sábado, 12 de dezembro de 2020

ARTIGO - A lei é dura, mas é lei (Padre Carlos)

 


A lei é dura, mas é lei



 

Como dizia meu professor de latim, Padre Bruno: "A lei é dura, mas é lei" (dura lex, sed lex),como legalista sempre tive presente este ensinamento que encontramos nas fachadas de muitos tribunais. Num Estado de direito, quando a lei julga atos praticados no âmbito da ação política, poder-se-ia dizer que a lei pode ser difícil de aplicar, que o seu alcance é abusivo, que as suas medidas de coação são inaplicáveis, injustas até. Mas ainda assim, a lei é a última fronteira entre a barbárie da civilização, a linha que separa o livre-arbítrio e o abuso da regra comum a todos os cidadãos, o laço que, em última instância, nos torna todos iguais e nos protege do abuso do poder, seja econômico ou público.

        


Pode por isso, um filho do presidente que foi acusado pelo Ministério Público (MP) do Rio de Janeiro, Flavio Bolsonaro e mais 15 ex-assessores que estão sendo investigados pelos crimes de "organização criminosa, desvio de fundos, lavagem de dinheiro e apropriação indevida", entre 2007 e 2018, receber ajuda e informações do aparelho de Estado?

         O presidente pode, dizer o que quiser sobre o casso em que seu filho está envolvido, pode recorrer a todos os expedientes processuais que possam atrasar ou adiar a sentença, que, em substância, nada se altera. O que ele não pode é usar a Agência Brasileira de Inteligência para orientar a defesa do senador Flávio Bolsonaro no caso das supostas rachadinhas na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. A Abin não pode produzir relatórios de orientação para a defesa do senador sobre como conseguir documentos que permitissem embasar um pedido de anulação do caso que investiga a suposta prática de corrupção no gabinete de Flávio na Alerj.

         Os tribunais e o Estado brasileiro são soberanos e não podemos misturar o publico do privado. Independentemente do julgamento político que cada um possa fazer sobre a utilização do aparelho do Estado neste caso, não podemos deixar que os responsáveis fiquem impune.

 O que todo este degradante espetáculo revela não é uma legítima defesa ou um justo combate em favor da inocência: o que põe a nu é o uso do Estado brasileiro em proveito próprio e com este ato, termina por arrastar, o Estado de direito. O presidente pode continuar sustentando a inocência dos seus filhos através dos buracos processuais, tentar chegar ao final do mandato e ser reeleito para continuar tendo o foro privilegiado e assim fugir como tantos já fizeram da justiça.


Neste país onde os políticos degradam os valores que tinham o dever público de defender, a impunidade, por vezes, compensa. No final, porém, não serão eles os únicos derrotados com a erosão da imagem da classe política e do regime democrático; todos nós ficamos mais pobres, revoltados e perdidos neste vazio ético e neste deserto de cidadania.

 


ARTIGO - “Cristãos leigos e leigas sujeitos na Igreja em saída do Reino’’ (Padre Carlos)

 


“Cristãos leigos e leigas sujeitos na Igreja em saída do Reino’’



Seguindo o ritmo litúrgico do Advento, tempo de preparação para o Natal do Senhor, tempo de se ocupar no cuidado dos irmãos, como nos pede o Papa Francisco – “A pessoa atenta, mesmo em meio ao barulho do mundo, não se deixa tomar pela distração ou pela superficialidade, mas vive de maneira plena e consciente com uma preocupação voltada antes de tudo aos outros”, coloquemo-nos para dentro de tão grande Mistério que nos envolve nestas quatro semanas e façamos das nossas relações fraternas o lugar do novo céu e da nova terra (2Pd 3, 13) que o Senhor quer instaurar entre nós.


Nas minhas orações, sempre peço ao Bom Deus pelos cristãos do mundo todo, mas coloco em especial os leigos da nossa Arquidiocese. Estava lembrando hoje que fez quatro anos que na Igreja do Brasil deu-se início, na Solenidade de Cristo Rei, ao Ano dos Leigos, tendo seu encerramento realizado no dia 25 de novembro de 2018. O tema proposto pela CNBB para animar a mística do referido ano foi: “Cristãos leigos e leigas, sujeitos na ‘Igreja em saída do Reino”.  Trilhamos naquele ano o caminho de uma mística do seguimento mais radical a Jesus, onde os leigos tenham na ação pastoral uma vivência missionária no mundo do trabalho, da ciência, da família, etc. A vida e a missão dos leigos aprofundam-se e se realizam à medida em que o mundo vai sendo transformado pela força do Evangelho, e Cristo quer contar com aqueles para esta mudança, quer fazer dos leigos o sal da terra e a luz do mundo (Mt 5, 13-14).

