quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

ARTIGO - A frágil democracia brasileira (Padre Carlos)

 


A frágil democracia brasileira

 


Eleições permanentes e alternância no poder são essenciais. Mas, o cidadão tem que se responsabilizar pelas escolhas feitas nas urnas. Não adianta fazer discursos enfurecidos diante dos escândalos de corrupção e depois dar ao corrupto o conforto de ter um mandato renovado para mais quatro anos. Eleições em profusão pouco adiantam se não estamos dispostos a cumprir os mecanismos institucionais que permitem que os que descumprem suas funções (e as leis) sejam responsabilizados com pressupostos penais que causem punibilidade. Por que supomos que esse revezamento de nomes e siglas nos cargos governamentais é solução única para nossos males? Por que nos contentamos com tão pouco?


Onde estavam os funcionários públicos? Herzem nos seus discursos de campanha costumava dizer que a prefeitura é a casa do povo, mas quando o povo chegou, ele chamou foi polícia, como se servidores e professores fossem bandidos. Quatro anos sem aumento? Tem que aumentar, amigo. Tem que cortar essas mordomias de secretários e dos cargos de confianças que não servem para nada. Mas o povo, nas urnas, aprovou esse governo. A gente precisa aprender a votar. Herzem Gusmão ou Pereira como gosta de ser chamado, não está nem aí. Ele teve 54% dos votos. O erro de um dia de eleição, você paga quatro anos.

Deixo claro que a mais deficiente das democracias é sempre melhor do que a mais eficiente das ditaduras. No entanto, atento para a (falta de) qualidade de nossa democracia, das nossas eleições, da compra de votos e do uso da máquina pública. Não que tenhamos, neste momento, ameaça de um revés autoritário. Mas, isso é tudo? Nossa democracia tem seríssimas deficiências que esta eleição fez aflorar. Senão, vejamos. Onde estava à Justiça Eleitoral, quando houve suposto abuso de poder político através do uso da máquina pública?


Vitória da Conquista, sempre teve uma política diferenciada do resto do estado, surgem nesta terra grandes estadistas, mas também aparecem os capitães do mato para tentar enganar este povo. Quando nossa conturbada conjuntura, embaralha suas cartas, sobrando assim indagações e incertezas. São estas as razões pelas quais sou chamado a pesquisar como profissional da filosofia política sobre as fragilidades da nossa democracia e sua relação com nosso passado autoritário. Diante disto, tenho feito alguns artigos, onde procuro mostrar como e porque chegamos a essa situação de total indefinição sobre os rumos desta terra.

 

 

 


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