já divulgadas dando uma frente ao candidato da oposição, existe também pesquisas encomendadas por partidos e candidatos que por estratégia política e ou por força da lei eleitoral, não poderia jamais ser publicadas, mas falaremos um pouco pelo que ouvimos aqui e ali destas intenções que nem sempre são confirmadas. Apesar de acreditar nas pesquisas e conhecer a  seriedade que elas são realizadas, andando pela cidade e conversando com o eleitorado conquistense, podemos constatar que apesar do Professor José Raimundo ter uma frente em relação ao candidato da situação, existe um eleitorado ainda indeciso e que o trabalho elaborado pelo comitê central com as carreatas parece está surtindo efeito e chegando até estas pessoas. 

 

 


domingo, 1 de novembro de 2020

ARTIGO - Lembramos que jogo só acaba quando termina. (Padre Carlos)

 

Lembramos que jogo só acaba quando termina.




 



Faltando 15 dias para a eleição, o prefeito Herzem Gusmão continua atrás na disputa pela prefeitura de Vitória da Conquista. Segundo Pesquisa do Jornal A Tarde, divulgado por alguns Blogs da nossa cidade, aponta o candidato Zé Raimundo (PT) na liderança da disputa pela prefeitura de Vitória da Conquista (BA), 


     As obras que esta gestão vem tentando fazer no ano eleitoral não tem surtido efeito, e parecem que não diminuiu os ânimos dos que já decidiram votar no ex-prefeito. Muitos políticos ainda não aprenderam a utilizar a variável competência contra adversários em períodos eleitorais. A questão não é a intensidade com que se bate, mas o jeito como se bate!

         Zé Raimundo tem outras vantagens sobre Herzem. A primeira é que conta com um cabo eleitoral de peso – Guilherme Menezes, considerado o melhor prefeito que a cidade já teve nos últimos anos. O povo da nossa cidade não esquece que Vitória da Conquista em meados da década de noventa, era uma cidade sem crédito, quase que falida, com funcionários públicos passando todos os níveis de necessidades, sem autoestima e sem respeito. Em pouco tempo, com uma equipe de governo austera e comprometida, Guilherme sanou as dívidas da cidade, ajustou as contas com os credores e passou a pagar ao funcionalismo em dia. Desta forma restabeleceu a dignidade do Município e também de sua gente.  

        Temos que observar algo que poderia ser desvantagem para um e vantagem para o outro. Herzem não tem alternativo a não ser ganhar. Perdendo fica sem mandato - o pior cenário para o político profissional. Isso tem preocupado não só o candidato, mas todo o seu grupo. Já o professor José Raimundo, pode-se dar ao luxo de perder, pois teria seu mandato de deputado estadual para cumprir até 2022. Mas não é isto que estamos vendo, com os indicativos das pesquisas e a receptividade do povo na rua, presenciamos um candidato motivado e partindo pra cima do seu oponente.


       Essa situação reflete-se nos atos de campanha. Vemos um Zé Raimundo alegre e jovial, tentando demonstrar que todas as críticas, não o afligem. Repete a fórmula de 2004, apresentando-se hoje como a renovação (no caso atual). Já Herzem, carrega o mundo situacionista nas costas. O vemos sério, com o cenho cerrado. Representa os anseios, e as cobranças, daqueles que, por motivos diferentes, não gostaria de ver o grupo político comandado pelo governador de volta ao executivo municipal.

       Eis o ambiente político que nos levará até o dia 15 de novembro. Mas, eleição é um jogo e isso nos deixa, também, por conta das incertezas e do imprevisível. E como sempre se diz o jogo só acaba quando termina.





quinta-feira, 29 de outubro de 2020

ARTIGO - O que se espera do futuro prefeito (Padre Carlos)

 


O que se espera do futuro prefeito

 


A fome e a avassaladora desigualdade em nossa sociedade, a violência, a seca e as enchentes, os escândalos, a depauperação do espaço urbano e a desmontagem do projeto que levou vinte anos para construir, são alguns dos problemas que o futuro prefeito vai encontrar depois das eleições. Em 2021 não teremos eleições, não teremos guia eleitoral e não teremos as obras eleitoreiras. Em compensação não teremos, também, a pandemia, pois acreditamos que a sonhada vacina já tenha chegado. Em 2021 vamos nos concentrar em uma estratégia econômica que englobe todos os distritos, incluindo estas regiões do nosso município que vem sendo desprezados pelo poder municipal.


 Temos que discutir a crise climática a industrialização na Região do Sudoeste e como Vitória da Conquista vai liderar este processo. A crise pandémica atingiu com particular violência os municípios mais pobres do nosso estado, onde as cicatrizes das políticas neoliberal de Temer e Bolsonaro estão muito presentes. Além de todos estes problemas que os municípios enfrentam, temos a falta de utopias e esperança presente nos olhos da nossa gente. Por isto, precisamos como capital regional sinalizar esperança e dias melhores, para os conquistenses e seus parceiros. É preciso ter alguma sensibilidade social e proteger as pessoas mais pobres, são para estes que o novo governo precisa dar mais atenção.