A Palavra de Deus norteia o rumo dos leigos no mundo, chama-os em todas as circunstâncias a testemunhar os valores do Evangelho, inclusive na efetivação do irrenunciável valor da vida em todas as suas fases. As exigências da Palavra devem encontrar ressonância no testemunho de cada fiel leigo, levando-o a auxiliar na concretização do sonho de Deus de tornar a terra um lugar onde Deus nos toca com sua eternidade.


E o que significa céu e terra novos? Significa anunciar existencialmente a esperança cristã, e os leigos devem fazer esse anúncio, e fazê-lo no coração do mundo. Vale ressaltar que a esperança cristã está para além da autêntica expectativa de uma libertação social e política, de cunho simplesmente sociológico. Para a moral cristã, Jesus não propôs uma libertação social, mas, na sua própria carne, iniciou uma humanidade nova e redimida que vem de Deus, “mas ao mesmo tempo brota nesta nossa Terra, na medida em que se deixa fecundar pelo Espírito do Senhor. Trata-se, por conseguinte, de entrar plenamente na lógica da fé; crer em Deus, no seu desígnio de salvação e, contemporaneamente, empenhar-se pela construção do seu Reino” (Bento XVI). Os leigos são chamados a isso: agentes construtores de um mundo novo!

Parabéns grupo e vamos plantar esta semente!

Feliz Natal!!

 

 

 


sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

ARTIGO - Conversando com minha geração (Padre Carlos)

 


Conversando com minha geração


 

Nascemos nos anos Dourados, da fundação da Petrobras e da construção de Brasília. Nascemos antes do golpe militar da guerra e da luta. Depois dos sonhos e da ilusão de muita gente que acreditava num devir melhor. Nascemos antes de abortarem a história republicana brasileira como a época do desenvolvimentismo, de uma democracia instituída e em construção. Crescemos lutando contra a ditadura e com esperança de vê-la acabar um dia. Mas será que ainda sabemos lutar?

  


Uma das coisas que aprendi nestes mais de quarenta anos de luta, é que o universo, rege-se pela lei do menor esforço, da poupança de energia. Ninguém escapa a isso. Mas a nossa inteligência e experiência de militância precisa ser capaz de ir mais além e, aprender com a história, prevenir os problemas para construir um futuro melhor…

 

Somos da geração que lutou contra a ditadura e viu florescer: a democracia, o crescimento económico, o emprego, a educação e a formação, as universidades... Mas como vencemos a ditadura, nunca mais nos preocupámos com o que mais interessa! Por isso muito de nós não votaram mais com o coração, não participaram, não disseram, não pensaram... Porque cansa pensar, porque cansa reunir, porque cansa discutir, porque cansa organizar.

A verdade é que a nossa geração perdeu o que existia de cultura cívico-participativa e foi-se deixando enrola-se nas teias do conformismo e da alienação. E os poucos que se movimentaram, muitos fizeram-no pelas más razões: o carreirismo pessoal estúpido e despido de conteúdo ideológico! Vejam as associações e académicas que, de instituições de elite (intelectual e política), se converteram em ninhos de oportunistas e corruptos com passaporte para as juventudes partidárias… Vejam as próprias juventudes partidárias onde a irreverência e o pensamento independe e crítico, em vez de valorizados, são penalizados e os seus praticantes ostracizados. Ao contrário, dos que seguem de forma incondicional e o espírito de subserviência sempre foram os passaportes para os lugares elegíveis dos cargos do governo ou acessórias parlamentares...

