quinta-feira, 29 de outubro de 2020

ARTIGO - O que se espera do futuro prefeito (Padre Carlos)

 


O que se espera do futuro prefeito

 


A fome e a avassaladora desigualdade em nossa sociedade, a violência, a seca e as enchentes, os escândalos, a depauperação do espaço urbano e a desmontagem do projeto que levou vinte anos para construir, são alguns dos problemas que o futuro prefeito vai encontrar depois das eleições. Em 2021 não teremos eleições, não teremos guia eleitoral e não teremos as obras eleitoreiras. Em compensação não teremos, também, a pandemia, pois acreditamos que a sonhada vacina já tenha chegado. Em 2021 vamos nos concentrar em uma estratégia econômica que englobe todos os distritos, incluindo estas regiões do nosso município que vem sendo desprezados pelo poder municipal.


 Temos que discutir a crise climática a industrialização na Região do Sudoeste e como Vitória da Conquista vai liderar este processo. A crise pandémica atingiu com particular violência os municípios mais pobres do nosso estado, onde as cicatrizes das políticas neoliberal de Temer e Bolsonaro estão muito presentes. Além de todos estes problemas que os municípios enfrentam, temos a falta de utopias e esperança presente nos olhos da nossa gente. Por isto, precisamos como capital regional sinalizar esperança e dias melhores, para os conquistenses e seus parceiros. É preciso ter alguma sensibilidade social e proteger as pessoas mais pobres, são para estes que o novo governo precisa dar mais atenção.

Muito antes de Cristo nascer, os romanos já tratavam da questão de quem controla aqueles que controlam. Ou seja, eles já tentavam definir parâmetros para estabelecer os limites e domínios para o exercício da autoridade e do poder econômico. Para quem este governo trabalhou? Para quem mora na Olívia Flores, ou para quem está na periferia e na área rural?  Ao longo dos anos os conquistenses foram tentando entender de que maneira a sociedade poderia se organizar para exercer algum tipo de poder sobre aqueles que controlam o sistema político e durante vinte anos teve a oportunidade de exercer este controle. Na verdade, esta é a grande descoberta das sociedades modernas e democráticas. Existe um tipo de aparato que a sociedade utiliza, ou pelo menos tenta, para que se deixe claro aos que controlam que eles não estão acima do bem e do mal. A esse aparato damos o nome de voto! São através dos processos eleitorais que damos ou não consentimento aqueles que controlam para que exerçam o poder. É pelo voto que os cidadãos concordam que alguém controle o poder e que aceitam as regras em vigor.

Imaginem o tamanho da responsabilidade de quem escolhe aqueles que vão ter postos de comando para distribuir verbas, nomear pessoas, escolher fornecedores e fazer “licitações”. Quando o prefeito escolhe seus secretários está, na verdade, definindo os que vão executar as tarefas administrativas do governo. Ou seja, o comandante está escolhendo aqueles que vão comandar. É muita responsabilidade, vocês não acham?


Herzem Gusmão, por exemplo, deve saber bem do que estou falando. Será que o prefeito se arrependeu de nomear alguns que abdicaram da função de comandar ao se depararem com a situação dos bairros periféricos ou na área rural? O ato de delegar poderes é legítimo, necessário e indispensável. Mas, a autoridade eleita pelo voto, isto é, nosso prefeito, ou seja, aquele que delega, permanece responsável, perante o eleitorado, pelo desempenho (bom ou mau) do funcionário nomeado e pelos problemas que a cidade vem enfrentando.

 


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