Muito antes de Cristo nascer, os romanos já tratavam da questão de quem controla aqueles que controlam. Ou seja, eles já tentavam definir parâmetros para estabelecer os limites e domínios para o exercício da autoridade e do poder econômico. Para quem este governo trabalhou? Para quem mora na Olívia Flores, ou para quem está na periferia e na área rural?  Ao longo dos anos os conquistenses foram tentando entender de que maneira a sociedade poderia se organizar para exercer algum tipo de poder sobre aqueles que controlam o sistema político e durante vinte anos teve a oportunidade de exercer este controle. Na verdade, esta é a grande descoberta das sociedades modernas e democráticas. Existe um tipo de aparato que a sociedade utiliza, ou pelo menos tenta, para que se deixe claro aos que controlam que eles não estão acima do bem e do mal. A esse aparato damos o nome de voto! São através dos processos eleitorais que damos ou não consentimento aqueles que controlam para que exerçam o poder. É pelo voto que os cidadãos concordam que alguém controle o poder e que aceitam as regras em vigor.

Imaginem o tamanho da responsabilidade de quem escolhe aqueles que vão ter postos de comando para distribuir verbas, nomear pessoas, escolher fornecedores e fazer “licitações”. Quando o prefeito escolhe seus secretários está, na verdade, definindo os que vão executar as tarefas administrativas do governo. Ou seja, o comandante está escolhendo aqueles que vão comandar. É muita responsabilidade, vocês não acham?


Herzem Gusmão, por exemplo, deve saber bem do que estou falando. Será que o prefeito se arrependeu de nomear alguns que abdicaram da função de comandar ao se depararem com a situação dos bairros periféricos ou na área rural? O ato de delegar poderes é legítimo, necessário e indispensável. Mas, a autoridade eleita pelo voto, isto é, nosso prefeito, ou seja, aquele que delega, permanece responsável, perante o eleitorado, pelo desempenho (bom ou mau) do funcionário nomeado e pelos problemas que a cidade vem enfrentando.

 


terça-feira, 27 de outubro de 2020

ARTIGO - Herzem é o candidato mais rejeitado

 


HERZEM É O CANDIDATO MAIS REJEITA

 


Eu já disse, aqui mesmo no meu Blog, que a rejeição que os eleitores dispensam aos candidatos é um importante aspecto nas análises das possibilidades eleitorais de nossos prefeituráveis.  Eu já disse, também, que é mais fácil convencer o eleitor a mudar de voto, ou não votar branco ou nulo, do que convencê-lo a votar em um candidato que ele dispensa algum tipo de rejeição.


Em política eleitoral rejeição tem haver com confiança, com crenças, com capacidade intelectual e experiência política. Enfim, rejeição é algo associado a valores e questões subjetivas. Os candidatos gostam de generalidades. Sobre a rejeição, eles têm a justificativa na ponta da língua. Quando aparecem com rejeição alta dizem que isso acontece por que os eleitores não os conhecem bem. Dizem que a rejeição está alta porque a campanha ainda não começou. E tem candidato, adepto das teorias conspiratórias, que diz que sua alta rejeição é orquestrada pela imprensa e por seus adversários.

Mas, nada disso se sustenta quando analisamos os dados da rejeição condicional da pesquisa do jornal A Tarde realizada em Vitória da Conquista pelo próprio veículo entre os dias 24 e 29 de setembro. Segundo o estudo, a taxa de rejeição de Herzem Gusmão é uma das mais altas. O que se percebe é que não basta conhecer o candidato para não mais rejeitá-lo.

O primeiro motivo para que o eleitor rejeite o candidato é a alegação de não conhece-lo. Assim, não podemos dizer que é o caso do atual prefeito.  O que chama a nossa atenção esta rejeição a Herzem, é que estes números são bastante superiores à do seu principal adversário, o professor José Raimundo. O emedebista é o segundo com a maior rejeição (48%), atrás apenas de Salomão (51%). Zé Raimundo tem o menor índice (39%) nesse ponto não se aplica estes índices ao atual prefeito por ser um desconhecido.

Cai, assim, o mito alegado pelos candidatos da rejeição pelo desconhecimento do seu trabalho ou da sua “competência administrativa”. O eleitor que opta por esse motivo pode ter outras justificativas, mas por questões internas prefere não revela-las.

Outra motivação para a rejeição de candidatos em pesquisas é o fato de o eleitor considerar o candidato antipático vemos que algumas campanhas foram bem sucedidas na desconstrução de uma imagem negativa e outras nem tanto, o que demostra que o candidato da oposição tem chances reais de capitalizar os votos dos indecisos. Embora a rejeição a Herzem for consideravelmente maior quando comparada com os números de Zé Raimundo, não podemos dizer que a oposição já capitalizou estes indecisos, não podemos esquecer que o atual prefeito pode conseguir desenvolver um trabalho para minimizar sua rejeição, mesmo faltando pouco tempo para a realização das eleições. Não é hora do PT soltar fogos, apesar do caminho está aberto, tem muito chão para o petista conquistar estes eleitores.