Falta-nos espírito coletivo, cívico, participativo e empreendedor. Quantos de nós fundámos associações ou empresas? Quantos de nós estão preocupado com as questões da nossa cidade? Quantos de nós interviemos a nível partidário? Quantos de nós ainda fazemos parte no movimento sindical ou em prol dos direitos humanos? Quantos discutem política? Muitos de nós nem sequer votaram, na ultima eleição, transformaram esta data em um feriadão (utilizando o discurso fácil e débil de que os políticos são todos iguais...). A maioria da nossa geração andou entretida com o subjetivismo e seus próprios interesses (a família e seu mundo particular ocuparam o lugar do pensamento).


Só as crises recentes, a precariedade e o desemprego nos têm posto mais alerta e mais despertos para os problemas coletivos que a todos (a nível individual) nos afetam. Têm surgido (muito através das redes sociais online) movimentos cívicos de protesto. Mas isso só não basta... É chegado o tempo da nova construção! A verdade é que temos que dar muito mais de nós, temos que ser mais exigentes com a nossa geração e não nos limitarmos a queixar das novas gerações que encontraram tudo pronto e não tem compromisso com as conquistas que acumulamos ao longo da história.

 

 

 

 

 

 


quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

ARTIGO - A frágil democracia brasileira (Padre Carlos)

 


A frágil democracia brasileira

 


Eleições permanentes e alternância no poder são essenciais. Mas, o cidadão tem que se responsabilizar pelas escolhas feitas nas urnas. Não adianta fazer discursos enfurecidos diante dos escândalos de corrupção e depois dar ao corrupto o conforto de ter um mandato renovado para mais quatro anos. Eleições em profusão pouco adiantam se não estamos dispostos a cumprir os mecanismos institucionais que permitem que os que descumprem suas funções (e as leis) sejam responsabilizados com pressupostos penais que causem punibilidade. Por que supomos que esse revezamento de nomes e siglas nos cargos governamentais é solução única para nossos males? Por que nos contentamos com tão pouco?


Onde estavam os funcionários públicos? Herzem nos seus discursos de campanha costumava dizer que a prefeitura é a casa do povo, mas quando o povo chegou, ele chamou foi polícia, como se servidores e professores fossem bandidos. Quatro anos sem aumento? Tem que aumentar, amigo. Tem que cortar essas mordomias de secretários e dos cargos de confianças que não servem para nada. Mas o povo, nas urnas, aprovou esse governo. A gente precisa aprender a votar. Herzem Gusmão ou Pereira como gosta de ser chamado, não está nem aí. Ele teve 54% dos votos. O erro de um dia de eleição, você paga quatro anos.

Deixo claro que a mais deficiente das democracias é sempre melhor do que a mais eficiente das ditaduras. No entanto, atento para a (falta de) qualidade de nossa democracia, das nossas eleições, da compra de votos e do uso da máquina pública. Não que tenhamos, neste momento, ameaça de um revés autoritário. Mas, isso é tudo? Nossa democracia tem seríssimas deficiências que esta eleição fez aflorar. Senão, vejamos. Onde estava à Justiça Eleitoral, quando houve suposto abuso de poder político através do uso da máquina pública?


Vitória da Conquista, sempre teve uma política diferenciada do resto do estado, surgem nesta terra grandes estadistas, mas também aparecem os capitães do mato para tentar enganar este povo. Quando nossa conturbada conjuntura, embaralha suas cartas, sobrando assim indagações e incertezas. São estas as razões pelas quais sou chamado a pesquisar como profissional da filosofia política sobre as fragilidades da nossa democracia e sua relação com nosso passado autoritário. Diante disto, tenho feito alguns artigos, onde procuro mostrar como e porque chegamos a essa situação de total indefinição sobre os rumos desta terra.

 

 

 


quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

ARTIGO - Cum – pane (Padre Carlos)

 


Cum – pane

 


Como militante fazemos escolhas na nossa vida e uma delas, é definirmos se tomamos decisões individuais ou coletivas. Estas escolhas nos levam a receber todos os ônus e bônus, levando cada individuo a se responsabilizar pelo coletivo, pagando todos os riscos de caminhar no fio da navalha. É muito fácil quando decidimos segundo as nossas necessidades e conveniências, quando decidimos ao nosso favor de forma egoísta e individualista, porque não precisamos acatar nenhuma decisão que somos contrários nem esperar que alguém cumpra em aceitar as minhas certezas e verdades.


