“Cristãos leigos e leigas sujeitos na Igreja
em saída do Reino’’
Seguindo o ritmo litúrgico do Advento, tempo de preparação para
o Natal do Senhor, tempo de se ocupar no cuidado dos irmãos, como nos
pede o Papa Francisco – “A pessoa atenta, mesmo em meio ao barulho do mundo,
não se deixa tomar pela distração ou pela superficialidade, mas vive de maneira
plena e consciente com uma preocupação voltada antes de tudo aos outros”,
coloquemo-nos para dentro de tão grande Mistério que nos envolve nestas quatro
semanas e façamos das nossas relações fraternas o lugar do novo céu e da nova
terra (2Pd 3, 13) que o Senhor quer instaurar entre nós.
Nas minhas orações, sempre peço ao Bom Deus pelos cristãos do
mundo todo, mas coloco em especial os leigos da nossa Arquidiocese. Estava
lembrando hoje que fez quatro anos que na Igreja do Brasil deu-se início, na
Solenidade de Cristo Rei, ao Ano dos Leigos, tendo seu encerramento realizado
no dia 25 de novembro de 2018. O tema proposto pela CNBB para animar
a mística do referido ano foi: “Cristãos leigos e leigas, sujeitos na ‘Igreja
em saída do Reino”. Trilhamos naquele
ano o caminho de uma mística do seguimento mais radical a Jesus, onde os leigos
tenham na ação pastoral uma vivência missionária no mundo do trabalho, da
ciência, da família, etc. A vida e a missão dos leigos aprofundam-se e se
realizam à medida em que o mundo vai sendo transformado pela força do
Evangelho, e Cristo quer contar com aqueles para esta mudança, quer fazer dos
leigos o sal da terra e a luz do mundo (Mt 5, 13-14).
A Palavra de Deus norteia o rumo dos leigos no mundo, chama-os
em todas as circunstâncias a testemunhar os valores do Evangelho, inclusive na
efetivação do irrenunciável valor da vida em todas as suas fases. As exigências
da Palavra devem encontrar ressonância no testemunho de cada fiel leigo,
levando-o a auxiliar na concretização do sonho de Deus de tornar a terra um
lugar onde Deus nos toca com sua eternidade.
E o que significa céu e terra novos? Significa anunciar
existencialmente a esperança cristã, e os leigos devem fazer esse anúncio, e
fazê-lo no coração do mundo. Vale ressaltar que a esperança cristã está para
além da autêntica expectativa de uma libertação social e política, de cunho
simplesmente sociológico. Para a moral cristã, Jesus não propôs uma libertação
social, mas, na sua própria carne, iniciou uma humanidade nova e redimida que
vem de Deus, “mas ao mesmo tempo brota nesta nossa Terra, na medida em que se
deixa fecundar pelo Espírito do Senhor. Trata-se, por conseguinte, de entrar
plenamente na lógica da fé; crer em Deus, no seu desígnio de salvação e,
contemporaneamente, empenhar-se pela construção do seu Reino” (Bento XVI). Os
leigos são chamados a isso: agentes construtores de um mundo novo!
Parabéns grupo e vamos plantar esta semente!
Feliz Natal!!
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