 


Os dois conseguiram mudar a percepção de parte do eleitorado e isso se reflete na polarização da própria campanha, bem como, na pesquisa estimulada. Embutida nesta rejeição está os prós e contra das administrações petista também, devido a necessidade do eleitor buscar parâmetros para comparar. As duas gestões estão sendo colocadas à prova. Como falta pouco tempo para a eleição e a pandemia não permite grandes concentrações, mudando inclusive a forma de fazer campanha, entende-se que existe uma opinião cristalizada sobre estes candidatos neste quesito.

 

 


 

 

 


segunda-feira, 26 de outubro de 2020

ARTIGO - A América Latina volta a ser de esquerda (Padre Carlos)

 


A América Latina volta a ser de esquerda




 

Entre tantas incertezas vividas nos últimos meses, criadas pela pandemia do covid-19 e a crise econômica, a América Latina, parece despertar de um longo pesadelo e fica cada vez mais evidente que a onda conservadora esta dissipando e o continente não está mais dando uma guinada à direita.

O que podemos afirmar, é que na região, movimentos de esquerda, marcaram a última década, que começou com o que ficou conhecido como "maré rosa", com a eleição de partidos progressistas em quase todo o subcontinente.


Anos depois, a tendência se inverteu: candidatos mais à direita ascenderam ao poder em países como Argentina, Chile, Colômbia, Peru e Brasil. Já na Bolívia foi dado um golpe e na Venezuela, buscou dividir o exercito e criaram uma pressão para que o governo legitimamente eleito renunciasse.

Com a eleição do político de esquerda Andrés Manuel López Obrador no México, em julho de 2018, as forças de esquerda começaram a se levantar contra as reformas liberais e as perdas de direitos. Desta forma, a região começava a dar uma nova guinada a esquerda no continente.

A região se despede de 2020 sem um rumo político único e com uma instabilidade crescente, envolvida em manifestações populares, contrárias aos projetos econômicos liberais e as perdas de direitos trabalhistas.

As eleições que aconteceram em 2019 e 2020 na região têm revelado a ressaca conservadora e a grande decepção dos povos latino-americanos com os projetos que a direita vem executando e assim, o que se constata é uma grande decepção do eleitorado com os partidos tradicionalista. O humor anti-governo marcou as eleições mais recentes  na Argentina, por exemplo, em vez de reelegerem o conservador Mauricio Macri, preferiram conduzir o peronismo ao poder — optaram pela chapa que reunia Alberto Fernández e a ex-presidente Cristina Kirchner como vice.

         Na Bolívia, um ano após o golpe contra Evo Morales, os bolivianos voltaram às urnas no dia 18 e elegeram Luis Arce, do Movimento ao Socialismo, em primeiro turno, Já no Chile, presidido pelo conservador Sebastián Piñera, o povo foi às ruas e aprovaram a criação de uma Convenção Constitucional, composta totalmente por membros eleitos para redação da nova Carta Magna, contra uma minoria que defendia uma Comissão Mista Constitucional.

Essa ideia de que bastaria colocar a direita no poder na América Latina e os problemas estruturais estariam resolvidos não funciona mais. Um fator fundamental para o aumento do mal-estar social na América Latina estaria além das promessas que as reformais liberais traria uma onda de desenvolvimento, a desaceleração (ou em alguns casos estagnação) econômica em boa parte dos países a partir de 2014, com o fim do ciclo de boom das commodities que marcou os anos 2000, foi fundamental. A primeira reação a ela, em diversos países, foi à troca de governos de esquerda por outros de direita — o que, na maioria dos casos, não se traduziu em recuperação da atividade.


À questão econômica se soma uma série de problemas ainda não resolvidos na América Latina, como a desigualdade, a violência e a corrupção, que contribuem para aumentar a insatisfação popular em relação aos políticos que estão no poder e às elites políticas de forma geral.

A realidade se choca com a expectativa de milhões de latino-americanos que viram desaparecer seu sonho de consolidar sua ascensão à classe média, um sonho que hoje parece distante para muitos.  São as mesmas expectativas que levaram um candidato de esquerda como López Obrador a assumirem em 2018 o comando de uma das maiores democracias da região: o México.

         O grande desafio da esquerda na América Latina hoje é encontrar um modelo de desenvolvimento que contemple, além do crescimento econômico, o bem-estar social.

 

 


ARTIGO - A geração que fez a diferença! (Padre Carlos)

A geração que fez a diferença!      Decorridos tantos anos do fim da ditadura, observa-se que a geração da utopia está partindo e a nova...