Um projeto para mudar o País e tirar milhões de brasileiros da linha de miséria, jamais poderia ser individual e particular. O sonho de toda uma geração que lutou e pagou com a própria vida e que traz ainda hoje no corpo a dor e as cicatrizes da tortura, tinha que ser construídos por varias mãos: Operários, intelectuais, Igreja Progressista e Setores da classe média. Milhares de pessoas que dedicaram os melhores anos de sua vida e sua juventude, para que este sonho utopia se tornasse verdade.

Sabíamos que não poderíamos ser ingênuos e que a nossa revolução não seria com cravos, mas com as armas do inimigo, isto é, participar do jogo democrático e eleitoral com todos os seus viços e contradições. O uso de caixa dois e alianças com setores da burguesia faziam parte deste manual da democracia burguesa.

Durante décadas, os partidos de direitas usaram estas práticas para elegerem e fraldarem as eleições. Suas relações com o empresariado sempre foram promíscuo, como ficou comprovado nos casos da JBS, Aécio, Serra Temer e tantos outros que a justiça brasileira protege deixando caducar seus processos. Setores da direita e os homens de negócios, sempre trataram as coisas publicas como privadas e não permitiriam de forma alguma que houvesse qualquer politica de distribuição de renda.


Foi pensando nestas injustiças que acontecem em nossa terra, que me lembrei das minhas aulas de latim com o Padre Bruno e especificamente de uma palavra que ele gostava muito de citar: cum – pane; o seu significado é comunhão, isto é "o que come do mesmo pão, na mesma mesa". Na Roma antiga, os romanos sentavam juntos na mesa para comer, beber e compartilhar as suas alegrias, tristezas e também preocupações. Esse ato de compartilhar era um momento importante na vida dos cidadãos romanos.

Lembrando estes acontecimentos, passei a escrever este artigo e para tanto, gostaria de chamar atenção dos setores progressista, para não esquecer os companheiros que mesmo encarcerados e doentes, se mantiveram íntegros e não fizeram escolhas pessoais. Viva José Dirceu, Delúbio Soares e José Genoino!

 

 

 

 

 


terça-feira, 8 de dezembro de 2020

ARTIGO - Uma carta para os amigos (Padre Carlos)

 


Uma carta para os amigos

 


Escrever uma carta não é moderno, é vintage, ou poderia dizer: algo clássico, ou antigo.  Já não se escrevem cartas de amor, mas, ao contrário das cartas, o amor não morreu. A carta é para os meus amigos, mas também pode ser para os seus. Vai aberta, para a segurança de todos. Em tempos de coronavírus não se lambem cartas, também a língua fica em casa.


    Olá companheiros!” Desculpem a minha ausência, mas não posso estar presente. Ficar em casa, fechado, não é novidade em tempos de pandemias. Mas hoje, faço por razões de saúde e sinto-me estranhamente confortável. Sou muito apegado com as pessoas do meu convívio, mas não sou de apegar-me às tecnologias porque, mesmo ficando em casa, recebia algumas visitas. E agora que não podemos receber os amigos em decorrência da quarentena, tudo fica mais difícil!

Uma das muitas coisas sobre as quais esta pandemia me fez refletir foi que assim como as plantas precisam de agua e sol para alimentar-se,  as verdadeiras amizades precisam também  de contato, de conversa, de presença, de olhar. Somos uma geração com dependência  de celular na mão, em constante conversação, e hoje meu amigo, não sei o que mais falar. Utilizamos o WhatsApp, o Instagram e o Facebook para pequenas conversas, partilhas inconsequentes e pouco mais. Utilizamos as redes para combinar a próxima vez que nos vamos encontrar. Este é o nosso hábito e é por isso que não sei mais do que falar.

Sei que, nesta selva de pedra, não temos tempo pra mais nada, as relações pessoais não comportam tanta conversa, mas nas redes parece que falamos línguas diferentes. Quando toda esta gente se multiplica em ligações, sinto-me desligado. Desculpem a minha ausência, mas não posso estar presente. O que dói não é deixar de estar com vocês, é não saber quando vou voltar a vê-los. E é por isso que fico longe. Longe dos olhos, perto do coração!


Hoje, ninguém está longe nem perto. Tenho um amigo em Santo António de Jesus, que está tão perto de mim como os meus amigos de Conquista. Estamos todos à distância de uma mensagem. Contudo, nunca me senti tão distante. E não é assim que estamos todos, demasiado distantes?

Sou saudavelmente dependente dos meus amigos. Preciso deles como as flores precisam de sol. Peço desculpa por demorar e por me esquecer, não é falta de amor, é excesso. Um forte abraço do irmão e amigo.

 

            Padre Carlos

 

segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

ARTIGO - Aos Companheiros de jornada, (Padre Carlos)

 


Vitória da Conquista, seis de dezembro de 2020.

 

Aos Companheiros de jornada,

 

 

Prezados amigos, se tem uma coisa que aprendi nestes mais de quarenta anos de vida política, é que a história é feita de heróis, mas também de fracos, medrosos e vendidos, como presenciamos nestes últimos dias. Aos atos de coragem se contrapõem os de traições, falsidades e todo tipo de hipocrisias.

 Chegamos a esta triste constatação, temíamos que o mal e a mentira pudessem vencer a verdade, mas infelizmente foi isto que prevaleceu na capital do Sudoeste baiano. O que parecia impossível de tão absurda que era, aconteceu: Herzem Gusmão com toda rejeição e indicativos nas pesquisas, vence na calada da noite, além de driblar a lei e cometer todo tipo de crime eleitoral, segundo a oposição, para se eleger, este governo teve que sujar as mãos e fazer acordos que só a história poderá contar.

Precisamos resistir, nossa existência como força política dependerá das nossas lideranças. Um verdadeiro líder não se preocupa apenas com seu mandato e sua corrente. Compete aos parlamentares e lideranças do partido, exercer este papel para acolher os companheiros que sempre estiveram na linha de frente destas batalhas. Será que já paramos para pensar porque não conseguimos mais que dezenove candidatos na nossa chapa proporcional?

Um verdadeiro líder tem a obrigação de conhecer a realidade dos militantes do partido, independente de corrente ou mandato que ele pertença ou defendeu. A nossa existência como partido ou lutas dependerá muito da capacidade destes companheiros construírem novas utopias com uma grande unidade. Só pensando no conjunto e como um todo, poderemos criar uma frente de esquerda com programa bem definidos e que seja perene. Essa frente, composta com os grupos internos e por partidos políticos com identificação de esquerda e democrata e movimentos populares será de fundamental importância para contrapor o projeto de Herzem e a narrativa em curso na nossa cidade.

O papel do sindicato, seja dos professores ou dos funcionários público será de fundamental importância, haja vista todos esses retrocessos que presenciamos nestes quatros anos, e deverão piorar. O partido e o sindicato precisam está com suas portas abertas para se tornar um refúgio aos (as) trabalhadores (as), um grande abrigo em defesa da educação e dos direitos trabalhistas. Portanto, não restará outro instrumento de insurgi mento social, exceto a grande unidade de todos os movimentos sociais. Não há outra saída, é emergente a construção dessa frente de esquerda e democrática – não pensando somente nas próximas eleições – para combater com cabeças erguidas e altivez, Herzem e a direita local.

 Outro fator importante é deixar claro, as dispensas de licitações e os vários aditivos, inclusive com renovações dos contratos com as empresas de transportes, precisam ser apurados. Neste segundo mandato não vamos aceitar certos acordos de porta fechada.  Aristóteles já dizia que o “homem é o animal político”, assim pode-se não ter opinião formada sobre certas coisas, mas ser apolítico é impossível a tudo o que esta acontecendo na nossa cidade. Bem sei que em algum momento muitos olharão para trás e se darão conta da péssima escolha que fizeram. Vão se perguntar por que adotaram o ódio ou acreditaram nas promessas de campanha, porque se encantaram mais uma vez com as palavras bonitas do radialista. Chegará o momento em que muitos se arrependerão do caminho escolhido. Mas, vamos viver um dia de cada vez. No momento compete as nossas lideranças fazer um discernimento sobre a forma como vem tratado seus militantes e buscar entender que meu agrupamento sozinho não conseguirá levantar as bandeiras na próxima eleição. No momento, a tarefa é denunciar o uso da máquina pública nesta eleição.

 Padre Carlos.

 














ARTIGO - A geração que fez a diferença! (Padre Carlos)

A geração que fez a diferença!      Decorridos tantos anos do fim da ditadura, observa-se que a geração da utopia está partindo e a nova...